Cap.13

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É terça-feira e o Eduardo ainda não está falando comigo, e pra falar a verdade, eu estou pouco me importando com isso. Passamos toda a viagem de volta ignorando um ao outro, acho que ele está tentando me dar um gelo, não sei porque,​ e nem quero saber. Agora me encontro lendo na biblioteca, quando meu pai entra.

— Filho?

— Pai, que saudade. — levanto da poltrona e o abraço — E então, o que queria falar comigo?

— Calma rapaz, — ri divertido — Nem sentei ainda. — fala se aproximando e acomodando-se na poltrona.

— Pronto já sentou, agora fala!

— Primeiro quero saber como está seu casamento... — frazo o cenho enquanto meu pai continua — Cada detalhe!

— Pra quê?

— Só fale!

O encaro por um momento, desconfiado, mas ele não dá sinais de que vai desistir disso, então desisto e começo a falar da minha convivência com o Eduardo, desde o dia que nos casamos até o presente momento.

— Agora entendi!

— Entendeu o quê?

— É exatamente como meu pai previu... — continuo sem entender nada e o olho pedindo uma explicação melhor — Eduardo se apaixonou por você, André.

— O quê? — digo antes mesmo dele terminar de falar, minha voz subindo uma oitava. Aquilo é ridículo demais pra ser ao menos cogitado... O Eduardo? Por mim? Conta outra né! — Por acaso o senhor bebeu?

— Eu estou muito sóbrio! — meu pai me olha sério e percebo que ele não está brincando mesmo. Isso começa a me deixar desconfortável.

— Então deve ser drogas... — rio, mas ainda me sinto meio nervoso com o rumo dessa conversa — Pai, você viu como ele é... E eu acabei de te contar como nós vivemos, quase como cão e gato dentro dessa casa! Acho que o que ele sente por mim tá mais pra ódio que pra amor... na verdade, nem falando comigo ele tá!

— Deixa de ser tapado, André, isso tudo é ciúmes! — olho pra meu pai atônito, Eduardo com ciúmes de mim é algo que eu não consigo imaginar.

— Não... Isso não é possível...!

— Quer apostar?

— Quê? Não, pai, é sério... Acho que você entendeu errado!

— André, meu pai sempre fazia as coisas de caso pensado, se ele fez isso com a certeza de que o Eduardo se apaixonaria por você, é porque mais cedo ou mais tarde, ia acontecer. Bom, parece que foi mais pra cedo do que pra tarde, né?! — continuo o encarando em descrença — Muito bem, vamos fazer um teste.

— Que tipo de teste? — pergunto curioso e ao mesmo tempo com medo de descobrir o que não quero.

— Você vai dizer ao Eduardo que não aguenta mais continuar com isso, que vai desistir do casamento e eu vou te ajudar a se manter até você conseguir se arrumar sozinho, e que daqui a alguns meses você está pretendendo ir morar com o rapaz que conheceu em Salvador.

— Até parece que ele vai acreditar nisso!

— Quando se está apaixonado, acreditamos em tudo! Até criamos coisas que não existem em nossa cabeça...! Se ele estiver mesmo gostando de você, ele vai acreditar, se não, ele não vai se importar.

— Não sei não, pai... Isso parece meio...!

— O quê? Está com medo que seja verdade? — vejo um brilho nos olhos do meu pai e isso não significa nada de bom.

Casamento arranjado ( Em Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora