Capítulo 1 - Broken

171 6 4
                                    

~* For all the love we've made...


Vinte dias tinham se passado desde aquela manhã onde tudo foi revelado da pior forma. Eu me sentia violada, exposta... parte de mim tinha sido quebrada, e eu acredito que tenha sido a inocência.

Esse período todo eu apenas existi. Da escola para o quarto. Passava algumas noites em claro e quando pouco dormia, sonhava com o mais triste episódio da minha vida... o dia em que me mais me senti humilhada, desmoralizada e pior, o dia em que perdi a pessoa mais importante do mundo para mim, meu parceiro, amante e amor.

Nunca tínhamos ficado tanto tempo sem nos falar. O silêncio doía, maltratava.

Ao mesmo tempo que eu desejava saber como ele estava, não queria conversar... o culpava por ter revelado nosso amor daquela forma. Eu sabia, o conhecia melhor do que qualquer outra pessoa no mundo e entendia suas intenções ao revelar nossa noite de amor no pior momento mas mesmo assim o gosto dessa ação impensada era amargo.

Meu pai não me dirigiu a palavra por sete dias, eu evitava seus olhos por vergonha... O via espiar minha porta todas as noites, preocupado. Eu mal comia, estava na pior forma da minha existência... era apenas remorso e mágoa. Meu castigo me deixava incomunicável, sem internet e sem telefone (que tinha sido arrancado da sala e trancado somente no quarto dos meus pais).

Foi quando no oitavo dia de castigo ele tentou se reaproximar:

- Ana? Posso entrar?

- Entre...

- Trouxe a comida. Sua mãe me disse que vc se recusou a jantar. De novo.

- Não estou com fome...

- O que vc está sentindo? Algum tipo de dor?

- ... hmmm... não papai. Nenhuma dor {dilacerada por dentro}, só não sinto fome. Hj estou com muito sono, se me permitir eu vou deitar um pouco...

- Você não tem lição de casa?

- Eu já fiz. Preciso do computador para pesquisar um trabalho mensal.

- Nada de internet! Procure nos livros. Boa noite!

E bateu a porta... Ouvi minha mãe chorar implorando, dizendo que meu estado depressivo poderia se agravar.

Foram inúmeras as discussões entre os dois pelo meu castigo e eu já não sabia como fazer para não trazer mais sofrimento.

No vigésimo dia, papai teve que sair para levar minha avó em algum lugar e minha mãe bateu à minha porta logo em seguida:

- Filha?

- Oi mamãe...

- Tome. O meu celular. Ligue para eles, corra! Seu pai acabou de sair...

Eu não tive palavras... mas algo mágico aconteceu, como uma chama dentro de mim. Medo, ansiedade... tudo junto.

Disquei o número sem pensar no fuso horário. Do outro lado, Isaac atendeu:

-Alô?! Isaac Hanson falando.- sua voz estava séria, com um tom de preocupação..

- Peey!{-com a voz embargada de emoção}É a Ana. Como vocês estão?

- ANA! Graças a Deus! Como vc está, pequena?- Ike deu quase que um grito ao dizer meu nome

- Estou ligando escondida... {já chorando} Não tenho mais acesso à internet e nem ao telefone. Eu gostaria de saber como vcs estão... e Didi... e Walker... e Zac! Meu Deus Ike, senti tanta falta de vcs...

Viagem à Oklahoma III - We'll be friends, now and forever!Where stories live. Discover now