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Eu te amei como a lua ama o sol e te quis como a morte quer a vida. Me entreguei de corpo e alma e não pensei duas vezes antes de me atirar em você. Cair no teu precipício foi como voar por entre as nuvens sentindo o vento soprar leve. Mas eu me joguei num vazio, porque teu amor nunca foi real, pelo menos não o bastante pra te fazer ficar. No fundo eu sabia que nós éramos pontiagudos demais pra encaixar, mas meu corpo insistia em querer o teu e eu me deixei levar. Nós fomos um acidente do acaso, dois corpos em puro atrito tentando colidir permanentemente. Quando nossos olhares não se reconheceram mais, notei que deveria existir um outro alguém, teus olhos não me viam mais como uma órbita transcendente, me viam como um vaga-lume que teve sua luz apagada.

New Orleans, tempos atuais.

Elijah me transformou em uma herege, metade bruxa e metade vampira. Passei séculos vivendo com a família Mikaelson, conheci seus piores lados e continuei ao lado deles.

Séculos vivemos juntos, compartilhamos do mesmo sangue e lutamos lado a lado.

Klaus sempre foi extremamente protetor comigo, um pai e um irmão mais velho. Rebekah sempre foi como uma irmã pra mim e sempre a melhor conselheira.

Bom, e Elijah? Sempre foi o amor da minha vida, juntos tínhamos sonhos, esperanças, planos e, principalmente o amor que nos torna capazes de ousar e enfrentar qualquer coisa juntos. Elijah sempre foi mais duro com seus sentimentos, nunca foi de falar apenas de mostrar nas pequenas atitudes.

"Naquele dia em que você foi embora, em que eu te vi sair pela porta sem olhar pra trás, eu comecei a sair de mim. Ver você ir embora enquanto eu até soluçava de chorar, e você não dar a mínima pra minha dor, me matou por dentro. Eu me vi morrendo. Então eu precisei sair de mim, da minha zona de conforto, eu precisei ir pra longe, pra tentar colocar a cabeça no lugar. Precisei dar um tempo de mim, das coisas, de tudo. Precisei me afastar de tudo pra me reencontrar. Não falei pra ninguém pra onde eu iria, nem quero. Precisei de um tempo sem ter que dar satisfações. E embora eu finjo que não doa, dói sim. E muito. Dói o tempo todo. Mas eu preciso ser forte, eu sou forte. E é assim que tem que ser. Não sei quando voltarei, nem se quero voltar... Mas enquanto eu me dou um tempo, eu sinto as feridas cicatrizarem, aos poucos. As vezes algumas inflamam, e voltam a doer. Mas o melhor remédio que tenho, o tempo, tem me ajudado bastante. Ainda não me sinto preparada pra nada, mas um dia eu me sentirei. E, então, não vai doer mais."

Perdi o amor da minha vida, quando Klaus decidiu que queria New Orleans de volta pra ele. E quando Elijah descobriu que Klaus havia engravidado Hayley e iria ganhar uma filha. E o que mais me dói é olhar pra Heather e ver o quanto ela puxou o pai dela. E como eu iria lidar quando ela crescer e perguntar por ele?

- O que faz aqui Quarteirão? -pergunta um rapaz, moreno alto, praticamente careca e muito musculoso, mostrando suas presas e eu quebro seu pescoço em um estalar de dedos.

- Patético! -digo revirando os olhos.

- Oh meu Deus! -escuto a loira misteriosa gritar apavorada indo pra cima do rapaz. Sentindo seu cheiro humano, sorrio animada.

- Olá, qual o seu nome? -pergunto cínica olhando para a moça.

- Cami... Camille! -disse apavorada e eu sorrio debochada.

- Cami, você conhece Niklaus Mikaelson? -pergunto sorrindo de canto e ela concorda com a cabeça.

- Ótimo! Pois então vamos visitar os Mikaelson! -digo fazendo uma falsa comemoração pegando no braço da garota com força.

Noite de Natal. Obviamente a família Mikaelson está reunida. Camille estava bem arrumada e me contou que era amiga deles e que iria para um jantar na casa deles. Não precisei nem usar a força para fazer ela abrir a boca e não fechar mais a matraca.

Assim que chegamos na mansão dos Mikaelson, pude sentir o clima agradável que estava entre eles e então pude me sentir em casa.

Estava usando um vestido vermelho justo, com alguns detalhes em dourado. Um salto alto preto e meus cabelos estavam soltos e enrolados na ponta como sempre. Uma maquiagem leve, Heather usava um vestidinho também vermelho e seus sapatinhos dourados.

- Um jantar de Natal entre família e eu não estou incluída? Que triste isso! -digo entrando no enorme salão vendo todos me olharam espantados e sem reação, me fazendo dar um sorrisinho diabólico.

The Daughter Of The King || Elijah M. & Kol M.Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt