Cap 30 Penúltimo

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Penúltimo Capítulo

- A passagem... – Emma montou no cavalo. – ABRAM O PORTÃO. – Ela gritou. – Eu vou buscá-lo – Emma saiu em disparada com o cavalo em direção a floresta. Ela sabia que aquele lugar era muito perigoso para uma criança sozinha e sem habilidades. Ele poderia cruzar com algum animal selvagem ou pior humanos mal-intencionados.

Emma corria com seu cavalo pela floresta, seu maior medo era que Henry encontrasse algum criminoso. Sua cabeça girava entre mil coisas que poderiam acontecer com o menino e todas terminavam na grande culpa que sentia por ter sido uma péssima pessoa com ele. Ela o amava, não tinha dúvidas, mesmo sendo a cópia fiel do pai, ela o amava. Talvez não soube demonstrar corretamente e o fato de ter medo de cobrar demais dele, acabou fazendo com que ela não cobrasse e assim aparentasse sua falta de interesse nele. O fato de Henry ser recluso também não ajudava muito, nenhum dos dois se aproximava e no fim ele se magoou. A culpa, o medo e o desespero de que algo pudesse ter acontecido com o menino caiam sobre as costas de Emma. Se arrependia também de ter dito aquelas coisas para Regina, no momento de raiva acabou magoando sua amada e começou, inconscientemente, a se comprar com seu pai. O medo de ter também se tornado um monstro fez com que os olhos de Emma queimassem e algumas lagrimas caíssem. A loira passou rapidamente a manga de sua blusa no rosto para secar as lagrimas.

Quando chegou mais próximo a saída da passagem secreta do castelo, podia ouvir algumas pessoas rindo e conversando. Pela altura da voz e a gargalhada grotesca, eram homens. Pediu internamente para serem lenhadores de York, mas sua intuição de anos de batalha dizia que eles não eram. Desceu de seu cavalo, com suas duas espadas, uma de cada lado e caminhou até eles.

- Bom dia senhores – Os cumprimentou. Olhou ao redor para ver se encontrava Henry escondido por ali. Com os homens bem próximos a saída, ele com certeza não deve ter conseguido passar.

- Bom dia – Um deles falou de pouco caso. – Não estamos interessados em seus serviços, já estupramos uma na estrada hoje cedo. – Emma trincou o maxilar e sua mão apertou fortemente o cabo de sua espada.

- Eu vim lhes pedir uma informação. Gostaria que me ajudassem a chegar ao rio mais próximo. – Os homens se entreolharam e sorriram com malicia.

- Eu posso fazer isso. – Um deles se propôs.

- Não! Eu posso – o outro entrou na frente. No fim todos eles estavam de pé.

- Todos podem ir se quiserem – A loira falou cordialmente, mas por dentro queria encravar a espada em cada um deles. Quando os homens começaram a se levantar um barulho de galho quebrando lhes atraiu a atenção. Emma sabia o que era e temia o pior, não por ela, mas por Henry. Seriam cinco contra uma, por isso não hesitou em desembainhar sua espada.

- Corra Henry! – Ela gritou e ouviu passos rápidos. Um dos homens começou a seguir os passos e Emma avançou nos outros quatro, com suas duas espadas nas mãos.

- Matem a puta! – Um deles gritou.

Golpes de todas as formas e jeitos. Eles não eram habilidosos, mas eram fortes e estavam em um grande número. Emma golpeava sem pena com suas duas espadas, não media esforços para ferir mortalmente os homens. Ela mudou a lei do estupro, sentenciando a morte o estuprador. Quando um deles deu uma brecha sua espada o cortou verticalmente, fazendo suas tripas caírem pelo chão. Os outros afastaram-se um pouco amedrontados, um deles largou a espada no chão e correu. Só restavam dois.

- DUQUESAAAA! – Ela ouviu a voz de Henry. Ela iria partir para cima dos outros dois, mas decidiu correr até seu cavalo, montou e partiu para onde vinha o grito. Os homens montaram nos seus e correram atrás dela.

- HENRYYYY! – Ela gritava enquanto cavalgava.

