Capítulo 3

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*** Alice Duarte***

Estava suando frio, tentava conversar com a Cecília, mas não conseguia relaxar. Fiz uma prece mentalmente para que tudo desse certo e fosse feita de acordo com a vontade do papai do céu e não a minha. Fernanda aparece mais um vez e chama agora a Cecília que é a quarta candidata, desejo sorte ela. Depois de um tempo a duas sai sorrindo da sala e percebo o quanto a entrevista foi Boa, fico feliz por Cecília e triste por mim. A minha esperança se foi mesmo quando Fernanda disse baixinho para um homem que estava próximo dela que eu quase não ouvia o que ela dizia.

-Acabamos de encontrar assistente para Laura.

Logo chamou o próximo para entrevista, daí um tempo passou tão rápido e já era minha vez de ser entrevistada. Caminhei lado a lado dela até entra em uma sala de reunião que parece aquelas que só vi em filmes. Me sento em uma cadeira indicada por Fernanda, na sala só está nos duas. Tento relaxar, mesmo sabendo que a vaga já foi ocupada, dar uma entrevista de todo jeito não é legal.

-Bom dia Alice, analisando seu currículo, vi que você é formada em administração a um pouco mais de um ano, me conte um pouco sobre as suas experiências. - Fernanda pede sorrindo de forma tranquila.

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A entrevista foi boa, mesmo com minha pouca experiência no mercado de trabalho, a Fernanda deixo claro que a vaga de assistente pessoal já tinha sido preenchida, mas que gostou muito da entrevista e aparecendo alguma vaga no RH entraria em contato. Infelizmente eu não tenho a opção de esperar essa vaga aparecer, preciso arrumar um emprego urgente. Indo em direção a parada do ônibus vou fazendo uma prece para que por inspiração divina eu encontre um meio de arrumar um emprego. Uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto, tento afastar a tristeza. Tudo tem um propósito, lembro.

Ao pegar o ônibus, o caminho de uma hora no calor do fim da manhã com ônibus lotado e dessa vez indo em pé parece uma tortura, tento afastar sentimento de impotência que vem com tudo para cima de mim. "Nem tudo acontece como a gente quer menina, as nossas conquistas só vem com uma boa luta e quando lutamos as vezes acabamos feridos, mas lembre que tudo isso é para que venha algo melhor" - Isso era o que minha avó dizia quando as coisas não estava bem, quando não saia nada planejado e ela tinha sempre razão.

Desço uma parada de ônibus antes da minha casa e vou na casa da dona Salete. É só ela e a filha que moram juntas, ela fica muito sozinha pois Sabrina a filha dela trabalha a noite, de manhã estuda e dorme o resto da tarde para a noite começar mais uma jornada de trabalho.
Chegando na casa da dona Salete a vejo limpando a frente da casa. A casa é pequena mas bem aconchegante.

-Bom dia menina Alice! - Dona Salete fala me cumprimentado.

-Bom dia Dona Salete. - Falo tentando desmostrar a mesma animação que a dela.

- Minha menina você não está bem, vamos entrar e você me diz o que aconteceu, quem sabe assim melhora. - Ela fala me levando para dentro da casa.

A sala da casa é pequena tem dois sofás uma estante com uma TV 32 polegadas ligada em um programa da TV aberta. Ela pega o controle remoto desliga a televisão e senta em um dos sofás me chamando para ficar ao seu lado. A dona Julieta e dona Salete são tão amáveis comigo e no momento é o mais próximo que tenho de uma mãe. Sento ao lado dela e choro por tudo que está dando errado na minha vida, pela falta de solução para os meus problemas.

-Pode chorar querida, as vezes necessário colocar para fora o que nos sufoca. - Ela diz me abraçando enquanto meu corpo treme em meio ao choro.

-E-eu estou t-tão perdida. - Falo tentando me acalmar. - Eu perdi minha irmã, tenho uma criança que depende de mim, não tenho emprego, vivo de favor por que a Cassia ainda permite. - Volto a chorar.

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