Capítulo VII: Um lar, uma família e Lena pode chorar

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Conforme as semanas passaram, Lena começou a perceber como os horários de trabalho na CatCo eram completamente insanos e exaustivos. E se até mesmo ela estava achando isso (a pessoa que é chamada e "trabalhadora-em-série"), não tinha como aquela ser uma rotina saudável para sua amiga.

Na realidade, não havia sequer uma rotina nos seus horários. Em certos dias Kara saia antes dela acordar e ainda conseguia voltar para o café da manhã, outras vezes elas só se viam no jantar. Lena sabia que Kara estava focada na linha investigativa de notícias, e das tendências de Cat Grant fazer pedidos estranhos em horas inapropriadas, mas beirava a exploração que sua amiga precisasse sair no meio da noite de casa, só para voltar, tomar um banho e voltar para a cama.

A CEO sabe que não tem a menor credibilidade para pedir hábitos saudáveis de alguém, contudo, ela se preocupa com Kara e elas acabam conversando sobre terem horários de trabalho menos absurdos. Acabam virando tópicos da conversa outras pequenas questões, como Kara deixar embalagens vazias de leite e suco de laranja na geladeira, ou Lena usar fio dental já sentada na cama (o que ela acha ridículo, já que não é culpa sua se ela consegue ser multitarefa).  Problemas clássicos de quem acaba compartilhando uma casa.

Aquela não é a única conversa sobre regras de convivência que elas têm, mas acaba marcando Lena por ser a primeira. O diálogo era algo que realmente funcionava entre as duas. Tanto que, mesmo eventualmente, quando elas acabavam brigadas, nunca se passava mais do que poucas horas até voltarem a se falar e fazerem as pazes.

Lena detesta estar brigada com Kara. É uma porcaria. Por isso, quando elas fazem as pazes com sorvete, também fazem várias promessas para não deixar que o assunto inicial seja um problema novamente. Ela precisa de Kara e por algum motivo inexplicável, Kara também precisa dela.

Uma melhora a outra de uma forma tão profunda e especial, que Lena, por vezes, prefere não pensar a respeito. Era melhor não pensar no quão perigoso é ter alguém tão perto do seu coração. No quão perigoso é confiar tanto em alguém.  Em como seria difícil suportar a dor, se Kara a traísse como todos os outros fizeram.

Por isso, não pensar a respeito era muito melhor.

Ajuda a manter as coisas mais simples.

Os problemas mais simples.

Por isso, Lena quase aproveita quando Kara faz toda uma palestra do TED só para convencê-la a não trabalhar nos fins de semanas e a dormir todas as oito horas que ela supostamente precisa. Porque isso demonstra como Kara se importa. E a faz superar, ao menos um pouco, seu medo de se envolver demais, de confiar demais e, de falar as coisas que a preocupa em Kara só engolindo comidas caloricas e odiando vegetais.

Porque Lena também se importa. 

Aquilo as solidifica ainda mais. Com uma verdadeira rotina paralela à de seus trabalhos se construindo, onde uma se preocupa em saber como a outra está e aprende exatamente o que fazer nos seus dias mais estressantes. 

Oh, e eles não são poucos.

Reuniões insuportáveis com o Conselho Financeiro eram uma das principais causas (ainda mais no período que ela percebe que vai substituir seu CFO incompetente), seguido dos problemas que apareciam por ela ser uma Luthor e dos seus dias dolorosos com cólicas menstruais.

Naqueles momentos, como se Kara não fosse incrível o suficiente, esta sempre surgia com uma almofada de água quente para o seu abdômen e com a oferta de uma excelente massagem nos pés.

Oh, sim, Kara dá a melhor massagem dos pés.

Sério, a melhor de todas. Tanto que os sons que deixavam os seus lábios sempre beiravam ao pornográfico.

Um Lar para Lena Luthor ♙ supercorpWhere stories live. Discover now