7. A História

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Acordei decidida a resolver as coisas com a Benedita, mesmo tendo 100 mensagens e 150 chamadas dela no meu telemóvel eu não conseguia fazer isto por telemóvel, teria que ser cara a cara.

Fui até casa dela, a minha mãe levou-me. Toquei à sua campainha e a mãe da Benedita abriu e deixou-me entrar, fui direta ao quarto da benedita. Bati à porta e ela abriu.

Beni – Beatrice! Eu já te liguei uma data de vezes.

Bia – Posso entrar?

Beni – Claro!

Entrei e ela fechou a porta e sentou-se na cama.

Beni – Estas bem? Estás pálida!

Bia – Eu tive uma amiga que morreu! Ela era minha guia como eu sou tua...

Beni – Beatrice, mas o que...

Bia – Deixa-me terminar, por favor!

Ela firmou com a cabeça.

Bia – Eu tinha uma amiga, Megan Monday, ela era do último ano, e encarregaram-na de me guiar pela escola. Ela era fantástica, super fixe, estava sempre preocupada comigo, ela queria saber como eu estava, se eu precisava de ajuda para estudar, se estava tudo bem na escola, em casa, ela era fantástica e super divertida. Nós eramos amigas verdadeiras, mas um dia eu precisava de falar com ela e ela pediu-me que eu fosse ter com ela a um bar para onde ela costumava ir com os amigos, e quando eu lá cheguei... ela estava fazendo algo que me magoou. Ela estava fumando e bebendo, bebendo coisas fortes e muito pesadas, e eu sabia que ela ia ter um teste muito importante nesse dia... e eu sabia que a média dela estava muito baixa. Eu fui falar com ela e perguntei-lhe o porquê de ela estar fazendo aquilo, ela tentou se desculpar, dizendo que era para os nervos e tudo mais, que nunca tinha experimentado, mas dava para ver que a experiencia já era muita. Então eu chamei-a de falsa e mentirosa e disse que para mim tê-la conhecido foi a pior coisa que já tinha acontecido na minha vida.

Beni – Bia...

Limpei as minhas lágrimas.

Bia – Se eu não tivesse dito aquilo... se eu não tivesse cortado relações com ela... talvez ela hoje ainda estivesse viva!

Beni – Tu não tiveste culpa da sua morte!

Bia – Eu tive sim! Eu fui uma covarde! Eu fiquei fula contigo naquela noite porque a Megan já me o tinha dito, com todas as letras iguais sem ponto nem virgula. E eu podia a ter salvo, mas não eu fui uma covarde.

Beni – Oh Bia...

Ela veio me abraçar.

Beni – Ela não te culpa por nada esteja ela onde estiver.

Bia – Eu ajudei a enterrar o seu corpo.

Beni – (Assustada) O quê?

Bia – Conheces uma droga chamada etmipolina?

Beni – Conheço! A festa dos mortos! Os meus amigos de Nova Iorque andavam todos malucos para experimentar essa droga. Mas era muito cara e ninguém tinha dinheiro para isso. Mas porquê?

Bia – Ela tomou essa droga naquela noite. Tu sabes quais são os efeitos?

Beni – Chamam de Boa Noite Bela Adormecida, e festa dos Mortos eu acho que dá para ter uma noção dos efeitos. Mas ela tomou mesmo isso?

Bia – A tua pele começa a errogar, os teus cabelos ficam brancos, os teus olhos ficam branco sem vestígio de cor alguma, o teu corpo começa a criar buracos, feridas que dão de um lado ao outro o teu cérebro pará e depois o teu coração vai parando lentamente.

Manual de Sobrevivência à Adolescência - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora