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"O que é que foi?"

"T-tu estás a sangrar."

"O quê?"

Observei o meu corpo e não entendi. Não me estava a doer nada. Estava dorida, mas não me estava a doer nada. E já tive o período este mês.

Ele estava horrorizado e apontou para a minha intimidade.

"Oh." Murmurei.

"Desculpa." Pediu sem tirar os olhos da zona.

"Deixa estar, acontece quando se é-"

"Violento! Merda Lia dizias-me se eu te estava a magoar, até a minha pila está em sangue! Eu não sabia que te ia magoar desta forma!"

"Mas Harry tu não me magoaste. Eu gostei." Acalmei-o.

"Peço imensa desculpa." Levou as mãos ao cabelo e suspirou.

"É normal, eu estou bem. Até que é sexy foder assim."

Sorriu.

Comecei a pensar na minha mãe e no que ela pensaria deste tipo de sexo que estou a ter. Ela ficaria chocada.

"Merda." Murmurei relembrando-me do jantar que a minha mãe organizou na sexta.

"Está a doer-te alguma coisa?! Eu juro que foi sem querer-"

"Não é isso. A minha mãe-"

"Lia desculpa dizer mas de acordo com o teu currículo tu não tens mãe."

Puff.

Ele sabe. Não faz mal.

Só apenas o facto de me atirar isso à cara.

"Eu s-sei disso." Engoli as lágrimas. Merda Lia. Não chores por coisas que não existem.

Mas mães existem!

Para mim não. Uma verdadeira não. A Lilian? Não ela adotou-me aos 13. A todas nós nos adotou aos 13 menos Lydia que foi aos 8.

A minha mãe queria sete filhas todas com os nomes de letras iniciais iguais. Considerava até aos 10-12 anos as crianças insurtáveis por isso 'reservou-nos' muito novas e viemos aqui parar.

Não pensem que eu alguma vez seria irmã de sangue daquela víbora da Louise.

É uma história um pouco confusa e tenho conhecimento disso.

"Desculpa. Saiu-me." Murmurou arrependendo-se.

"Está tudo bem." Suguei os lábios, contendo-me.

"Lia.."

"Harry, às vezes o melhor é não te justificares. As palavras saem constantemente transbordando desculpas, intervenções inoportunas, insultos, elogios e tudo mais." Olhava para mim atentamente, com uma expressão meia preocupada mas extremamente concentrada. "Não vale a pena pedir desculpa. O que está dito, está dito. Apenas-"

Ele espetou os lábios contra os meus. Sem mais nem menos.

"-beija-me." Finalizei o que pretendia.

harry

A forma como as palavras se formavam nos lábios, o cabelo enriçado, o sentido das frases que proferia me tocavam como se ela fosse o arco e eu o violino. A forma como eu nem entendo o que digo quando penso nela.

Eu estou a ficar maluco. Estou desesperado por ela.

Pelo seu corpo, pelos seus lábios, pela sua voz.

Boss || h.sWhere stories live. Discover now