Se eu ficar

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Oiii Abacaxi, 

Esse é o último conto do livro Quatro estações. 

Mas fiquem tranquilos, teremos mais um volume, pois eu decidi fazer dele uma Duológia. 

Espero que se sintam emocionados e que esse conto remeta a bons sentimentos. 


" A vibração dos corpos parecem instrumentos, de repente o que era apenas um fez uma canção. E agora, cada vez que ela toca, eu já sei a melodia e é impossível não ser tocada pela sensação que causa o feito dela em mim."  - Katlin Caroline A.S

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música: One Republic - Counting Stars

          As mãos dela tocavam o seu instrumento com uma perfeita exatidão. Cada minimo toque emitia um som diferente. Ela deslizava suavemente seus dedos e eu vibrava de dentro para fora. O som feito pelas cordas se propagam e todos podiam ouvir o efeito que o toque dela causava. Kátia deixava seu belo cabelo loiro solto, ele cobria boa parte de seu lindo rosto, mas ainda assim, podia ver ela de olhos fechados, com a boca naquele instrumento que soava ao seu sopro. 

        Sim, ela era uma excelente Flautista, ela tocava desde pequena e agora estou na platéia vendo-a tocar essa linda canção. Como eu lembrava,  agressiva e em alguns momentos tristes, essa era sonata de Bethooven e eu aqui, agarrada a cadeira, só queria ser aquela maldita flauta. Queria que fosse eu que ela estivesse tocando, soprando e emitindo sons. 

       Quando a apresentação termina, Kátia solta a boca da flauta e todos vão a loucura. Havia atitude, agressividade, um talento incrível e uma beleza de outro mundo quando ela tocava. Ela tocava do fundo da alma para fora. 

   Eu estou nos fundos, me desleixei em sentar e agora, uma pequena multidão está saindo e eu estou definitivamente encrencada. 

         Mas o que eu queria vindo aqui afinal? Porque me arriscar e vir aqui na audição dela? Porque no fundo, eu ainda a amo e queria torcer por ela. Por seu sucesso. E felizmente eu vim, para ver ela dar esse espetáculo. Mas agora, talvez eu cause um pequeno Tsunami no lago parado da sua vida. Eu devo ir? Devia ficar? Não sei, são muitas perguntas. 

_ Linda apresentação, não acha? _ Pergunta um rapaz, sentado ao meu lado. Ele acendia seu charuto e me impedia de passar. 

_ Certamente. Poderia me dar licença? _ Peço a ele, saindo do meu transe, tentando fugir antes que seja tarde. 

_ Como? Certo. Certo. Eu farei isso. _ Dizia ele, respondendo a um ponto eletrônico na sua orelha. Ele parecia ser um segurança, será que era?

_ Licença senhor. _ Insisto. 

_ A artista gostaria que lhe acompanhasse até o camarim. Pode vir comigo, por favor senhorita. _ Disse o homem que era alto, de pele clara, cara fechada e aparentemente forte. 

_ Eu? Mas, eu não tenho certeza se isso seria uma boa ideia... _ Alice tentava argumentar, mas o segurança segurava seu braço e a levava assim mesmo. 

             Já haviam poucas pessoas, muitos saiam juntos enquanto ela ia do outro lado do salão, descendo as escadas. Ela procurava por certas pessoas, mas não lhes encontrava. Preocupada, sem saber se aquilo era um bom ou mal sinal. Ela se limita a respirar e acompanhar o segurança, afinal, agora não havia mais como fugir. Ela sabia que um dia elas se encontrariam e não haveria como evitar, fugir para sempre. Mas demorou muito tempo e agora, ela não estava pronta como achou que estaria ao longo do tempo. 

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