Cap.8

20.1K 2K 1.3K
                                    

Depois da nossa pequena “discussãozinha” no carro nem um dos dois falou novamente, o que, pessoalmente, foi um alívio. Essa atitude de merda do Eduardo tá começando a me tirar do sério de verdade e eu tô rezando para não precisar rodar a baiana, porque se não as coisas vão ficar feias pra ele.

Após comprar tudo o que preciso, com ele apenas me seguindo como um idiota, finalmente saímos do supermercado e estamos cheios de sacolas, já que eu comprei bastante coisa, afinal pretendo passar um tempo sem precisar vir às compras.

— Não entendo pra quê comprar tanta coisa. — Eduardo fala enquanto entra no carro, ele parece mais mal humorado que o normal hoje.

— Se não tivesse um cavalo morando em casa, eu não precisaria comprar tudo isso, mas como eu tenho um de estimação, então...

— É, muito engraçado! Se eu sou o cavalo, você é a égua, e se essa égua fosse um pouquinho mais legal, talvez o cavalo não se irritasse tanto e não precisasse  relaxar comendo.

— Então quer dizer que você tem compulsão alimentar?! — o encaro sério, mas ele apenas continua encarando à frente — Você realmente come tudo o que vê pela frente quando tem algum problema?! — ele suspira, mas depois assente.

— É, pois é, desculpa te desapontar, mas sou só um ser humano normal, também tenho problemas, okay?! — ele me encara com tom de desafio, mas eu  não digo nada, apenas  concordo sarcasticamente — De qualquer forma, porque você acha que eu malho tanto?! Preciso manter a forma e tenho que compensar a quantidade de comida ingerida, malhando.

— Mas é uma surpresa saber que você não tem controle sobre algo desse tipo... — mordo os lábios despercebido; na verdade, digo isso mais pra mim mesmo do que pra ele.

— Por falar em forma... — ele me olha dos pés a cabeça me deixando levemente desconfortável — Você tá precisando malhar também, né?! — o fuzilo com o olhar — Teu corpo tá muito flácido... Aparentemente, a única coisa ainda é dura nesse corpo aí é a bunda, mas tenho quase certeza que não vai demorar muito pra ela cair se você continuar sedentário desse jeito.

— Deixa só eu te lembrar de uma coisa, seu idiota... O corpo é meu, então se ele tá feio, o problema também é meu! — o corto me sentindo ainda mais chateado que antes — Pelo menos tenho certeza que sou melhor que você, que parece um monstro de tão bombado! Se continuar a malhar tanto, vou começar a pensar que vivo com um bicho.

— Você acha mesmo que “um bicho” seria...

— Tsk, só cala a boca, Eduardo... Chega dessa conversa ridícula; eu já esgotei a minha taxa de paciência com você hoje.

— Até parec...

— Você por acaso é surdo?! Não ouviu o que eu acabei de falar?!

— Mas eu...

— Eduardo, é sério...!

— Mas eu tô precisando da sua ajuda... Será que você pode me ouvir só por um minuto, droga?! — o encaro franzindo as sobrancelhas.

— Como assim?

— Bom, acho que é meio obvio, mas... É que eu já estou há quase um mês sem transar...!

— E eu com isso?! — respondo com o tom seco, afinal eu também estou na mesma situação que ele, mas ninguém me ver reclamando — Por acaso eu sou dono de algum cabaré ou algo do tipo?!

— Escuta, tem essa vizinha que me cantou, sabe?!

— Cantou?! — isso é sério?! Quem ainda usa esse termo hoje em dia?!

Casamento arranjado ( Em Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora