Sopra

25 10 10
                                    

Olá amores!
Esse conto promete muita emoção....
Prepara o coraçãozinho!

" A vida não tem que ser longa para ser boa. O tempo não torna a experiência melhor, mas sim os bons momentos que vivemos. "
- Katlin Caroline A.S


Música: Gustavo Mioto- Impressionando os Anjos


🌷🍃--------------🌷🍃---------------🌷🍃--------------🌷🍃---------------🌷🍃---------------🌷🍃------------🌷🍃

Querido diário, 

   Hoje acordei muito cedo, devido os enjoos e dores de cabeça. Eu me contorci toda para conseguir me sentar na cama, mas quase me afoguei com meu próprio vomito. É uma droga estar morrendo. Eu estou internada no hospital há três semanas, os médicos tem 50 % de sucesso na próxima cirurgia que vou fazer. O problema é que os outros 50% são uma probabilidade que eu venha a morrer na cama de cirurgia. 

    Eu queria ter esperanças apenas que dê certo, mas embora seja esperançosa, outra parte de mim é bem realista. Eu venho sofrendo muito há sete meses, eu descobri muito tarde que tenho um tumor maligno no cérebro, na área que cuida da coordenação motora, na fala e nas articulações. Eu sofro muito, sinto tanta dor que choro implorando a Deus para que me leve de uma vez. 

      Mas também procuro ser forte. Tento ser forte pelos que sei que me amam, por mim e pelo meu amor principalmente. Meu querido, bondoso e amoroso marido. O que seria de mim sem você Raysson? Agradeço a todo momento por Deus ter sido tão generoso comigo e ter me abençoada por me presentear você. Sou grata a tudo que sou, a tudo que vivi e por tudo e todos que tenho. Nem a mais, nem a menos. 

     Sei que venho escrevendo nesse diário desde que comecei a quimioterapia, há cinco meses. Mas ainda assim, gosto de me apresentar. De escrever sobre mim, sobre as pessoas que gosto, sobre as pessoas que amo e sobre Deus. Eu sou Caroline, uma mulher de apenas vinte e seis anos, curitibana e que adora cozinhar bolos e tortas. Essa sou eu. 

          Sei que se você falasse diário, teria muitas perguntas. Mas entenda que estou escrevendo através de piscadas pelo computador e está sendo bem demorado e puxado para mim escrever. Mas eu quero. Eu preciso escrever sobre como me sinto, preciso deixar uma parte minha para que todos possam se lembrar com alegria como era eu, Caroline. A verdadeira, não a doente. 

      Eu descobri que tinha câncer quando fui a uma clínica com meu marido, nós íamos tentar a inseminação artificial, porque eu tenho problemas para manter a gravides. Não somos ricos, mas economizamos cada centavo, poupamos, fizemos dividas e empréstimos para realizar um sonho que é dos dois: Ter um bebê. 

      Vinhamos tentando desde os meus vinte e dois, mas eu engravidava e sempre perdia de formas naturais nossos amados filhos. Era muita dor. Muito sofrimento. Tivemos nove perdas. Na última, eu não aguentei. Eu chorei tanto, duvidei de Deus, fiquei irada. Mas de nada adiantou. Talvez eu não estivesse pronta como achava que estava. Deus sabia o momento, mas eu não o perdoava por não me permitir ser mãe. E então, juntos decidimos ir atrás de ajuda. Levamos quatro anos para conseguir uma boa quantia, para todo o tratamento e uma ajuda para pequenos confortos no parto e nos cuidados pós-parto. 

        Fomos a clínica, fizemos questionário, assinamos muitos papéis, fizemos exames variados e tudo levou um tempo. Mas conseguimos. Estava tudo certo, mas durante o procedimento, eu tive uma convulsão e tiveram que me socorrer com urgência. Os médicos não entendiam. Eu tinha uma saúde perfeita, ou quase isso. Eu fiquei bem, fiquei internada alguns dias e fizeram todos os exames possíveis, inclusive da cabeça. Quando entrei naquela máquina ela me escaneou e encontrou meu problema. Um enorme quisto no cérebro. Ele era maligno. O porque, eu não entendi direito. Mas ele estava do tamanho de uma jabuticaba. Pode parecer pouco, mas aos poucos ele podia piorar. 

Quatro EstaçõesWhere stories live. Discover now