12. Cedo ou tarde faz o que era sonho acontecer

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A República de Sasuke ficava a poucas quadras da casa aonde estava acontecendo a festa e havia bastante movimento pelas ruas por causa desta, então os dois resolveram ir andando mesmo. Após uns 5 minutos em silêncio, Sasuke resolveu puxar um assunto, pois não sabia como seria se chegassem em casa nesse clima tão...estranho.

— A namorada da sua amiga é bem bonita.

— Hã?

— Shizune. A namorada dela é bonita. Eu vi as duas um pouco antes da gente sair de lá.

— Ah sim, Tsunade tá no último período de medicina. Ela era monitora de Shizune e não descansou até conseguir sair com ela. E o Deidara? Ele tá namorando o Utakata?

— Namorando? Tá aí uma coisa que nunca vi, Utakata namorando. Eles são da mesma turma, saem às vezes. Mas também tem o Sasori... Na verdade nunca tentei entender de fato aquele rolo ali.

— Eles são bem, hm, diferentes. Todo mundo no seu curso é assim?

— Olha, tem uma galera meio alternativa mesmo, eu acho. Mas nem todos. Tem muita gente talentosa, isso é um fato. Ainda nem acredito que fui aprovado. O Sasori mesmo, que é aquele ruivo que estava com o Deidara, tem hora que ele dá medo. E o Haku, um menino da minha turma, faz umas coisas impressionantes.

Seguiram conversando sobre as pessoas curiosas que tinham conhecido nessa nova fase de suas vidas. Em certo momento Naruto passou o braço pelos ombros de Sasuke, diminuindo o ritmo da caminhada. Enquanto o loiro pensava que não podia deixar mais de seguir seus instintos com Sasuke, o moreno se amaldiçoava em silêncio por corar como uma adolescente com a atitude do amigo. Principalmente porque não era algo tão incomum assim, então Sasuke tentava não ver coisa demais e seguir conversando normalmente.

Quando chegaram na casa de Sasuke gargalhavam abertamente, e entraram tentando se controlar para não incomodar ninguém com o barulho. Ainda beberam mais algumas cervejas na mesma varanda onde tinham conversado mais cedo. O clima que tinha se instaurado antes da festa, um flerte mútuo e confortável, estava de volta. O ar parecia leve e tudo parecia certo. A proximidade dos corpos enquanto conversavam sentados no mesmo banco trazia uma sensação boa; os sorrisos vinham fáceis e sem reservas. Logo, a mão esquerda de Naruto repousava displicentemente na perna direita de Sasuke e nenhum dos dois se sentia alarmado com os toques.

Até a hora que resolveram dormir. Sasuke e Naruto sempre haviam dividido a mesma cama sem problemas depois das festas. Com isso no fundo de suas mentes, não haviam pensado em como fariam os arranjos para dormir, ambos assumindo que chegariam tarde, bêbados e repetiriam a rotina de sempre. Não contavam com a situação constrangedora na festa, os sentimentos e dúvidas que causava em ambos, tampouco que viriam embora mais cedo e mais sóbrios que de costume e ainda teriam esse clima íntimo se instaurando sem suas permissões totalmente conscientes.

— Er... Sasuke, você tem um colchonete ou algo assim?

— Hm, não. O Kabuto até tem um, porque acampa pra fazer observações às vezes, mas eu nem pensei em pegar.

— Tudo bem, eu durmo nessa poltrona então.

— Fala sério, vai dormir sentado? Naruto, você não vai caber aí de jeito nenhum! Vai ficar todo torto se tentar relaxar, sem condições.

— Ah, eu dou um jeito. O chão então, sei lá.

— Naruto, relaxa. A gente pode fazer como sempre fez, ok? A não ser que seja um problema pra você.

— Pra mim? Não, problema nenhum! Você tem certeza?

— Anda logo, Dobe.

Sasuke parecia seguro e confiante mas na verdade suas mãos estavam suando. Dessa vez não trocaram de roupas no mesmo cômodo e quando se acomodaram na cama, automaticamente ficaram o mais longe possível, evitando tocar um no outro. Apesar disso ainda mantiveram uma conversa antes de Naruto adormecer e Sasuke também relaxar com o som da respiração pesada do loiro.

Nada é por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora