Capítulo 20

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[Sábado - Dia de jogo]

[Cameron]

É hoje que vou fazer a surpresa para a Molly. E hoje também vou ter um jogo importante, o jogo decisivo. Nós preparamo-nos muito bem e vamos conseguir ganhar, estou confiante.
Preparo-me e vou até ao carro onde já se encontravam os meus pais e a minha irmã.

"Estava a ver que não, princesa." - A minha irmã diz assim que entro no carro.

"Cala-te."

"Ui, ficou chateadinha." - Ri-se.

"Tens uma piada."

"Eu sei."

Reviro-lhe os olhos e ela ri-se. Ponho o cinto e seguimos para o pavilhão. Estou nervoso. Pelo jogo e pela surpresa. Só espero que corra tudo bem. Ela merece. Não a vou buscar a casa, ela disse que depois ia lá ter. O que de certa forma me deixa mais nervoso.
Chegamos ao pavilhão e vejo os rapazes à porta. Saiu do carro e dirigo-me até eles.

"Olá." - Digo.

"Cameron! Finalmente." - O Carlos diz.

"Tão, vamos entrar?"

"O treinador disse para esperar por ele aqui."

"Ah está bem."

"Então, a Molly?"

"Ela disse que vinha cá ter. Vou mandar-lhe mensagem."

Olá amor! Já estou no pavilhão, onde estas?

Mando a mensagem e aguardo a resposta.

Olá amor! Já estou a caminho.

Não demorou muito até receber a mensagem.

"Ela já vem a caminho." - Digo entusiasmado.

"Ainda bem! Tens tudo pronto para a surpresa?"

"Sim, tenho. Até estou nervoso."

"Não estejas, vai correr tudo bem."

"Espero que sim. Ela merece."

Sorriu e fico a pensar nela. Naquele sorriso que tanto amo, naquela sua forma de ser, ela em si é tão perfeita. De repende olho para a frente e um carro para, era ela. Ela vem ao meu encontro e eu ao dela. Pego nela como se não a visse a séculos, senti-la tanto perto de mim era sempre tão bom. Ambos estamos a sorrir, felizes por estarmos ali. Ponho-a no chão e largo-a, ela está a sorrir, que lindo sorriso. Sorriu de volta e em seguida beijo-a.

"Bem, estavas mesmo com saudades minhas!" - Ela diz no fim do beijo.

"Tenho sempre saudades tuas." - Digo.

Entrelaçamos as nossas mãos e vamos até aos rapazes. Ela cumprimenta todos e ficamos ali a faltar até o treinador chegar. Entretanto a Joana também chega e junta-se a nós.
Passado um pouco o treinador chega, entramos todos para o balneário e eu beijo a Molly e ela segue com a Joana para a bancada.

"Bem, equipa, como sabem hoje é um jogo importante. Não que os jogos passados não fossem mas este é de extrema importância. Vai decidir tudo! Não se esqueçam das vossas posições e lembrem-se, cabeça fresca, nada de fazer coisas estúpidas dentro do campo!" - O treinador diz ao entrar no balneário.

"Vamos ganhar, equipa!" - O Miguel diz.

"Sim!" - Dizemos todos juntos.

Juntamo-nos em roda e gritamos o nosso grito de equipa e saímos do balneário. Estava tanta gente a gritar, vi bastante gente da escola como é normal. Os meus olhos procuravam pela Molly. Só queria saber onde ela estava e se estava tudo bem. Assim que a encontrei um sorriso apoderou-se de mim. Fui a correr até ao sítio onde ela se encontrava, ela sorriu e levantou-se e veio ter comigo. Tínhamos a grade no meio de nós mas não impediu de nos beijarmos.

"Bom jogo. Vai-te a eles." - Ela diz a sorrir.

"Cada cesto que marcar é para ti." - Digo.

"Então espero que sejam muitos."

"Vão ser."

Beijo-a de novo e volto para junto da equipa.

"Ai o amor." - começam assim que eu chego.

"Só inveja!" - Digo.

Eles riram-se e juntamo-nos para rever pela última vez as nossas posições. Vamos para o campo e o jogo começa. Estava tudo a correr bem, já tinha marcado e estavamos a ganhar. Estava tudo perfeito. Era como um sonho tornado realidade. Quando, de repende, vou lançar a bola ao cesto e sinto um enorme empurrão. Caiu no chão e começo a ver tudo preto, ouço alguns barulhos no fundo mas como se estivessem muito longe. Ouço alguém a chamar-me mas antes de puder perceber quem era fica tudo preto e desligo.

[Molly]

O jogo estava a correr muito bem, o Cameron já tinha marcado alguns cestos e sempre que marcava olhava para mim e sorria. Que lindo sorriso, porra.
Estava tudo tão bem, quando o Cameron ia marcar mais um cesto um rapaz da outra equipa vai até ele e dá um grande encontrão. O Cameron cai com força no chão e todos começam a gritar e a ir ter com ele. Eu levanto-me e grito pelo seu nome.

"Anda, vamos lá para baixo." - A Joana diz ao meu lado,também em pé.

Descemos as escadas, passamos a barreira e eu corro até ele pelo campo fora. Já tinha lágrimas a escorrer pela minha cara. Assim que cheguei ao pé dele percebi que ele não estava acordado, estava inconsciente. Os médicos chegaram logo ao pé dele e colocaram-nos numa maca e colocaram uma máscara de oxigênio. Pegaram na maca e levaram-no até à ambulância.

"Cameron!" - Grito com as lágrimas a escorrerem.

"Calma, calma." - A equipa diz e agarram-me.

"Deixem-me! Tenho de ir ter com ele." - Digo.

"Calma, não podes ir assim." - O Miguel diz e abraca-me.

Agarro-me a ele com força a chorar. O meu pobre Cameron. Só queria estar com ele, eu tenho de estar com ele. Sinto mais pessoas a nossa volta e percebi que era a equipa do Cameron, todos me abraçaram.
Enquanto isso, o treinador estava a gritar bastante furioso com a outra equipa e estava a dizer que o rapaz devia de ser expulso. Depois de bastantes gritos e insultos, o rapaz foi expulso do jogo. O treinador foi ter connosco e disse que o jogo ia continuar.

"Vem cá." - O treinador diz e abre os seus braços.

Vou até ele e abraco-o com força.

"Está tudo bem, querida. Vai ter com ele e depois da-nos notícias.

"Claro!" - Separo-me dele e saiu do pavilhão a correr.

Os pais do Cameron estavam na rua à minha espera.

"Vamos." - A mãe do Cameron diz.

Entro no carro e seguimos para o hospital. Só espero que ele esteja bem. Ele não merece isto. Ele estava tão feliz. Porque isto?

Young//Cameron BoyceOnde histórias criam vida. Descubra agora