Capítulo IX: O plano, pizzas e a invasão Daxamita não foi tão ruim assim

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Acaba não sendo uma noite muito fácil.

Seu motorista foi buscá-la no restaurante onde ela deveria ter tido um jantar incrível com Kara, parou ao seu sinal em uma loja de bebidas à algumas quadras da L-Corp e depois a levou de volta para a empresa. Aquela era sua melhor opção para terminar a noite.

Beber sozinha no restaurante, ou em algum bar de um hotel caro poderia ser muito problemático e gerar notícias inconvenientes de se lidar sóbria amanhã. Seu escritório era a escolha certa para um pouco de paz. Era seguro na medida do possível, com um sofá confortável o suficiente e livre de encontros constrangedores com Kara Danvers.

Era tudo que Lena queria naquele momento.

Por isso, assim que ela entra sua sala, seus saltos são chutados dos seus pés e um dos copos do bar vão para as suas mãos. Há muito ar fresco entrando no escritório pela varanda aberta, embora a noite pareça nublada e prestes a ser tomada por uma grande tempestade.

O primeiro gole de vodca queima sua garganta, antes que ela pegue toda a garrafa e leve para a sua mesa. Nada como sua cadeira giratória para se tomar algum álcool e olhar as estrelas, mesmo que não existisse mais nada para sentir.

Sim, Lena ainda se sente entorpecida pelo que aconteceu. Foi ridiculamente rápido. Um minuto ela estava beijando Kara, tentando afastar a atenção indesejada do babaca de terno azul, e no minuto seguinte ela estava beijando Kara de novo. Com voracidade, com fome, com todos os malditos sentimentos que queimavam seu peito naquele momento.

Lena passa um dos dedos sobre os lábios, lembrando-se do gosto da boca de Kara, sendo doce misturado à algum salgado, como se ela tivesse acabado de comer a azeitona de seu martini. Um gosto que ela não faz a menor ideia de como esquecer.

Oh, céus. Ela beijou mesmo sua melhor amiga.

O que diabos ela estava pensando?

Ela ri da própria desgraça e se serve de mais uma dose de vodca. Era um brinde solitário ao seu fracasso. Afinal, claro que ela iria arruinar isso também, o melhor relacionamento da sua vida. Lilian deveria estar orgulhosa do seu fracasso naquele momento.

As horas passam e Lena não sabe quanto tempo fica na mesma posição, tomando o mesmo liquido e lamentando os meus erros, embora seja o suficiente para seus olhos cansarem de ficar abertos. Ela sabe que não quer dormir agora, pois uma parte ainda mais idiota de si (se é que era possível) ainda tinha alguma esperança que Supergirl pousaria naquela varanda a qualquer momento.

Mas Kara não apareceu.

Aquilo machucou um pouco mais. Talvez fosse um drama exagerado, mas agora não ter Kara dói mais do que ela lembrava. Agora ela não tem como duvidar de mais nada. Só existe certezas em seu peito sobre amar Kara Danvers. O tipo de amor que faz você querer passar o resto dos seus dias escolhendo o que comer com aquela pessoa, dividir os cobertores e ter todos os apelidos clichês da face da terra.

Mas também do jeito que ela quer ter Kara debaixo dela, com aquele cabelo loiro estendido no travesseiro atrás de si, enquanto o nome daquela deusa alienígena sai dos seus lábios contorcidos em prazer. Ela quer poder amá-la de todas as formas possíveis.

Lena toma outro gole, grata pela queimadura na garganta, porque a distrai de todas as outras dores na sua alma.

Ela está apaixonada por sua melhor amiga.

Não há nada a se fazer sobre isso.

Ela fica sentada naquela cadeira até a chuva cair torrencialmente e o frio a fazer tremer. A garrafa é levada consigo, depositada no balcão do seu bar, enquanto ela verifica seu telefone. Não há notificações de Kara, mas isso ela já esperava.

Um Lar para Lena Luthor ♙ supercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora