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Uou.

Faz tempo em que não nos esbarramos, não é mesmo? Perdão pela desordem, vem, senta aqui: Vamos conversar.

Ás vezes a vida pode se tornar um pouco mais bagunçada do que imaginamos. A bagunça, muitas vezes, é virtude de que algo muito bom está por vir. No mundo, no geral, podemos facilmente perceber situações que fogem do nosso controle, como fenômenos naturais no geral, afinal, se nós podemos tornar a nossa própria vida um caos, por que a mãe natureza não o faria?

Um furacão é um exemplo de um fenômeno natural. Na ciência, caracteriza-se comom furacão um sistema circular de movimentação de ar, resultante da formação de um sistema de baixa pressão sobre regiões oceânicas. Todo furacão tem seu olho.

"O olho do furacão" é uma expressão comumente utilizada, e caracteriza-se na região central de uma forte tempestade tropical, na qual, no entanto, persiste tempo calmo, podendo-se mesmo avistar céu limpo. Contudo, possui um outro sentido, onde podem utilizar-se da expressão para indicar perigo.

Uma vez, em meio á guerra, pude facilmente presenciar os dois lados do olho do furacão. Num primeiro momento, um soldado em combate, onde seus companheiros estavam machucados e o mesmo possuía apenas metade de armamento para se defender. Num outro momento, o fim da guerra: A trégua de um olho do furacão. Ao decorrer deste capítulo, você poderá presenciar três momentos onde o olho do furacão se fará presente.

"Quando crianças, Vitória, te conhecer foi como voltar a respirar..."

Puxou o ar dos pulmões, observando atentamente cada detalhe daqueles olhos.

"Te ver é perder o folego."

Vitória manteve seus olhos sob os olhos da morena, mas, por não saber o que fazer, apenas os abaixou e comprimiu os lábios, apertando-os, e levantou do lençol. Bateu as mãos na calça como quem quer afastar uma poeira inexistente e espreguiçou-se, enquanto uma Ana, ainda deitada, suspirava, sentindo-se extremamente estúpida por ter dito o que disse e feito o que fez.

"Acho que já está na hora de ir...", a cacheada diz, "Aninha deve estar esperando por mim."

Ana tenta inutilmente controlar a cara de descontentamento, então apenas levanta-se colocando uma mecha de cabelo na orelha, mordendo o lábio de discretamente.

"Você tem certeza?"

Os olhos de Vitória quase que magicamente fitaram os lábios vermelhos da morena, e a cacheada sentiu sua boca secar automaticamente.

Este é o 1º olho do furacão.

"Sim." Diz, contragosto, e sorri, complacente. Pega suas coisas e caminha até Estrela, que dormia de forma incrivelmente serena. A loira sorri, acariciando o rosto da pequena, e leva os lábios até sua testa. Deposita ali um beijo casto e carinhoso, repleto de afeto e de bem querer.

"Vem, vou te levar até a porta." Ana diz, dando espaço para Vitória passar, e silenciosamente as duas mulheres descem as escadas, encontrando, mais uma vez, os olhares curiosos da família Caetano.

"Mas já, Vivi? Fica mais um pouco!" A matriarca é a primeira a se pronunciar.

"É, Vivi. Aposto que Ana não vai reclamar..." Luana diz e Bárbara gargalha, acompanhando-a. Ana apenas a dirige um olhar repreensor e joga a primeira almofada que vê pela frente na irmã mais nova, que levanta os braços em sinal de rendição, "Calma, calma!"

Envergonhada, Vitória responde: "Desculpa, dona Mônica. Preciso mesmo ir! Aninha e Sabra estão me esperando." Vitória sabia que isso era mentira, apenas queria ficar sozinha – com toda certeza Sabra estaria em algum plantão e Aninha, ocupada demais em maratonar Friends para estar em algum perigo.

Quanto Tempo o Tempo Tem?Where stories live. Discover now