Capítulo 22

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O médico entra no quarto e eu fico bastante nervoso. Agarro a mão da Molly com força e ela percebe e agarra com as duas mãos.

"Olá Cameron. Como se sente?" - O médico pergunta.

"Mais ao menos, algumas dores." - Respondo.

"É normal. Mas estamos a tratar disso."

"O que é que eu tenho?" - Pergunto com algum receio da resposta.

"Bem, para já, devo dizer que apesar de tudo o menino teve sorte."

"Sorte?!"

"Sim, o empurrão que levou foi forte mas felizmente não causou danos muito graves."

""Muito graves" ? Quer dizer qhe tenho algo grave?!" - Pergunto e agarro com mais força a mão da Molly. E ouço um "calma" dela num sussurro.

"Bem, um pouco sim. Vamos ter de operar o seu joelho, tem alguns ferimentos que precisam de uma cirurgia."

"Cirugia?! Eu não vou puder jogar mais basquetebol?!" - Digo quase a gritar.

"Ainda não temos certezas disso. Depois da operação e fisioterapia logo veremos como reage."

Depois daquilo não consigo dizer mais nada. Há a possibilidade de não voltar a jogar, isso era um pesadelo. Isto tem de ser um pesadelo, não pode estar à acontecer. Não.

"Vai ficar tudo bem." - A Molly diz e dá um leve beijo na minha testa.

Sorriu para ela mas ainda com raiva e incertezas na minha cabeça.

"Daqui a 1 hora as enfermeiras começam a prepara-lo para a operação." - O médico diz e sai do quarto.

1 hora, 1 hora para me mentalizar que vou ter uma operação. Como é possível? É assim tão urgente ser feita assim? Logo após o incidente e eu ter acordado? Nem tenho tempo para decidir nada...
A minha mãe tinha saído juntamente com o médico e agora no quarto só estava eu e a Molly. Ela estava ainda a agarrar a minha mão e a fazer festas para me acalmar. Ela sabe sempre o que eu preciso.

"Molly?" - Digo.

"Sim?" - Ela olha para mim.

"Vai correr tudo bem, certo?"

"Claro que sim, amor."

Ela sorri, beija-me e deita-se no meu peito. Faço carinho no seu cabelo e ela no meu peito e mão. Pelo menos, tenho-a ao meu lado neste momento. Era só disso que eu precisava. Dela. Aqui. Como sempre esteve e sempre estará.
O médico entra no quarto juntamente com as enfermeiras.

"É agora." - O médico diz.

As enfermeiras vem até mim e começam a preparar as coisas para me levarem. A Molly tinha se levantado e estava ao meu lado em pé, eu não conseguia nem queria largar a sua mão.
Assim que as enfermeiras saíram e se colocaram à frente da cama eu percebi que era agora. Ia ser operado. Puxei a Molly para ao pé de mim e beijei-a. A minha mãe e pai aproximaram-se e ambos beijaram a minha testa e sussurraram "vai correr tudo bem".

"Estamos contigo." - Os rapazes disseram.

Suspirei e acenei para as enfermeiras como a concordar e que estava preparado.
E assim deixei o quarto para trás com as pessoas mais importantes, aquelas que estariam ali à minha espera.
Cheguei à sala de operações e só tremia. Isto estava a acontecer.

"Vai correr bem, vai correr bem." - Sussurava para mim mesmo.

"Tudo pronto? Vou colocar agora a anestesia." - O médico diz.

Acenei e quando dei por mim já tinha desligado. Pensei em todas as coisas possíveis, coisas felizes e coisas tristes. Será que vou puder voltar a jogar depois desta operação? Será que é assim que acaba para mim? O que iria fazer caso acabasse agora? Basquetebol é a minha vida. Não me podem tirar isso de mim. Tudo por causa de um empurrão. Que maldito empurrão.

[Molly]

O Cameron foi para a sala de operações e eu estou nervosa como se fosse eu a ser operada. O médico não sabe se vai ser possível ele voltar a jogar e isso ainda me deixava mais nervosa. Sei o quanto o basquetebol é importante para o Cameron e sei que vai destrui-lo se não puder voltar a jogar.

"Toma, come." - A irmã do Cameron, Maya, diz.

"Obrigada." - Digo e pego na comida.

"Ele é forte, vai ficar bem."

"Sei que sim, o que mais me preocupa é o facto de não saberem se ele vai puder voltar a jogar."

"Eu sei, vai ser um problema se ele não puder jogar... Mas vamos pensar em coisas positivas."

"Sim, claro." - Digo e dou um pequeno sorriso.

Ambas comemos e ficamos ali sentadas à espera do Cameron. Passado um pouco os rapazes chegam e sentam-se ao pé de nós.
Ficamos ali a conversar sobre várias coisas para passar o tempo. Já estava a demorar e eu ficava cada vez mais ansiosa e nervosa. Será que está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
Levanto-me e vou até à Sr. Libby.

"Já sabe alguma coisa?" - Pergunto.

"Ainda não disseram nada." - Ela responde.

Fico nervosa e preocupada.

"Tem calma, vai ficar tudo bem. Ele é forte." - Ela diz e pega na minha mão.

"Eu sei, estou apenas preocupada." - Digo.

"Eu compreendo, eu também estou querida."

Sento-me ao seu lado com as nossas mãos juntas. Encosto a minha cabeça no seu ombro e fico ali a tentar acalmar. A mãe do Cameron tem sido um grande apoio tanto para mim como para o próprio Cameron. Posso dizer que é como uma segunda mãe para mim. Desde o falecimento do meu avô que me tem ajudado imenso e tenho desabafado muito com ela. Tal como a Maya, sem dúvida que fui muito bem recebida na família do Cameron e isso deixa-me muito feliz. E sei que ele também está. Só desejava que ele não tivesse a passar por esta operação, ele realmente não merece isto. Mas vou pensar positivo e estar do lado dele independentemente do que acontecer, porque isso sim é o que ele merece. Sem dúvida que ele merece tudo de bom.
De repente a porta abre-se e todos nos levantamos rapidamente na esperança que fosse o Cameron. Mas quando vimos quem era até ficamos preocupados.

Young//Cameron BoyceWhere stories live. Discover now