Capítulo 11 - Defina errado.

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20 de novembro. Segunda-feira.

Encontrei o mapa, eu não conseguia acreditar nisso, eu estava a um passo de desvendar esse mistério. Eu não conseguia dormir e tinha aula daqui a algumas horas. A madrugada estava fria lá fora, fui até a janela e olhei para baixo a procura de algum stalker, para minha sorte não vi ninguém. Fechei as cortinas e me sentei no sofá com o caderno em mãos. Agora só faltava o diário...

Eram quatro e meia da madrugada. Mandei uma mensagem para Laura perguntando aonde ela estava, depois de um minuto ela respondeu dizendo que estava em uma festa. Alguns segundos depois recebi uma mensagem de Nicolas, ele mandou uma foto de Laura beijando um cara.

***

Assim que amanheceu fui para a escola, não consegui dormir e não via hora de falar com Pedro. Me sentei no fundo e fiz a prova com toda a calma do mundo, os outros alunos agiam como se nada estivesse acontecendo na escola e tudo girava em câmera lenta ao meu redor. Terminei a prova e deixei a sala, no corredor ao lado de fora tinha uma galera conversando e perto das escadas vi Arthur e Gohan cochichando, quando me viram eles me encararam com o olhar amedrontado e trataram de caminhar cada um para um lado, tomei o lado de Arthur. Es

-Ei! - gritei no meio do corredor, ele eriçou os ombros e olhou para mim de relance. – Vamos conversar.

As pessoas pararam de conversar para me ver arrasta-lo pelo braço para longe dali.

-Para onde tá me levando? - Ele perguntou enquanto eu o puxava pela manga da blusa como se fosse a mãe arrastando o filho pela orelha.

-Um lugar aonde posso arrebentar sua cara – falei.

Aquilo saiu da minha boca mesmo?

-Você não tá falando sério, né Rebecca?

Abri a porta da sala de vídeo a para minha surpresa estava vazia, entrei lá puxando Arthur e fechei a porta. Acendi a luz e pela expressão em meu rosto ele percebeu que eu falava sério. Fechei meu punho e quando me aproximei dele fiz algo que nunca fiz na minha vida. Acertei um soco bem no meio da cara dele, um soco plástico e certeiro, escutei o som de um osso se partindo. Logo após veio o sangue que começou a escorrer por suas narinas, ele oscilou alguns passos se afastando e levou a mão ao rosto. Puxei-o pela gola da blusa e notei que seus olhos estavam cheios de lágrimas.

-Você quebrou meu nariz porra! – a voz dele soou mascada, como se tivesse engolido um apito.

-Qual era o combinado?

Levantei o punho para soca-lo novamente, mas ele se protegeu com as duas mãos, patético. Soltei-o e ele caiu de costas com o rosto cheio de sangue.

-Já tá tudo pronto. - Arthur passou a mão pelo rosto tentando limpar um pouco do sangue que escorria. - Eu já escrevi a matéria.

-E porque não publicou? - Cruzei os braços esperando por uma resposta.

-Eu não posso, não agora. - A voz dele estava me irritando, mas vê-lo daquele jeito com o nariz quebrado me encheu de orgulho.

Me aproximei dele que foi se arrastando para trás até bater com a cabeça na parede, ele encostou as costas e ficou por lá tentando respirar, quase se engasgou com o próprio sangue. Olhei para trás para me certificar de que não tinha mais ninguém na sala.

Tudo limpo.

-Onde aprendeu a bater desse jeito?

-Mortal Kombat.

Fuja.Where stories live. Discover now