Aquilo que era

Pastos mais verdes

Como consegues tu alterar-me desta forma?

Como podes deixar-me sem chão,

sem teto, e das paredes já pouco resta.

Como podes deixar-me de coração cheio

e deixar-me tão vazia logo a seguir?

É engraçado que me perguntem porque estou contigo,

faço essa pergunta a mim própria tantas vezes,

que começo a achar que o mundo para de cada vez que a faço.

De outra forma o tempo não poderia passar tão devagar.

E depois vêm aqueles tolos dizer que ninguém pode controlar o tempo,

certamente que não te conhecem.

Só te peço que me largues,

num cais humilde,

num campo abandonado,

ou nos pastos mais verdes,

Só não me deixes cair naquela estrada que tu tão bem conheces,

onde tantos pedaços meus, já outros deixaram.