Vênus: privação e medo

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Você está totalmente entregue a mim, você me ama, porque eu não te amo... você sangra para a minha salvação, um pequeno corte e você está excitado... (Ich Tu Dir Weh, Rammstein) - Trecho da música acima.

***

Confesso que tentei evitar uma reaproximação com esse homem. Até meus familiares torceram o nariz para essa minha "escolha". Eu voltara, para eles, a ser o anormal, o estranho e meu pai estava esquivo, sem dar-me muita atenção num dos momentos que busquei estreitar novamente nossos laços.

Eu relacionava-me com Xavier novamente, mas com receios, todos os receios de fazer papel de besta outra vez. Ele insistiu numa segunda chance e eu me sentia atraído por suas características físicas. Intimamente, estranhamente, passei a amar esse seu lado revelado em cada novo encontro. Sua doçura a fim de reconquistar Joaquim, trazia a tona aquele meu EU jovem que gostava de ordenar aquelas mulheres e homens de programa a pousarem vulgarmente, escancarando suas intimidades e brincando com seus corpos. 

Vênus obediência. Júpiter autoridade.

Encontrávamos geralmente em sua casa, onde eu me habituara fácil. Ele a mantinha asseada e isso, para eu, era muito confortável. Antes de deitar-me ao seu lado banhei-me com vigor, mas tão logo acordei, achei necessário outro banho quente, sabonete sempre separado, pele avermelhada indicando que eu estava devidamente limpo. Para dormir fora, eu tinha meus rituais, e um deles era levar minhas coisas, roupas toalhas, produtos pessoais e até meu papel higiênico, mesmo que não fosse dormir no local, eu me precavia, ou minha atenção era desviada para isso o tempo todo, com receio de não poder me assear ou vestir roupas limpas. Isso parecia a maior das frescuras às pessoas em geral, eu sofria tanto com isso que jamais soube me explicar direito.

— Hummm, que homem para cheirar bem. — Xavier me diz com voz sonolenta, ainda estando nu e descoberto sobre os lençóis, espreguiçando-se e virando seu corpo de bruços, dando-me a visão de seu traseiro bem marcado pelos golpes implorados. Ainda são aparentes. Sento-me na cama e com as costas dos dedos, acaricio aquela bela elevação de pele muito clara.

São apenas brincadeiras. É o que parece.


Algumas horas antes... Era o nosso sétimo encontro, apenas eu conto como se fosse importante enumerar os eventos da minha vida. Não sei se extrapolei, quando espanquei as nádegas dele ao ponto de carmesim. Ele se pôs de bruços em minhas coxas, oferecendo-me a bunda para uma punição que hesitante, iniciei.

— Bate com mais força, para que doa um pouco. — Ele ri quando dou-lhe umas palmadas mais fortes, um riso vagabundo e provocativo. Escuto-o puxar o ar entre os dentes e me empolgo. Desço um tapa mais forte, mais dois e mais dez golpes, cansa-me o braço.

— Pegue o meu cinto, puxe minha calça, ali. — Ordeno-o, já que ele consegue alcançar. Ele me entrega e tenta se levantar.

— Vai imobilizar meus pulsos?

— Sem gemer, apenas conte dez cintadas. — Lhe tapo a boca e ele assente com a cabeça.

Golpe!

A ponta da cinta oposta àquela onde a fivela está, marca com precisão as duas nádegas ao mesmo tempo. Ele apenas conta os golpes. Um. Dois. Três. Remexe-se um pouco, a bunda que já está febril é acarinhada por meus dedos que sentem levíssimos vergões.

Golpe!

Sem querer, ele deixa escapar um gemido quando tira a mão da boca para contar o quarto, quinto e sexto golpes. Algo molhado roça-me as coxas nuas, é seu pau. Penso que ele esteja a urinar outra vez, ele apenas parece excitado, tanto quanto eu me sinto em lhe castigar, meu pulsar me tortura...

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