- AHHHHHH! – um grito estridente fez o coração de Emma bater mais rápido. Foi por puro reflexo que defendeu um golpe de espada que veio em sua direção. O outro se aproximava pelo seu outro lado e ela precisava se livrar daquele, porque se não estaria encrencada. Golpes e mais golpes, até que a loira furou a perna do homem e o empurrou de seu cavalo, fazendo ele bater a cabeça na raiz de uma árvore.

O segundo homem batia em seu cavalo para que ele a alcançasse e como não conseguia, retirou a besta da lateral de sua bolsa e mirou em Emma. Atirou sem pensar duas vezes, a flecha acertou o ombro da loira que urrou de dor.

- HENRYYY! – gritou.

- DUQUESA PERTO DA PASSAGEM! – o menino gritou. Ela puxou as rédeas de seu cavalo e viu o homem que vinha em velocidade logo atrás dela, ainda conseguiu lhe acertar mais uma flecha, mas a lamina da espada de Emma foi de encontro com sua cabeça. Mesmo sentindo dor e suando por conta das flechas, provavelmente envenenadas. Cavalgou até Henry, o menino estava sentado, olhando assustado para o corpo do homem no chão. Ele havia o empurrado e o mesmo caiu batendo a cabeça em uma pedra. Seus olhos praticamente arregalaram quando viu a flecha na perna de Emma. – Eu...e-eu...si-sin-sinto muito. – Ele mal conseguia falar. Tremia, pelo medo e pela adrenalina.

- Está tudo bem. – Emma andou com dificuldade até ele. Com mais dificuldade ainda se sentou ao seu lado, ela respirou fundo e antes de se escorar na árvore ela levou sua mão direita para suas costas e gemeu ao tocar a flecha ali. Contou mentalmente até três e puxou de uma vez a flecha. Tentou abafar o gritou de dor, mas foi um tanto em vão.

- Você vai morrer? – Henry perguntou temeroso.

- Eu espero que não, mas só por precaução você pode me abraçar – Emma sorriu mesmo sentindo dor. O menino se aproximou dela e com receio abriu os braços. Emma o puxou para um abraço, mesmo ele sem querer esbarrando na flechada que ela recebeu na perna. A loira gemeu baixo por conta da dor e o menino tentou se afastar, mas Emma não deixou. – Henry, você ainda é uma criança e talvez não entenda bem, mas nada justifica o que eu fiz. Eu tive tanto medo de parecer com meu pai – Emma já havia contado sobre Michael para eles, caso o homem tentasse se aproximar deles para tentar ferir a loira de alguma forma. Henry chorava baixinho em seu ombro, o menino não lembrava quando fora a última vez que recebeu um abraço da Duquesa. – Mas eu acabei fazendo basicamente as mesmas coisas. Se você puder eu peço que me dê uma oportunidade de tentar acertar e expressar esse amor que eu sinto por você. – Emma acariciava as costas do menino – Eu te amo desde que estava na barriga da sua mãe, talvez não tenha demonstrado isso da maneira certa, mas você, sua irmã e sua mãe são tudo para mim. São os motivos que me fazem querer voltar para casa depois da guerra ou que me fazem querer ser uma pessoa melhor todos os dias. Eu realmente me sinto péssima por ter te ignorado sem perceber. – Emma afastou o menino que tinha os olhos e o nariz vermelho de tanto chorar. Olhou em seus olhos e eles estavam verdes bem claro, quase próximos da cor dos seus. – Você não tem meus olhos, não tem meus cabelos, a cor da minha pele e podem dizer que não tem meu sangue. Mas você é meu filho – Henry chorava bastante – E não é só porque te criei junto com sua mãe, mas porque você tem meu ímpeto, é corajoso e teimoso – os dois riram em meio as lagrimas.

- Eu sinto muito, mãe. – Henry falou e Emma se desmanchou em lagrimas abraçando fortemente o garoto. Era a primeira vez, em anos que Henry a chamava de mãe.

👑 SᴡᴀɴQᴜᴇᴇɴ ✓ •M̶i̶s̶t̶a̶k̶e̶n̶ I̶d̶e̶n̶t̶i̶t̶y̶•Kde žijí příběhy. Začni objevovat