Capítulo 17

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De volta à escola. Ou melhor, ao inferno!
Pelo menos, pode aproveitar de um belo almoço e tempo sozinho com a Molly. É já este sábado que lhe vou fazer a surpresa. Já tenho quase tudo pronto e também estou a contar com a ajuda da equipa. Espero que ela goste.

"Amor? Estas a ouvir-me?" - A Molly pergunta agarrando-me no braço.

"Ham, o quê?" - Digo acordado dos meus pensamentos.

"Hambúrguer."

"Que piadinha! O que estavas a dizer?"

"Estava a perguntar onde é que vamos ter aula."

"Ah, é no bloco B2."

"Agradecida! No que estavas a pensar?"

"Nada de mais. Só que estava muito melhor em casa do que estar aqui."

"Concordo. Despois de uma pausa daquelas não dá vontade nenhuma de vir aqui outra vez."

Caminhamos até ao bloco B e num banco ali perto encontramos os rapazes.

"Olá casalzinho." - Eles dizem quando nos aproximamos.

"Olá pessoal." - Digo.

Ficamos ali na conversa um bocado até a campainha tocar. Resmungamos um pouco e depois lá nos levantamos e segui-mos cada um para as suas aulas. Eu e a Molly fomos até ao bloco B e subimos as escadas. Na porta da sala já se encontrava a nossa turma.

"Olá!" - A Molly disse ao ver a Joana.

"Olá! Não me apetecia nada estar aqui, depois de uma pausa destas não devíamos voltar."

"Verdade! Ninguém merece."

"Ninguém mesmo!"

Elas riram-se e continuaram a falar. Eu encostei-me à parede e fiquei a ver as pessoas a chegar. Senti alguém a olhar para mim, olhei para a Molly mas ela continuava a falar com a Joana, olhei em redor e no meio de algumas pessoas vi a Mariana. Estava com os olhos postos em mim. Assim que olhei para ela, está sorriu para mim e começou a andar na minha direção. A Molly estava tão concentrada na conversa e a rir que nem deu conta. A Mariana continuo a andar até que chegou ao pé de mim, parou por uns segundos à minha frente e em seguida veio para o meu lado e encostou-se na parede como eu.

"Olá." - Ela diz.

"Olá." - Digo olhando em frente.

"Acho que é a única vez que não te vejo com a Molly."

Fico em silêncio ao que ela continua a falar.

"Já se chatearam?"

"É isso que tu queres não é? Desculpa informar-te mas isso não aconteceu nem vai acontecer."

"Eu quero? Porque haveria de querer?"

"Porque eu sei do que já fizeste. Eu sei de tudo o que já aconteceu entre ti e a Molly. Deixa-me dizer-te uma coisa. - Desencosto-me da parede e olho para ela.

"Eu e a Molly estamos muito felizes juntos e tu não nos vais separar. Apesar de o quereres fazer, e eu sei que queres, não vais conseguir. Por isso, peço-te desde já que não me fales ou tentes fazer algo."

"Calma, querido. Eu não quero causar problemas nenhuns entre vocês." - Ela diz e coloca a sua mão no meu peito.

Tiro de imediato a sua mão, ela aproxima-se de mim e eu afasto-me. Ela tenta puxar-me para si mas eu impeço-a. Sinto alguém a vir ter connosco.

"O que se passa aqui?!" - A Molly pergunta.

"Nada, apenas a esclarecer algumas coisas. Está tudo bem." - Digo e olho para a Molly tranqualizando-a.

Coloco as minhas mãos na sua cintura e puxo-a para mim. Beijo-a e desço as minhas mãos até ao seu rabo.

"Boa tarde meninos! Aproveitem agora e deixem o namorisco cá fora." - A professora diz ao chegar.

Separamos-nos e ambos sorrimos. Olhei para a Mariana que estava a rir e quando viu que estava a olhar mandou-me um beijo. Entramos na sala e sentamo-nos na nossa mesa.

"Explica-me o que é que acabou de acontecer." - A Molly diz assim que nos sentamos.

"A professora ficou excitada e mandou-nos parar." - Digo.

"Cameron! Que parvo." - Ela diz e desata a rir.

"É verdade!" - Começo a rir com ela.

"És mesmo parvo. Eu estava a falar da Mariana."

"Ah essa. Aproveitou-se que eu estava sozinho e foi ter comigo."

"Aquela vaca!"

"É que é mesmo. Começou logo a perguntar se nós estávamos chateados porque eu estava sozinho. E depois abusou."

"Abusou?! Como assim?!"

"Começou a pôr a mão no meu peito e a querer puxar-me para si."

"QUÊ?" - A Molly grita e a turma fica a olhar para ela.

"Amor, calma. Eu impedi como é óbvio." - Digo segurando na sua mão.

"Como é que ela foi capaz?! Eu estava ali perto! Se eu não tivesse chegado daquele momento..."

"Nada ia acontecer! Eu impedi. Eu ia impedir se algo mais acontece-se!"

"O casal aí atrás, está tudo bem?" - A professora pergunta e a turma olha para nós.

"Sim, está." - Digo.

"Bem, vamos começar a aula." - A professora diz e começa a falar da matéria.

Olho para a Molly e está bastante chateada. Pego na sua mão e chego a minha cadeira mais para ao pé dela, dou beijos no meu ombro e na sua mão. Ela olha para mim e eu sorriu para ela. Sorri e encosta a sua cabeça no meu ombro.

"Parece que não te posso deixar sozinho que vêm logo ter contigo." - Ela diz.

"Parece que sim. É que sabes, sou um rapaz muito atraente." - Digo e sorriu.

"Estou a ver." - Ela diz e sorri.

"Não a deixes afetar-te. Nem afetar-nos."

"Desculpa, mas por vezes a raiva fala primeiro."

"Eu compreendo. Eu também já estou a ficar farto."

"Mas, eu confio em ti."

"Ainda bem. Eu nunca a vou deixar fazer nada."

Ambos sorrimos e começamos a prestar atenção à aula. Começo a pensar na surpresa que lhe vou fazer e cada vez tenho mais certeza que vai correr bem e que ela vai gostar. Ao menos sempre dá para ela ficar tranquila sobre o que eu sinto. Porque eu amo-a. Amo-a mais do que amei alguém. E só quero que ela saiba disso.

Young//Cameron BoyceWhere stories live. Discover now