Viagem à Oklahoma III - We'll be friends, now and forever!

Capítulo 12 - Doubts

"Sell me out, sail me down the river

But always keep me at your side

Love me, hate me, all the same

I don't care what it takes

I will keep you warm at night..."

Ao final do quinto e último dia nos estúdios de Mark Hudson eu já parecia ter me conectado de certa forma à cada um da turma.

Fizemos uma Jam Session para encerrar nossa semana de aprendizado e foi, despretensiosamente, uma chance de Hudson ver em prática os talentos de cada um.

Austin era compositor, e fez uma letra no improviso. Helmett era percursionista, Ethan cantor... cada um contribuía para uma parte desse 'feat'... Como a maioria deles era produtor musical ou caça talentos, seria uma boa oportunidade de mostrar a música dessas pessoas. Era lindo ter cada um de uma etnia e de um lugar diferente, histórias de vida diferentes, mas com um mesmo propósito.

Eu já me arrumava na mesa de som com os fones, quando ouço uma voz de fundo:

- Ana toca piano, não temos pianista...

Virei-me, quase que congelando, e fitei Ethan, com meus olhos apavorados:

-E-eu não, quer dizer...

-Ótimo! Ana, Ethan e Helmett podem fazer o arranjo para a canção!- Aplaudia freneticamente Mark Hudson...

Eu ainda tremia, mas não podia dizer nada. Ethan me deu a mão e me puxou para a sala ao lado, junto dos outros.

Entre ansiedade e euforia, sugeri que ouvíssemos o processo de composição e inspiração para entender o que Austin falava na música. Dado esse primeiro passo tudo foi caminhando naturalmente e em pouco mais de meia hora a melodia estava pronta.

A Jam foi um sucesso! Os produtores mais experientes ficaram admirados, Austin sorria a toa! Foi uma forma incrível e emocionante de finalizar nosso trabalho de uma semana, que duraria pra vida!

Vi que um tal de Octavius chamou Ethan de canto e sozinha eu sorri. Ele tinha mandado muito bem no vocal da música, nomeada "Now and forever". Todos ficaram realmente admirados com a voz do garoto, tímido até então, mas que ao entrar em contato com a música se transformou em um verdadeiro intérprete.

Entrei na fila para me despedir de Mark Hudson, com o CD Demo do Hanson nas mãos. Quando chegou a minha vez em abraça-lo ele fez um gesto com a cabeça para que eu entrasse na sala ao lado:

- Olá querida, sente-se... desculpe deixa-la por último, mas falei ontem com Walker Hanson e ele me disse que você tem algo para me entregar.

- Ah sim, claro... Aqui está! – Disse me acomodando na cadeira à frente dele

- Eu acredito que seja melhor ouvir isso com bastante calma... Mas me diga, o que achou desses dias aqui no estúdio?

- Eu achei fantástico! Aprendi muito e pra falar a verdade, não dá vontade de ir embora!

- Pois sempre que quiser, volte! Walker e eu conversamos muito sobre você. Eu vejo um talento e uma curiosidade muito grande no seu olhar e hoje pude ver que vc também coloca a mão na massa! Foi extraordinário! Você já pensou em estar nos palcos?

- Não. Eu não tenho essa vontade... Eu toco pq sou curiosa e foi assim que descobri o amor pela música. Mas eu gosto de extrair algo da música e poder perceber isso na harmonia e na voz. Não sou boa no canto e acredito menos ainda que deveria ser nos palcos...