Na Minha Própria Mira (Romance Gay)

Amor Que Apoia E Protege (Último Capítulo)

×Visão de Rodrigo

Eu conversei com Gustavo. Achei que fosse necessário, mas falei que não sabia nada sobre a morte da mãe dele e tudo que envolvia esse meio. Disse que tinha fingido morrer, por estar sendo perseguido, mas também não dei muitos detalhes sobre isso e ele acreditou, bom... ele realmente não estava envolvido nisso.

Por todos da nossa família terem sido assassinados, ele acreditou que eu estava apenas me protegendo. Aproveitei, inclusive, para perguntar se ele lembrava de alguma conversa estranha na época que tudo aconteceu, mas ele apenas disse que depois que eu tinha ido embora ele passou a andar em casa apenas com fones de ouvido sem fio. Disse, inclusive, que no meu enterro ele também estava ouvindo músicas, porque as suposições do nosso tio o irritavam. Fiquei feliz de ter tirado esse tempo e coragem para conversar com ele, antes de tomar qualquer decisão – mas na verdade essa ideia tinha sido de Ethan. 

Ele disse que pelo nervosismo da minha tia, provavelmente algo tinha passado. Trouxe a teoria de que ninguém tinha prestado atenção de verdade em Gustavo, em especial, porque nosso plano sobre nossa morte tinha sido apertado. Considerei. E agora sendo sincero, que bom que considerei. 

Gustavo estava tão isento de tudo, que até mesmo me perguntou se ele precisava se preocupar com isso, se as pessoas que tinham matado parte da nossa família viriam atrás dele e eu disse que provavelmente não. Expliquei que quem estava no centro disso tudo provavelmente eram aqueles que tinham as maiores fortunas e ele concordou, citando o sumiço da minha herança e de todo o dinheiro que meu tio tinha em bancos – apenas concordei e disse que hoje Ethan me ajudava financeiramente por causa do estrago. Gustavo me ofereceu os imóveis que eram do meu pai, mas achei melhor que ficassem com ele. Não queria nada me prendendo ao país. Como meu tio não tinha herdeiros, Gustavo ficou com os imóveis e a herança em dinheiro dele e da minha tia. 

– Vamos nos ver novamente? — ele me pergunta, assim que me preparo para ir embora.

– Sinceramente, eu espero que não. Nossas vidas progrediram bastante desde a última vez que nos vimos e acho que é melhor assim. — é o que respondo, dando um passo. 

– Ele tem cuidado bem de você? — Gustavo pergunta e eu paro por alguns segundos, olhando-o e percebendo que ele estava me encarando. 

– Ele segue sendo tudo que eu tenho e a única pessoa que confio minha vida de olhos fechados. Olhando hoje vejo com mais facilidade os problemas do Ethan e todas as situações desnecessariamente idiotas que passamos por pura ignorância e teimosia, mas mesmo depois de tantas questões, nunca pensei em deixá-lo. E olha que esse é um grande medo dele, talvez o único. — respondo, completamente seguro e com postura reta, além de peito aperto. A única coisa que Gustavo faz é concordar com a cabeça, soltando um pequeno sorriso.

– Então fico feliz que tenha encontrado o amor e mais do que isso, o respeito. Reconheço que com todos da nossa família você nunca teve isso, e veja bem... morar com o Ethan por um tempo até te deu mais altura. — ele sorri e eu sorrio também. 

– Não desiste da sua carreira, mas não se esforce nela pela sua mãe. É um ótimo corredor, apesar de tudo. — concluo, me preparando para sair andando mais uma vez.

– Eu te amo demais, Rodrigo. — ele fala e penso por alguns segundos. 

– Se cuida, Gustavo. — é o que respondo, indo até Ethan e entrelaçando nossas mãos. Antes de seguirmos andando, Ethan se vira para trás e o vejo acenar para Gustavo, que apenas levanta a mão, em sinal de respeito. 

Ethan fez um tratamento para melhorar do tiro que levou na perna. Por recomendações de Kaleb, ele precisava repousar, pelo ferimento ter sido sério e profundo, mas percebi que ele aproveitou para se livrar de alguns trabalhos que já não queria fazer. Bruce continuou por um certo período naquele trabalho sobre as gravações e conseguiu apagar muitas das cópias que tinham sido geradas de Ethan, enquanto passamos alguns meses na Suíça.