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"Sobre o que é que sonhaste."

"Hum. Que ia morrer. Ou melhor is ser torturada até à morte numa sala de tortura."

"Por quem?" Pareceu interessado no assunto.

Merda.

"Por ti." As palavras escaparam-me.

Ele engoliu em seco.

Caralho.

"Tu não tens uma sala de tortura pois não."

"Não que leve a pessoa até à morte. É mais uma tortura sexual. Mas Lia, eu só engoli em seco pelo facto de eu já ter sonhado com isso também."

Fixei-o sentindo os meus grandes olhos azuis esbugalhados. Coisa que não aprecio, para ser sincera.

"Eu amo-te." Ele murmurou com a cabeça para baixo.

Ele parecia uma criança envergonhada depois de ter chamado de bonita, pela primeira vez na vida, a uma rapariga.

Eu fiquei estática com um pequeno sorriso na cara.

Ele nunca me disse que me amava. Desta forma tão... verdadeira.

Eu sentia-me sortuda.

Por esta nossa história de amor intensa. Por felizmente a nossa relação não ser normal. Até que gosto destes mistérios. Apimentam as coisas. Mas assustam-me também.

Apercebi-me que ele ainda estava à espera duma resposta. Mas estava com medo.

Que o rejeitasse.

Saltei para cima dele ficando no topo com os meus cabelos em cascata a seu redor. Raios do sol entrelaçavam-se com o meu cabelo traçando o seu rosto e realçando o seu olhar verde gélido. Que se descongela aos poucos quando percebe que que vida não só se trata de trabalho.

Mas de amor também.

"Eu também." Sussurrei beijando-o. Suavemente.

Ele correspondeu e uma faísca acendeu-se.

A mesma que tive na minha adolescência depressiva. Céus, aquele orfanato não é de todo o melhor sítio para namorar. Era constantemente apanhada pelas Irmãs aos beijinhos com o Edward. O primeiro rapaz que me apaixonei. Já não o vejo desde há cerca de 5 anos.

Tinha 16, era nova e excitada. Os erros cometem-se quando menos esperamos e quem me dera tê-lo feito mais tarde.

Mas prefiro esquecer-me desses tempos.

*

Decidimos hoje trabalhar em casa. Só porque o Harry quis e pelos vistos faltou a uma data de reuniões e lembro-me de ouvir a Leyna histérica ao telefone quando notou a minha voz. Inventando uma data de desculpas para ele ir às reuniões. Ele simplesmente ignorou, sorriu para mim, desligou e brincámos um pouco.

Neste preciso momento estava com os olhos no espelho a tentar não me enganar ao preencher os meus lábios num vermelho sangue. Tinha a maquilhagem feita. Um cabelo apresentável e um vestido decente acompanhado com uns saltos para termos o tal jantar com o Senhor Malik e o Senhor Tomlinson.

Não, não estava uma segunda Marlyin Monroe. Nem uma miúda tumblr super bronzeada. Apenas eu.

"Estás elegante." Comentou Harry ao entrar no quarto.

"Tu também."

"Estou de boxers."

"Por isso mesmo." Sussurrei.

Ele sorriu e começou por finalmente se vestir.

Chegámos ao restaurante onde nos conhecemos. Ou melhor nos finalmente percebemos o quanto queríamos um ao outro.

Boss || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora