Capítulo 7

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POV Isabela

Tenho trocado mensagens com Artur há alguns dias e combinamos de sair hoje à noite.

- Que tal, Ana, como estou?

- Linda como sempre. Adorei o que fez com a maquiagem. Me ensina?

- Ora, o que te deu para querer se arrumar?

- Não é você quem diz que preciso cuidar melhor de minha aparência?

- Tudo bem, mas tem alguma coisa mal explicada aqui...

- Deixa de conversa mole, o Artur deve estar chegado.

- Estou tão ansiosa, e se ele não gostar de mim?

- Não seja boba, vocês têm conversado o tempo todo pelo celular, não pode ser tão diferente ao vivo!

- Fico com medo de ficar inibida. Não ri, Ana, é sério!

- É difícil imaginar você constrangida. Mas te entendo, ele é importante, não é?

- Sim, nunca me senti antes assim. Dá até medo...

- Por quê?

- Ele parece um cara bom, mas tem uma fama de namorador, de não levar nada a sério. Você sabe que apesar de maluquinha, como diz, em relacionamentos, sou antiquada.

- Saia hoje com ele, converse, sonde o terreno. Se perceber que ele quer só diversão, para de vê-lo.

- É o que pretendo, mas será uma decepção enorme.

- Não sofra antes da hora! Talvez ele apenas não tenha encontrado alguém para se relacionar.

- Tem razão, nada de tristeza e insegurança. E seu mocinho dos livros?

- Coloquei um bilhete no último volume.

- E deixou também seu nome e telefone?

- Não, de jeito nenhum.

- Mas como vão manter o contato após o término da saga?

- Não sei se vamos, para quê?

- Ana, você não disse que ele é um cara legal? Por que não manter a amizade?

- Ele não falou nada também. Vou aguardar seu último bilhete.

- Não seja tão orgulhosa! Estamos falando de fazer um novo amigo e não de um pedido de casamento.

- Eu sei, mas sabe como sou tímida. E se ele pensar que quero algo a mais?

- E se ele for inseguro? Afinal você que começou com os recadinhos.

- Vou pensar. Ele falou algo sobre ler a saga do Império em seguida, talvez deixe um bilhete por lá. A campainha tocou, deve ser o Artur.

- Estou bem, mesmo?

- Está ótima, já disse. Vai lá, boa sorte.

POV Artur

Chego em seu apartamento às 19:30h. Aproveitei que não tenho aula nesta sexta-feira para convidá-la para sair. Percebo que estou segurando a respiração enquanto a porta não é aberta. E fico totalmente sem ar quando se abre e a vejo. Está ainda mais linda, num vestido azul escuro que ressalta sua pele clara. Seus cabelos castanhos estão presos só de um lado e seus olhos são os mais maravilhosos que já vi. Um tom escuro de marrom, que parecem transparentes como vidro, mas de uma profundidade sem fim. Apenas percebo que ainda não falei nada quando vejo sua expressão confusa.

- Oi, minha Bela, está incrível!

- Obrigada, você estava com uma cara meio estranha.

- É você, que me deixa desnorteado.

- Qual o problema desses caras da publicidade. Decoram listas de frases bregas?

- Artur, deixe-me te apresentar a minha irmã mal educada. Esta é a Ana Clara. Não liga para seu comentário, é por culpa do seu colega Rodolfo. Ela não suporta suas cantadas.

- Prazer em te conhecer, Ana. Te entendo, aquele cara é insuportável.

- Gostei de você só por não ser amigo do Rodolfo. Ele não me deixa em paz.

- Já percebi e até dei uma dura, mas ele é muito sem noção. Vamos, Bela?

- Sim. Até mais, Ana. Boa aula.

- Tchau, divirtam-se e não demorem.

Isabela rola os olhos e descemos.

- Sua irmã é paga para te vigiar?

- Não, é só preocupada. Tem aquele jeito mal humorado, mas é muito divertida entre os mais próximos.

- São só vocês duas ou há mais irmãos?

- Temos um menor, o João Vitor, com 17 anos. E você?

- Não, sou um filho único mimado.

Ela ri alto e não me canso de sua risada. De como me sinto vivo perto dela e cheio de esperança. Como se não houvessem dias ruins mas só sol, céu azul e felicidade.

Comemos em uma lanchonete próxima a seu apartamento e ficamos conversando e rindo até 11h.

- A noite foi ótima, obrigada!

- Podemos repetir, o que acha?

- Que vou adorar - seu sorriso não deixa dúvidas e me faz o cara mais feliz do mundo.

A deixo em seu apartamento e vou embora sorrindo. Combinamos de ir dançar amanhã e sei que contarei os minutos até vê-la de novo.




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