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"Pensas tanto em quê?"

"Sinceramente não sei. Olho para um simples coisa e tenho a capacidade de pensar mil e uma outras coisas através dessa."

Riu-se.

"Tem piada?"

"Não, de todo. É que eu também sou assim."

"A sério?" Perguntei sorrindo de lado.

"Sim. É que tu nunca sabes se és a única no mundo que olha as coisas de uma forma diferente. Eu, no meu caso, acho o ser humano a coisa mais mostruosa e estúpida no mundo. Somos o único ser vivo com um cérbero superior a 6 cm cúbicos de volume, mas para mim somos igualmente estúpidos como a merda de uma galinha. Só sabemos destruir o planeta, não que eu seja daqueles que defendem o ambiente com unhas e dentes, mas se reparares, nós arruinámo-nos."

Eu compreendia-o de tal forma que até me custa a acreditar, mas queria descubri-lo assim, desta maneira, indiretamente.

"Dá-me exemplos. De como nos 'arruinámos'."

"Simples. Os homens só querem dinheiro, mulheres e estragam-se com drogas e com a bebida. Não que eu seja diferente. As crianças já sabem mais do que deviam e já não têm respeito por os outros, mesmo pelos próprios pais, por isso é que eu nunca gostei delas. São sempre mimadas e só querem bem materias. As mulheres só se vestem como putas para arranjarem a atenção dos homens. A inteligência, que antes elas costumavam ter, desapareceu por completo. E íncluo as adolescentes de hoje em dia. Por isso é que tu me chamaste à atenção, por não seres assim. Dá as boas vindas para este nosso novo mundo."

Depois de um silêncio longo comigo a pensar nas suas palavras, decidi dizer algo.

"Eu pensava que tu eras como os outros." Afirmei pensativa.

"Tecnicamente sou, só que tenho neurónios suficientes para aprofundar a minha mente em relação aos meus atos. E se queres saber, pensava o mesmo de ti." Sorriu, falando devagar.

Sorri de lado.

Harry aproximou-se e deixou um beijo no meu ombro. Lavou o seu corpo e o meu com gel de banho e passou-os por água, de seguida.

Sussurrei um obrigada e saí da banheira enrolando uma toalha ao meu corpo.

"No meu quarto estão algumas roupas da minha irmã. Podes usá-las."

Agradeci e fui em pontas dos pés até ao quarto deixando pegadas húmidas atrás de mim. Consegui ouvir a gargalhada do Harry devido ao eu parecer uma criança a sassaricar de um lado para o outro depois do banho.

Abri o armário e tirei um par de cuecas brancas rendas a condizer com a minha pele pálida. A irmã do Harry tinha ali umas belas roupas.

Deslizei-as pelas pernas acima e vesti umas leggings pretas. Agarrei numa camisola larga cinzenta, igual ao céu, e escorreguei-a pelo meu corpo. Prendi o cabelo molhado num coque desajeitado e vesti umas meias grossas quaisquer.

Dirigi-me à sala de estar e deparei-me com o olhar de Harry fixo num computador, de tronco nu, com uma simples toalha branca a rodear o seu corpo da cintura para baixo.

"Precisas de alguma coisa?" Disse não desviando o olhar do monitor.

"Acho que poderiamos tomar o pequeno-almoço. Juntos."

Harry olhou de relançe para mim quando acabei de pronunciar a última palavra, como se tivesse dito alguma barbaridade.

"Que foi?" Perguntei rudemente.

"Não me fales assim." Avisou. "Para que é que queres tomar o pequeno almoço comigo?"

"Custumas tomar sozinho? Ou melhor, tu alguma vez tomas-te alguma refeição com alguém, de uma forma informal?" Perguntei num tom de gozo.

Boss || h.sWhere stories live. Discover now