Dia 16

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"16- Escreva um romance" 

Ok, voltemos a ativa.


Quase era uma tarde qualquer. Tinha tudo para ser uma tarde qualquer, tanto para Yoongi quanto para Jungkook. Bem, tudo exceto a vontade do destino. E sobre isto, caros amigos, ninguém pode ir contra.

 O dia da semana era terça-feira. Yoongi só queria saborear um bolinho, de preferência um de morango, enquanto curtia um pouco de paz durante o único intervalo de seu dia, como de costume. Ele nunca havia estado naquele estabelecimento na rua 9, mas, pelo que ouvira falar, vendiam ótimos bolos, estava ali atrás disso. Aquele lugar cheirava a conforto e tranquilidade, parecia mais do que perfeito para a ocasião nada especial.

— Boa tarde — em sua vez, ele respondeu ao garoto sorridente que estava atrás do balcão.— Eu quero uma fatia de bolo de frutas vermelhas, por favor.

— Um bolo, certo— seu olhar concentrou no computador e, em seguida, voltou-se para o cliente, Yoongi.— Gostaria do chá do dia para acompanhar? Hoje o sabor é erva cidreira.

A pergunta era de praxe, parte da coletânea de frases que o jovem Jeon Jeongguk precisava dizer como atendente daquele lugar. Não reclamava, dizia tudo com um belo sorriso. Enquanto tivesse doce e todo o chá que quisesse no fim do seu dia cem por cento de graça, ele estaria feliz e protegido de qualquer abalo em seu humor.

Bem, ele imaginava que estaria.

— Não, obrigado. Eu não curto— Yoongi lhe respondeu com uma careta.

Jeongguk desconfiou. Em todos os seus trinta e cinco dias de trabalho, nunca havia escutado uma resposta como aquela. Ouvira "nãos", é claro, porém aquela resposta ia muito além de um simples não e aquilo definitivamente era estranho.

— Ah. Gostaria de um chá de outro sabor, então? A xícara sai pela metade do preço— Jeongguk insistiu em prol de tirar a própria dúvida.

Yoongi o encarou com as sobrancelhas juntas por um segundo, questionava a si mesmo se aquele garoto era surdo ou alguma coisa do tipo.

— Não, eu não gosto de chá— disse o que era óbvio e simples para ele. Mas não foi assim para Jeongguk.

Aos ouvidos do jovem atendente, aquilo soou como uma ofensa agressiva e rude que ninguém merecia ouvir. Chocante. Jeongguk ficou pelo menos um minuto inteiro olhando para o cliente baixinho com os olhos esbugalhados e a boca escancarada como se visse o mal encarnado. Por outro lado, Yoongi ficou, no mínimo, muito espantado.

— Como?— Jeongguk duvidou do que ouviu. Seus cérebro não podia crer.

— Eu só quero um bolo, rapaz.

— Você não gosta de chá? — Para o azar de Yoongi, o atendente já não estava mais funcionado na base da razão. O emocional do garoto falava mais alto. E seu emocional estava abalado.

— Não— ele disse, pela terceira vez. Só podia ser um teste para sua paciência. — Então, quanto... 

— Como assim?! Quem no universo não gosta de chá?

Yoongi olhou abismado para o Jeongguk. O garoto excedeu o tom de um atendente tranquilo. Excedeu até o tom de um ser humano tranquilo. No entanto, por favor! Aquilo era um ultraje que ele não poderia permitir que passasse batido. Simplesmente não podia, todas as suas forças interiores clamavam isso.

— Ora, eu não gosto. Tem gosto de água suja. Algum problema?

— Me desculpe, mas isso é um absurdo— ele riu, descrente.— Chá é a melhor bebida já inventada.

30 Days Writing ChallengeWhere stories live. Discover now