60• Epilogue.

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Bonnie suspira aliviada ao deitar em sua cama depois de vinte dias longe da mesma. Mesmo gostando de viajar em suas férias, nada melhor que reencontrar o conforto do seu colchão; do seu lar.

Depois de duas horas descansando da longa viagem, levanta-se, indo até o banheiro, parando em frente ao espelho  acima da pia, e olha o seu reflexo levemente abatido. Bonnie sorri sem desgrudar os lábios, voltando a se sentir vulnerável.

Era sempre assim: ocupava sua mente com o trabalho, e quando não estava nele, sua amiga; Laurel, a levava para uma distração. Porém sempre que voltava pra casa, ele voltava em seus pensamentos.

Enquanto deixava a banheira encher, Bonnie caminha a passos curtos até a sua míni adegas de vinho e, retira uma garrafa pegando uma taça deixando-os em cima da borda, desligando a torneira, se despindo em seguida.

Era isso que ela precisava: um banho de banheira acompanhada por umas boas taças de vinho.

Perdeu as contas de quantos minutos ficou com a água acima do seus seios, só saiu quando seus dedos já estavam enrugados e quando bebeu há última gota da sangria frutífera.
Cubrindo a sua nudes com o roupão branco, Bonnie voltou até as adegas, voltando há se embebedar. E, como nas outras vezes, a mesma cena se repete:  caida na sala, deitada em seu tapete beje felpudo, suas lágrimas caem de seus olhos, deixando ainda mais o seu estado deplorável.

🔐

— Não acredito que você bebeu daquele jeito novamente...

Bonnie respirou fundo, já sabendo do sermão que viria pela frente. Odiava quando a sua amiga se metia em sua vida, ainda mais quando a garota não a entendia. Era fácil julgar quando se tem um noivo que está com você o tempo todo, enquando o seu homem está na cadeia.

—...Você é uma mulher com responsabilidades agora, Bonnie! – voltou a prestar atenção no que a sua amiga dizia.— Parece até uma alcoólatra bebendo sem controle. Ele não está aqui, então siga em frente e esquece esse cara!

"Siga em frente"

"Esquece ele"

Durante esses cincos anos, essas palavras são as que Bonnie mais tem ouvido e, também  são as coisas que ela mais detesta em ouvir.

É impossível esquecer, Shawn; o homem que ela ama. É improvável seguir em frente, quando seu corpo rejeita qualquer aproximação de outro cara.

Era doloroso ouvir essas súplicas vindo da amiga, mas para Bonnie, o pior fora ter ouvido as tais palavras do cara que ela ama.

Shawn amava quando a sua garota o visitava uma vez por semana. Durante dois anos, todas as sextas-feiras, Bonnie estava lá com o seu melhor sorriso ao ver Shawn e poder abraça-lo. Eram só dez minutos que permitiam, mais para o casal, já era o suficiente para matar às saudades acumuladas.

Mesmo feliz em ver a mulher que ama, assim que acabavam as visitas, Shawn chorava por não ter tido mais uma vez a coragem de acabar com o lance que tinha com Bonnie. Como ele nunca a pediu em namoro, então sem rótulos para o relacionamento, mas o amor entre os dois era escancarado para quem pudessem ver. Até os outros detentos comentavam entre sí sobre o casal Bonnie e Clydecomo eles se referiam há Bonnie e Shawn.
Não era justo deixar alguém espera-lo por tanto tempo. Bonnie não merecia isso, mesmo com a possibilidade dela namorar e casar com alguém que não seja ele. Shawn estava convicto em liberta-la.
No momento que fora preso, ele sentiu que Bonnie também tinha uma algema nos pulsos. Ela estava presa à um detento, e numa desta sexta-feira, Shawn criou coragem e a libertou, mas não imaginou que teria partido o coração de Parker.

