Harry in Wonderland [❀ls fanfiction ❀]

Chapter III

Episode: Oceans - Seafret

(Notas da autora: ouçam o capítulo com a música)

Na manhã seguinte Louis abriu seus olhos como se estivesse esperando acordar sozinho, realizando-se que tudo não passou de algum sonho bizarro de um adolescente com hormônios... o que não aconteceu. Porque Harry ainda estava ali. Em seus braços.

Isso nunca foi estranho antes, em nenhuma vez de seus seis anos de amizade. E, ineditamente, agora estava sendo.

E okay ele estar surtando internamente porque ele masturbou um garoto... mais especificamente seu amigo de longa data, o que acaba por adicionar um ponto extra em sua lista de "inconveniências"... coisas da vida.

Aparentemente ser adolescente também é ter atitudes duvidosas sobre si próprio o tempo inteiro.

"Bom dia, Pardal Azul " a voz rouca e hesitante entrecortou sua linha de pensamentos estranhos, despertando-o com uma espécie de choque e adrenalina condensados em seu estômago.

Ele olhou para baixo encontrando Harry com seu rosto inchado de sono o encarando, um sorriso doce e fácil ali com as covinhas... porque... porra, porque Harry sequer estava ciente da situação, do que aconteceu ou qualquer coisa. Ele era só um menino que acordou sereno e bocejava cansado.

"Oi, como você está?" perguntou hesitante, um misto de medo e precaução estampados em seu cenho franzido, o qual Styles ignorou totalmente e se aninhou mais em seu ombro, suspirando feliz.

"Bem, muito bem". Havia esse brilho calmo com certa intensidade que estava sempre presente no olhar de Harry para si.

Naquele momento Louis percebeu que se Styles nunca faria algo grande daquele ocorrido, não haveria razão para ele se remoer também.
Eles estavam bem. Nada tinha mudado.

~

Algo tinha mudado.

Tudo que sua mente estúpida e indecente projetou foi a repetição daquele episódio de um Harry desavisado se desfazendo sob sua mão. Louis sequer fitou especificamente seu pau, mas sua cabeça bizarra recriava o possível cenário com muitos detalhes que ele não sabia de onde tirou para imaginar.

Louis não gostava de pênis. Não gostava de garotos.
Ele não possuía nada contra quem curtia, embora. Haviam dois meninos assumidamente homossexuais em sua escola que eram divertidos e ligeiramente extravagantes e Tommo gostava de conversar com eles mas nunca sentiu qualquer fagulha de atração.
E assim nos próximos dias o máximo que pôde usar como defesa para si próprio foi a desculpa que "ninguém não se excitaria com um pornô ao vivo".
Mas, quanto mais as noites caíam menos ele se convencia.

A ideia de que agora Harry provavelmente conhecia a punheta por sua causa tanto o frustrava quanto o incendiava. Ele idolatrava a inocência de Harry, sempre idolatrou. O fato dele existir em seu universo único e maculado simplesmente soava mágico. Contudo, a ideia de que ele provavelmente apresentou o prazer a Styles instigava algum recôndito obscuro e energético no fundo de seu estômago, com essa ansiedade anônima correndo sob suas veias.

Demorou cerca de uma semana para Tomlinson projetar que talvez ele pudesse gostar de garotos.

Levaram duas semanas para Tomlinson aceitar que gostava de garotos.

Três para que ele cogitasse estar atraído por Harry.

E, no quarto, ele já estava com essa suspeita de uma paixonite platônica definida em seu consciente.

Okay. Louis não era burro. Ele poderia ser diversos adjetivos depreciativos porém não burro.

Divagar sobre Harry sempre foi natural.
Mas... ultimamente suas divagações continham alguns exageros que denotavam essa sua inclinação para adora-lo de uma forma exclusiva.