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Marco Martinelli

Duda e eu estamos jogados no sofá de casa assistindo os incríveis 2, e posso afirmar que o primeiro é muito melhor, a única coisa que salva nesse filme é o bebê encapetado.

Depois que a minha filha chegou, eu aprendi a assistir e gostar de filmes de animação, pode me perguntar que saberei responder sobre eles, já que assistir dezenas de vezes, eu não aguento mais ouvir let it go.

— Papai, você não quer namorar? — ela me pergunta.

Que assunto aleatório.

— Quando aparecer uma garota legal. — é tudo que eu respondo. Ela não fala mais nada.

Eu sei que ela sente falta de ter uma mãe, mesmo que nunca tenha tido uma, eu fico muito triste com isso, mas não posso simplesmente colocar qualquer mulher dentro de casa, dá esperanças a minha menina e depois não dar certo. E também as mulheres que me envolvo me querem, mas não querem a minha filha, nós somos um pacote, se me quiser tem que querer ela também, e tem que amar a minha filha, se amar mais que a mim melhor ainda. No dia que essa mulher aparecer, eu me caso com ela.

***

Segunda–feira 07h30min da manhã e estou arrumando a Duda para ir para a escolinha, já era para ela estar arrumada e tomando café, mas ficou tão preguiçosa para levantar. Enquanto ela está tomando banho de gato, estou arrumando seu uniforme e sua mochila.

Ela sai do banheiro parecendo um gato molhado, a seco, visto seu uniforme, penteio o seu cabelo, corremos para a cozinha, coloco seu cereal com leite na tigelinha, abro a sua lancheira e coloco frutas e seu lanche. Ela come bem devagar e prefiro assim, não quero que ela se engasgue por estar comendo rápido de mais.

Agora são 07h49min, eu sei que vamos chegar atrasados, mas nunca que eu vou colocar a vida da minha vida em risco correndo com o carro.

Pegamos um transito de lascar, são 08h23min e estou estacionando em frente à escola. Abro a porta e tiro a da cadeirinha, pego sua mochila e a lancheira, desamasso sua roupa seguro sua mão e corremos para dentro da escola, o portão já está fechado, toco a campainha e logo o segurança abre o portão, dou bom dia e corro para dentro até a sua sala. Bato na porta da sala da Maria Eduarda, logo ela é aberta pela professora de cabelos ruivos. Nossa, ela é mais bonita de perto, seus olhos são verdes, nariz arrebitado e pequeno e sua boca é pequena e carnuda, ela é linda.

— Bom dia! — me lembro da educação que meus pais me deram.

— Bom dia! — ela desvia seus olhos para a minha filha. — Oi princesa, vamos entrar? — adorei o jeito que ela falou com a Duda.

— Tchau papai, te amo! — me agacho e a beijo, logo ela corre para dentro da sala.

— Desculpe pelo atraso, mas hoje foi um sacrifício tira-la da cama. — me sinto na obrigação de dar uma explicação.

— Sem problema, crianças e acordar cedo não combinam muito. — ela dá um pequeno sorriso. — Tenha um ótimo dia senhor, mas eu tenho que entrar agora. — eu concordo e ela fecha a porta.

Acho que irei atrasar mais vezes.

***

— Quando você vai me levar para conhecer a sua filha? — Marisa passa suas unhas grandes pelo meu braço. Nós estamos almoçando em um restaurante do shopping onde eu tenho uma das minhas academias. Ela está usando roupa de ginastica, claro, se eu puder chamar isso de roupa, já que mais mostra do que cobre. Ela é uma loira turbinada, alta, olhos azuis e siliconada.

— Nós podemos marcar um jantar lá em casa. — não que eu quisesse, mas já estamos saindo a algumas semanas, e ela sempre me cobra em conhecer a Duda.

— Hoje seria ótimo! — ela me dá um beijo no pescoço.

— Hoje? Não quer deixar para o final de semana? — a minha casa está uma bagunça, a minha geladeira está fazia, eu ia fazer compras amanha. Ok! Eu vou dá um jeito, vou buscar a Duda na escola, depois vamos ao mercado, voltamos para casa, não, vou ligar para alguém ir limpar a minha casa, depois busco a Duda na escola, vamos ao mercado e ai sim voltamos para casa. — Tudo bem, pode ser hoje sim! — terminamos o almoço e nos despedimos.

***

— Oi mãe, tudo bem? — pergunto quando a minha mãe atende ao telefone.

— Oi meu Tarzan, estou ótima e você? E a minha neta? — Tarzan, sério mãe?

— Estou ótimo mãe e a Duda está na escola. Te liguei por que preciso de um favor. — estou falando com a minha mãe e ao mesmo tempo pesquisando alguma receita fácil e rápida para fazer para o jantar.

— Pode pedir!

— Eu preciso de alguém para limpar a minha casa, mas tem que ser agora.

— Eu posso conseguir, mas por que à pressa? — droga.

— É que vou levar a Marisa para jantar em casa e conhecer a Maria Eduarda.

Ela faz um som estranho.

— Tá né! Tchau! — ela desliga na minha cara.

Conheci Marisa na Red, sempre que eu estava treinando ela ficava me olhando e lançando sorrisos para mim. Nós começamos a conversar e ela contou que é uma digital influence, e perguntou se eu não queria ser um patrocinador, eu não estava convencido, então decidi pesquisar o seu trabalho e gostei, ela fala sobre corpo, academia, alimentação, é uma coisa bem legal, resolvi patrocina-la e logo depois começamos a nos envolver.

Talvez a minha mãe não goste dela. Elas se conheceram na academia, digamos que a minha mãe ache que a Marisa seja um pouco vulgar e soberba.

A Marisa pode sim usar umas roupas um pouco reveladoras de mais, e ser um pouco antipática, mas ela não é uma má pessoa, eu acho, na verdade eu não tenho muita sorte com as mulheres, não duvido muito que mais cedo ou mais tarde ela irá me decepcionar. Mas vamos dá tempo ao tempo, se não for pra ser, paciência. 

DEGUSTAÇÃO - Marco - Irmãos Martinelli #2Where stories live. Discover now