Chapter XX

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Episode: Rosyln - Bon Iver

É incrível e até um pouco clichê o quanto as pessoas procuram alívio em histórias de romance.

Talvez a rotina nos quebre, a vida nos quebre, e existir quebrados exige alguma redução de danos, algum ponto de fuga, algo que nos motive minimamente a acreditar que vale a pena passar por todas as montanhas e penhascos ao longo do caminho.

E assim sobrevalorizamos os clássicos de Hollywood, os contos de fadas da Disney, e tornamos romances como o de Jane Austen best-sellers mundiais.
Porque comprar a ideia do amor é mais barato do que o preço de uma existência sem ele.

O amor é reconfortante. É seguro. É fiel.
Funciona como um analgésico no organismo, programado obstinadamente para apaziguar a dor que nos corrói por dentro.

O grande problema é: essa dor é intermitente, e está acoplada a nós desde o momento em que nascemos até o último dia em que respirarmos.

A dor faz parte da vida tanto quanto para se ter o roxo você precisa do azul e do vermelho.
A dor e o amor.
A dor é a nossa doença incurável,
E o amor um tratamento paliativo.

Mas, afinal, do que estamos tentando tanto nos curar?

"Harry... Harry...." Louis murmurou desviando um pouco o rosto para o lado, não tendo sucesso já que a boca faminta alheia pressionava-se novamente contra a sua "Não tenho ar, Harry".

Dessa vez Styles o ouviu.
E parou por dois segundos.

É só que nos últimos quinze minutos desde que aquela grande faísca se ascendeu nos olhos dos dois e eles cederam à nostalgia e ao desejo... bem, não descansaram por um minuto.

Eram lábios e línguas e ofegos que não demonstravam intenção de parar.

Louis meio que amava isso.
Amava como Harry era um grande menino entregue, feroz e insaciável que aparentava disposto a consumir o máximo dos beijos de Louis que conseguisse, envolvendo os braços em sua nuca e empurrando-o até que Tomlinson estivesse prensado contra a parede sem escapatória para fugir.

Amava que sua barba mal feita fazia cócegas no outro quando Tommo relava o rosto de leve na curva de seu pescoço, só para sentir seu cheiro. E Harry estremecia, se arrepiava, e arfava. Amava suas línguas procurando uma sincronia, e as peles quentes se tocando com desespero, saudade.

E Louis amava mesmo.
Todavia seus pulmões precisavam de oxigênio para que ele não desmaiasse logo ali, algo que o pulmão de Harry, por exemplo, provavelmente não fazia questão, já que o jovem era incansável.

"Harry... ar!" Tommo alegou, arfando, empurrando delicadamente o maior pelos ombros para que Styles entendesse o recado.

Oh, e que linda era aquela cena.
Quando o loiro se distanciou um pouco, Louis pôde olha-lo apropriadamente. Tudo para descobrir como Harry era um adorável rapaz completamente corado, inspirando fundo também por ar, piscando seus longos cílios com certa frenesi e exibindo esse sorriso tímido com covinhas.

"Ops... me desculpa" falou sem jeito, suas bochechas muito vermelhas e os olhos grandes fitando fixamente o menor "acho que me empolguei".

"Não se preocupe, carinho" Louis disse rindo, inclinou-se para frente e apoiou sua testa na de Harry "ainda teremos uma vida para isso".

Styles assentiu visivelmente animado "sim, sim... mas mais tarde pode me beijar novamente?".

Ele era tão....tão.

"Claro, você acha que eu teria autocontrole para não te beijar?" Tommo questionou fingindo indignação.

Harry sorriu.
"Espero que não tenha".

Harry in Wonderland  [❀ls fanfiction ❀]Where stories live. Discover now