Deixe-me Protegê-lo

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×Visão de Rodrigo

Acredito que aquele era meu momento mais vulnerável não apenas por descobrir coisas que não imaginei sobre as pessoas que amava, mas também por enfim mostrar a Ethan o minha capacidade de ser completamente manipulador – tão manipulador que em toda a minha vida todas as vezes que usei esse traço, nunca fui pego. Acontece que agora ele poderia acompanhar minha mudança de comportamento e entender o quanto eu podia mudar sem demonstrar nada. 

Enquanto ele cochilava – já que eu não tinha deixado ele dormir direito aquela noite – fiquei observando Ethan naquele sono. Ele estava apenas de cueca, porque segundo ele, mesmo com o ar-condicionado no máximo o clima daqui não chega aos pés do frio dos Estados Unidos e ele continuava com calor. 

Durante aquele tempo que fiquei ali, então, me flagrei questionando o quanto eu confiava nele. Tinha o chamado para me acompanhar, porque sentia que precisava de Ethan e agora ele tinha me confiado informações importantes – provavelmente temendo meus próximos passos, mas confiando de volta em mim e demonstrando que éramos uma equipe. Por alguns segundos me perguntei o que meu pai faria se estivesse no meu lugar e acredito que ter puxado um traço controlado dele fez com que eu conseguisse colocar minha cabeça no lugar e raciocinar de verdade. 

Decidi que a partir daquele momento eu não choraria mais nenhuma lágrima por aquela situação e fui tomar um banho. Depois dele, pedi o café e quando estava indo buscar ouvi a movimentação de Ethan na cama, sabia que ele tinha acordado e por isso dei "boa tarde" como brincadeira, já que eu sabia que ele detestava acordar tarde. Antes de me virar completamente pra ele, então, depois de fechar a porta, tiro o roupão e posso sentir meu corpo pesado com o desejo dele me encarando de perto. 

Ao contrário do que eu sabia que ele esperava, não faço nada além de começar a comer, porque chorar a noite inteira me deixou com fome. Ethan sorri, provavelmente pensando que eu não tinha me ligado sobre o quanto ele me desejava, mas não é assim que funciona. Me fazer de inocente pra ele era a minha maior arma e eu estava apenas curtindo meus últimos momentos com ela – já que depois da manhã de hoje com a minha tia, ele iria me olhar com novos olhos. 

Depois do café nos arrumamos para irmos embora dali e seguimos para a casa da minha tia a pé. Não conversamos muito durante aquele percurso, porque eu queria fingir que estava entrando no personagem manipulador que criei, mas a verdade é que eu já tinha o usado tanto que já era quase um traço da minha personalidade. 

Quando chegamos, aconteceu exatamente o que eu esperava: tratei minha tia de forma completamente comum e vi Ethan entrar em diversos devaneios, como se estivesse assustado pela forma como eu estava me comportando. Se ele tinha coisas a esconder de mim, tinha acabado de descobrir que eu também tinha coisas a esconder dele. 

– O Ethan está bem? — minha tia pergunta, depois de ele entrar para arrumar suas coisas. Eu já tinha arrumado a minha e eles tinham ficado conversando, não sei o que ele disse a ela, mas estava claramente afetada.

– Pilhado. — digo e olho pra ela. — Eu tô preocupado com ele, o Ethan não está mais leve como estava. Sei que essa questão relacionada a faculdade deixou ele ansioso, porque é muito perfeccionista com as coisas e ter dado errado por se tornar um problema imenso.

– Ele tem que parar de se preocupar com coisas que já foram decididas. E sobre essa questão da faculdade, ele consegue de novo se conseguiu uma vez, não é nada definitivo. — minha tia diz e eu reflito por segundos.

– Não precisa ficar tensa sobre isso, ele que é pilhado com as coisas dele. Gosta de tudo perfeito e não vai ficar tranquilo até resolver isso. — observo-a. Ela realmente estava bem tensa, como se refletisse em algo que Ethan disse. — Tia?

Na Minha Própria Mira (Romance Gay)Where stories live. Discover now