Bônus II

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"Essas feridas não vão cicatrizar
Essa dor é muito real
Há muita coisa que o tempo não pode apagar"
— My immortal

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— Posso saber no que a senhorita tanto pensa? — Charlie apareceu me tirando de meus devaneios

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— Posso saber no que a senhorita tanto pensa? — Charlie apareceu me tirando de meus devaneios.

— Nada. — peguei o suco que ele trazia em uma de suas mãos.

— Você parecia tão concentrada. — ele insistiu.

— Ah, não é nada. Estou apenas preocupada com as provas. — falei fazendo com que ele gargalhasse.

— É isso mesmo que eu estou vendo? Minha namorada preocupada com as avaliações? — ele gargalhou novamente, mas dessa vez mais alto.

— É sério. — virei os olhos.

— Você não precisa disso, é a segunda pessoa mais inteligente da nossa turma.

— Segunda? — arqueei as sobrancelhas.

— Claro né, Emma. A primeira sou eu. — Charlie e seu humor idiota...

Será que pra onde eu vou irei lembrar-me da vida que tive aqui?

Será que sentirei falta dos meus entes queridos?

Será que me lembrarei dele?

Difícil saber.

Depois de um bom tempo conversando, decidi me retirar para ir ao banheiro, eu odiava ir sozinha, mas agora não tinha mais a Sam para me acompanhar e eu estava muito apertada de verdade.

Ao entrar em uma das divisórias, ouvi passos e me encolhi para que não percebessem que eu estava ali.

Com apenas alguns segundos eu pude reconhecer uma das vozes, era Samantha que pelo visto estava acompanhada de suas novas colegas.

Elas riam sem parar, a piada parecia ser muito engraçada, até eu perceber que falavam de mim.

A essa altura já não sabia mais identificar se minha ex melhor amiga estava rindo por não conseguir tomar partido e ir contra todas as meninas ou se ela realmente estava achando tudo aquilo engraçado.

De qualquer forma, não fazia mais diferença.

Aquilo havia me magoado então apenas me retirei sem ligar que me vissem sair dali, pois pelo menos engoliriam a seco tudo que me disseram.

Sabem quando o choro fica entalado em sua garganta? Então, eu estava me sentindo desse jeito.

Pelo menos o resto do dia não foi tão ruim, sai da escola com o Charlie como sempre fizemos, mas dessa vez decidimos ir ao parque tomar sorvete.

— Vai com calma. — ele riu, fazendo com que eu voltasse meus olhos para os dele sem entender direito. — Você está comendo como se fosse sua última casquinha da vida.

Cartas para aqueles que deixei - #EscritoresDeOuroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora