Conhecendo Melhor

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×Visão de Ethan

Precisava conversar com Donna e Bruce antes de ir para o Brasil. Isso, porque ultimamente eles estavam muito concentrados em resolver possíveis problemas que poderiam crescer em breve e monitorar nossa segurança. Fora que Bruce ainda não estava completamente recuperado, o que fazia com que ele precisasse de proteção. Acontece que aparentemente Bruce tinha tirado sua prioridade de proteção recentemente, o que era curioso de ver. 

– Você tem que ir. — é o que ele diz e eu fico observando-o por alguns segundos, processando aquela afirmação.

– Por quê? — pergunto.

– O Bruce disse recentemente que nunca tinha conversado de fato com o Rodrigo e depois de ele ter vindo aqui, entendeu o motivo de você gostar do menino. Agora ele quer de qualquer forma que você o proteja com unhas e dentes, mas não vai admitir desejar isso, porque é homem macho. — Donna explica e eu encaro Bruce, que a observava com os olhos arregalados. Acredito que ele não esperava que ela o explanasse daquela forma, o que tornava tudo mais divertido. 

– Não é isso. — é o que Bruce diz. 

– Eu simplifiquei tudo que você me disse ontem quando estava quase dormindo de conchinha comigo. — Donna rebate e ele continua observando-a com os olhos arregalados. A cena era engraçada, porque ela estava claramente se divertindo e ele se mantinha em completo pânico.

Acredito que por mais que esses dois quase se matassem toda hora, eles também tinham um jeito único de conviver. Era como se fossem tão parecidos que não se dessem tão bem — e isso me divertia, porque conseguia me enxergar um pouco em cada um. 

– O que eu disse foi que entendi a mudança do Ethan, porque antes eu nunca tinha tido um contato significativo com o Rodrigo. — Bruce se explica. — E não estávamos de conchinha, o que ele vai pensar? — ele questiona e Donna dá de ombros, fazendo bico em seguida.

– Me preocupa o fato de vocês ficarem sozinhos. — falo e ambos me observam.

– Sou assassina de campo, Ethan. — Donna me corta. — Quer dizer, mesmo que eu tenha me especializado em ajudar marmanjo a tomar banho nesses últimos dias, ainda sou especializada em trabalhos de campo. Vamos ficar bem. Você não sabe até onde pode confiar nessa tal tia dele e se for uma armadilha ela pode acabar matando o menino nessa viagem. A maior chance dele é contigo do lado. — é o que ela diz, tranquilamente. 

– Vai ter que exercitar seu lado ator, todos precisam acreditar que você simplesmente amou conhecer a família dele e ter contato. Não pode deixar escapar meia vírgula de quem é ou o que está fazendo ali. — Bruce completa.

– Mas se ela estiver envolvida já vai saber quem eu sou. — rebato.

– Sim, mas acha que ela vai colocar o dedo na sua cara e falar isso? Essa mulher vai fingir até o último minuto. Não se esqueça que toda a família do Rodrigo quer ele morto, mas ninguém quer olhar nos olhos dele e dizer isso. — Bruce explica melhor e eu fico sério, olhando nos olhos dele por alguns segundos.

– E o Toro? Conversou com ele? Não vai poder levar arma pro Brasil. — Donna pergunta e eu desvio meu olhar de Bruce pra ela.

– Ele está vindo aí. E não, de qualquer forma vou limpo. — falo. 

Estava inseguro com essa decisão, mas não tinha muito o que fazer. Não era como se pudesse simplesmente aparecer no aeroporto com armas de fabricação espanhola e sem qualquer documento de posse e porte. Minha única opção era estar sempre vigilante e extremamente atento naquela viagem.

– Você não precisa de arma, é só usar suas habilidades. — Donna corta meus pensamentos, chamando minha atenção pra ela. — Um pedaço de metal não vai fazer falta no Brasil, de qualquer forma. 

Na Minha Própria Mira (Romance Gay)Where stories live. Discover now