XXIX- Do I wanna know?

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Bianca's POV


Meus olhos ainda nem estavam abertos, mas eu podia sentir uma dor de cabeça monstruosa já presente. Me remexi na cama por alguns segundos, esticando os braços e as pernas para buscar a coragem de levantar, até que me lembrei que alguém deveria estar ali do meu lado. Tateei a parte vazia da cama ao meu lado, buscando qualquer sinal de um Chris que não havia voltado.

A preocupação começou a me assolar. 

Levantei rapidamente, procurando o meu celular no meio do vestido e da bolsa jogados no chão ao lado da cama. Finalmente encontrei o aparelho, ligando e buscando as notificações certas.

Elas estavam lá, com uma explicação que me deu um leve arrepio na espinha. A mãe de Chris queria falar com ele sobre mim... 

Mandei apenas um "bom dia, daddy. como estão as coisas?" mas sabia que ele provavelmente estaria dormindo. Eram três da tarde, Chris tinha que aparecer em duas horas para irmos ao aeroporto. Resolvi tomar uma ducha (muito necessária, pelo estado do meu cabelo e a mistura de bebidas derramada em mim), colocando uma roupa bem confortável, um boné preto que cobria grande parte do meu rosto e um óculos de sol com as lentes bem escuras, já que não estava a fim de me maquiar para disfarçar a cara de derrotada.

Desci ao saguão do hotel, vendo um grande salão bonito e cheio de tons creme e dourado nas paredes. O brunch ainda estava sendo servido, então aproveitei para pegar alguns waffles, morango, chantilly e uma boa xícara de café. Olhava o celular de cinco em cinco minutos enquanto comia, procurando qualquer notificação de Chris. 

Voltei ao quarto, vendo que já eram quase quatro da tarde. Resolvi arrumar todas as malas, incluindo as do Chris. Ele não havia levado quase nada, na verdade. Deixei tudo pronto para sair, ainda me sentindo entediada ao ver que não eram nem cinco.

O celular tocou.

Corri até ele, batendo o joelho na cama e amaldiçoando todas as pessoas do mundo logo depois, esperando alguns segundos para atender.

Mas não era Chris. 

Uma chamada de vídeo se iniciou, logo mostrando o rosto de uma mulher loira, olhos azuis, trinta e oito anos. A minha mãe postiça.

-Bianca do céu, que cara é essa? -Gisele encarava minhas olheiras. -Tá de ressaca, né, maldita? 

-Sim, Gi. Mas prometo que foi uma noite normal, saudável e com pessoas boas que não tem passagem pela polícia! -um sorriso já estava em meus lábios pela preocupação dela.

Gisele Bündchen é a musa inspiradora de qualquer menina que entra no ramo da moda. Porém, ela já havia se aposentado alguns anos atrás, se reservando para trabalhos que realmente chamassem sua atenção. Eu a conheci em um evento no Brasil que arrecadava fundos para um hospital de câncer. Imediatamente, nos demos muito bem, pedi dicas de carreira, trocamos telefones... Ela esteve ao meu lado durante a minha ascensão, me ajudou a escolher minha primeira casa nos Estados Unidos... Gisele era como uma mãe. Porém, durante os meus eventos com drogas, eu acabei a afastando. Sabia que ela conseguiria me tirar daquilo, se soubesse, mas não queria trazê-la para o inferno de ficar de babá de uma garota de vinte e poucos rebelde e problemática enquanto ela tinha toda uma família para cuidar.

Depois que saí da rehab, voltei a responder as mensagens dela, explicando um pouquinho toda a situação. Eu sentia a falta da minha mãe Gi, principalmente de ficarmos falando idiotices em português para confundir todos à nossa volta. 

-Ah, e tem algum cara loiro e bonito envolvido nisso? -o sorriso sugestivo dela me deixou ainda mais feliz.

-Talvez...

-VOCÊ ESTÁ APAIXONADA? EU VIVI PRA VER ISSO! -agora ela estava mais animada, quase enfiando a cara na câmera. 

-Nós precisamos marcar um café da tarde, senhora Brady. Não admito mais você estar tão atrasada na minha vida amorosa. 

-Eu concordo plenamente, senhorita Dantas. Sábado que vem as crianças vão acampar, você vem passar o fim de semana aqui! -ela olhou para trás, para algo que eu não conseguia ver. -Vivi, olha quem tá falando comigo!

Alguns segundos depois, uma menininha loirinha, com laços brancos no cabelo, apareceu toda curiosa na tela. Sua expressão surpresa e seu sorriso foram impagáveis.

-TIA BIANCA! -Vivian gritou, assustando nós duas. -Quando você vem brincar comigo? 

-Semana que vem, Vivi. Prometo de dedinho. -exibi meu dedo mindinho na tela, sendo acompanhada por Vivian. 

Eu era um tipo de madrinha da Vivian, a filha mais nova da Gisele. Estava lá quando ela nasceu, sempre fui apaixonada por aquela criança. Mais uma das pessoas que eu perdi quando comecei a usar... Coisas.

-Tudo bem, agora vamos deixar sua tia descansar. Tchau, Bi! Nos falamos mais depois!

-Tchau, Gi. Beijos!

A chamada foi encerrada, deixando um grande sorriso no meu rosto. 

Eu ficava feliz quando me sentia... Normal.


Assim que a tela voltou ao normal, pude ver as ansiadas novas notificações de Chris.

"Bi... Por favor, não fique brava."


Assim que li essa frase, já comecei a me preparar para algo ruim.


"Minha mãe pediu desculpas por tudo, inclusive queria te conhecer. Eu disse que estaríamos indo embora hoje, aí ela deu o maior showzinho. 

Meus sobrinhos também ficaram pedindo e pedindo para eu não ir embora. Fiquei com muita dó e acabei prometendo ficar o fim das férias aqui. 

Por favorrrrr, não me odeie por te deixar ir embora sozinha!!!"


Bufei, vendo que ele realmente tinha me dado um grande bolo naquele dia. Não que não estivesse feliz por vê-lo se entendendo e ficando ao lado da família, mas eu só fui até aquela festa exatamente por causa de alguém da família e agora estava sozinha em um quarto de hotel. 

Decidi nem responder, apenas pegando as coisas que estavam ali e indo em direção à recepção para fazer o check-out.

addicted to you {chris evans/adriana lima}Onde histórias criam vida. Descubra agora