Capítulo IV: Cafunés, flores e para que servem as amigas

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Toda a névoa de felicidade que a envolve após o fim de semana relaxante, termina na segunda-feira às 10:46.

O sábado tinha sido incrível, com o seu jantar caseiro aconchegante e Kara a fazendo prometer que ela faria aquela torta no próximo dia de Ação de Graças. O domingo foi muito mais preguiçoso, com toda a chuva que cobria a cidade, a única coisa que as duas fizeram foi uma maratona de Brooklyn 99.

A segunda-feira, no entanto, estava sendo um estresse. Logo após a sua reunião enfadonha com seu atual CFO, ela recebe a notícia de Jess. Supergirl está esperando por ela em seu escritório, de costas para a porta, observando a visão das suas novas janelas, com os ombros retos e a postura seria.

- Lena.

- Supergirl. - Ela mantém seu tom de voz neutro, mesmo que a tenha deixado um pouco nervosa saber que Supergirl reconhecia sua presença sem sequer se virar. - O que te traz hoje a L-Corp? Espero que uma visita social desta vez?

- Infelizmente, não. - Responde a heroína se virando e Lena percebe pelo olhar no seu rosto que seja lá o que a traz ali, não é uma boa notícia. - Lillian está sendo procurada por sua ligação com uma série de sequestros de alienígenas. Suspeitamos que ela possa estar tentando restabelecer Cadmus.

Lena respira fundo e se move lentamente pela sala até o seu jarro de água, com os olhos de Supergirl a observando com atenção - não de uma forma suspeita, como se desconfiasse dela, mas como se ela soubesse como ela se sentia e se preocupasse que algo poderia a quebrar a qualquer momento.

Isso não vai acontecer, mas saber que a heroína de National City se preocupava dessa forma, deixava seu estômago com uma boa sensação.

- Eu tenho que confessar que não estou de fato surpresa. - Ela derrama um copo de água e toma um gole rápido. - Você está?

Supergirl parece não saber o que dizer.

- O número dos simpatizantes a sua causa deve ter aumentado após a invasão Daxamita. Mas você já deve saber disso também, o que eu posso fazer para ajudar? - Lena pergunta com uma preocupação genuína. Ela quer ajudar com tudo que tem, querendo impedir a todo custo que outra má publicidade arruíne seus financiamentos recentes para ações de caridade e tecnologias sustentáveis.

- Só... deixe-me saber se você ouvir alguma coisa, ok?

- Claro. Eu vou.

- Eu vim porque queria que você soubesse dessa informação com alguma antecedência, antes que a notícia espalhe pela mídia e alguém tente te questionar.

- Como a NCPD quando eles aparecem com algemas e um interrogatório para fazer? - Pergunta ironicamente e Supergirl estremece.

- Sim, ma-

- Eu sei. Obrigada assim mesmo. - Lena faz uma pausa arrastada. Havia tanto a se pensar. - Sério, eu compreendo. E eu sei que já deveria estar acostumado com isso de ser uma Luthor, mas as vezes eu esqueço como não é realmente possível.

- Lena, você não é sua família.

Há tanta convicção nos olhos de Supergirl que Lena quase acredita nela.

Por isso ela recua.

Não era fácil ser alguém com tantos problemas de confiança.

- Mais alguma coisa? Eu tenho uma reunião às 11 horas.

Ela não quer ser grossa com a heroína, mas também não saber o que fazer com seus sentimentos com ela ali.

- Não, mas você sabe como me chamar se precisar de qualquer coisa.

Um Lar para Lena Luthor ♙ supercorpWhere stories live. Discover now