4.

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Eles ainda estavam no começo do caminho e Harvey agradeceu á Deus pelo humor de Donna ter melhorado. A viagem de carro até que estava sendo agradável. Ou pelo menos ficou depois que ele parou de insistir em dirigir.

- Tem um caderno ali no banco de trás. Pega ele. - pediu Donna á Harvey, quebrando o silêncio.

- O que é isto?

- São algumas das perguntas que o Peter provavelmente irá nos fazer.

- Como você conseguiu isso?

Ela olhou séria para ele. - Serio Harvey? Me ofende que você tenha que perguntar. Eu tenho meus contatos.- Ele riu.

- São muitas perguntas. - constatou enquanto folheava o caderno.

- Sim. O lado bom é que eu sei tudo sobre você - afirmou com convicção. - e você sabe quase tudo sobre mim.

- O que lhe garante que você sabe tudo sobre mim? - tinha um tom de divertimento em sua voz.

- I'm Donna. - Foi tudo o que ela disse. Harvey sorriu, entendendo o que ela quis dizer.

- Well, eu também sei tudo sobre você. - afirmou ele.

- É mesmo? - levantou uma sobrancelha tirando sua atenção da estrada por um momento, e direcionando á ele.

- Sim. Por exemplo: eu sei que sua cor preferida é vermelho, por mais que eu ache que o azul fica melhor em você. Sei que você tem um fascínio por bolsas. Sei que sua culinária favorita é a italiana. Sei que quando você está triste, gosta de afogar as mágoas em um Chuncky Monkey. Mas você não come as bananas. - ele mantinha os olhos nela e ela alternava os olhares entre ele e a estrada. - Sei que seus pais se chamam James e Miranda. E tem uma avó materna chamada Ellis e um irmão mais novo chamado Mike. Sei que você tem um dom de ler as pessoas. E que seu feriado favorito é o Halloween. Sei que você nasceu em Cortland mas teve que se mudar para Oklahoma ainda pequena, mas sendo sincero, eu tinha me esquecido a cidade, só lembrei depois que você disse pra Jessica. - eles riram. - Sei que veio para New York com o sonho de se tornar atriz, mas mesmo que hoje você trabalhe como secretária, esse sonho ainda existe dentro de você. E sei que você ama Shakespeare, e isso é algo que eu nunca vou entender, porque é chato demais. - brincou.

Ela tinha a noção de que Harvey sabia essas coisas sobre ela, mas ouvi-lo falar assim com tanta naturalidade, fez ela sentir algo que ela não soube explicar muito bem o que era. Não era um sentimento ruim, na verdade era algo bom. Reconfortante.

- E por que eu tive que me mudar para Oklahoma? - perguntou em um tom descontraído. Mais para quebrar a tensão que os sentimentos dela fizeram se instalar.

- Eu não sei. Acho que você nunca me disse isso. - sua expressão era confusa.

- Viu Harvey Specter?! Você sabe quase tudo sobre mim. - provou seu ponto fazendo Harvey rir.

- Okay... Então porque você não me conta agora? - A expressão de Donna mudou, o sorriso desapareceu de seu rosto e deu lugar a uma expressão triste. Ela não gostava muito daquela história mas de qualquer forma teria que contar para Harvey.

- Meu pai e meu tio herdaram a imobiliária da família. Era um negócio bem grande, tanto que tinha duas filiais: uma em Cortland, onde meu pai comandava. E uma em Oklahoma, que ficava aos cuidados do meu tio Jefferson. Meu pai passou a ter problemas com a filial que ele gerenciava. Algo financeiro, nunca entendi muito bem. Ele acabou hipotecando nossa casa e usando nossas finanças para tentar salvar os negócios, mas não conseguiu. Na mesma época meu tio descobriu um tumor grave. A gente já estava perto de perder nossa casa, então meu pai decidiu ir para Oklahoma. Cuidar do meu tio e assumir a empresa de lá. Meu tio faleceu alguns meses depois.

The ProposalWhere stories live. Discover now