Um ano depois, Bonnie se formou na faculdade, e como as suas visitas se tornariam "proibidas", pediu há Karen – mãe de Shawn– que o deixasse informado sobre o diploma.
Shawn ficou feliz, e chorou. Aliás, todas as noites ele chora: pela sua mãe, pela Bonnie e por Charlie.

Charlie, por sua vez, teve seu julgamento, e como previsto pelos seus antecedentes e por mal comportamento na cadeia, pegou 38 anos de prisão; em regime fechado.
Tyler e James, pegaram os mesmo 8 anos de Shawn. Já cumpriram 5 anos; restam três.

Três anos depois.

Bonnie sorria feliz em ter nos braços a bebê Sophie. A vinda da pequena fora a primeira coisa boa em oito anos em sua vida.
A princípio, ela achava que seria um homenzinho, mais nos quatro meses, chegou a confirmação que seria uma garota.

Soph seria a salvação da mulher que passou esses anos em depressão. A criancinha de apenas oito meses, deu uma alegria que nem mesmo Bonnie achou que seria possível sentir novamente, ela voltara a viver.

Sophie coloriu a vida de Bonnie.

— Você é o bebê mais lindo que eu já vi. – a bebê resmusgou, soltando um sorriso que mostrou dois dentes que estavam nascendo. Esses momentos com Sophie enchia o coração de Bonnie de felicidade.

— Devolve a minha filha agora. – Laurel pegou a criança do colo da amiga, para amamentar Soph. — Estou pensando em tirar ela do peito, doi demais quando ela resolver morder o bico com esses dois dentinhos.

Bonnie ri em concordância, pegando seu capuchino dando um gole.

As três estavam num café. O mesmo que Bonnie já frequentou com o Shawn, na época da faculdade.

— Ela fica agoniada pelas gengivas que coçam, mas é bom tirar.

— Ela vai continuar bebendo o meu leite na mamadeira daí.

— Martín vai poder dar leite pra ela quando pegar a mamadeira. Ele é muito papai coruja.

Laurel concorda orgulhosa e apaixonada pensando no marido.

— Melhor irmos, vai chover. Paga a conta que eu vou pro carro ajeitar Soph na cadeirinha.

Bonnie concorda indo até a fila para pagar.

Tinha umas quatro pessoas em sua frente, e não demorou muito para chegar a sua vez.

Saindo do café, com a cabeça baixa colocando o troco na bolsa, ela não vê nada há sua volta. Porém quando olha para frente, seu coração parece parar.

"Tudo no tempo certo." como costumamos dizer, as vezes não entendemos ou levamos a sério a frase, mas quando acontece, você cai na real e enxerga que tem que passar por poucas e boas para se tornar uma pessoa melhor, ou dar valor a vida.

Bonnie parou de viver por anos. Sofreu, se isolou e sua única companhia era o álcool. Pensou em suicídio, porém a esperança de reencontra-lo novamente, deixou com que ela existisse mais um pouco. Pensou que nunca mais seria a mesma, e estava certa: agora ela se tornou uma mulher completa graças a filha da sua melhor amiga.

Ela também amou. Amou demais, amou até o ponto de não deixar nenhum outro homem tocar-la. Viajou muito, trabalhou, se deprimiu, mas nunca esqueceu o amor da sua vida.

Um sorriso genuíno surgiu em seus lábios. Seu coração que quase parou, voltou a bater fortemente contra o seu peito, e suas pernas a levaram para o lugar que para ela, é o melhor do mundo.

— Shawn...– sussurrou, vendo o homem retribuir o seu sorriso. Deixou ser abraçada por ele, seu mundo estava alí.

— Eu estou de volta.

Tudo no seu tempo.

Tudo no tempo certo.

Não importa a vida que irão trilhar dali em diante, o que importa, é que alí, estão duas pessoas que em meio as dificuldades nunca deixaram de se amar.

Back To You • Shawn MendesDonde viven las historias. Descúbrelo ahora