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Marco Martinelli

Ursinho uma ova, adoraria mostrar quem é o maldito ursinho de pelúcia para ela na minha cama, mas claro que não vai acontecer, não irei dormir com a professora da minha filha. Aquela ruiva abusada da língua afiada.

— Cara, eu cheguei a ficar um pouco excitado com aquela ruivinha. — Lorenzo fala do banco de trás do carro onde está sentado junto com a Duda.

— Calado Lorenzo! — vocifero só de ouvir falar dessa garota meu sangue ferve.

— O que é excitado, papai?

— Pergunta para o seu tio Enzo.

— O que é excitado titio? — ela fica o encarando e Enrico ri.

— É quando você fica muito feliz! — reviro os olhos.

— Eu fico excitada o tempo todo! — ela se anima na cadeirinha.

Eu ainda mato o Lorenzo.

Enrico cai na risada e eu lhe dou um soco no braço.

— Não filha, você não fica e não fale isso nunca mais, tá bom? — a olho pelo retrovisor.

— Por quê? Eu sempre estou feliz!

— Eu sei meu amor, mas é só falar que está feliz e pronto.

— Então por que o titio Enzo pode ficar excitado e eu não? — ela faz carinha de brava.

— Por que ele é um idiota e não de ouvidos ao que ele diz.

— Ei! Eu não sou um idiota! — ele se faz de ofendido.

— Mas fala muita besteira. — Enrico comenta.

O meu celular toca e eu atendo, e a voz da minha irmã preenche o carro.

— Oi Marco!

— Oi Giulia!

— Cadê a minha sobrinha?

— Oi titia, eu 'tô' aqui! — ela acena como se a sua tia pudesse vê.

— Quer ir ao shopping comigo e a vovó?

— Eu quero! Posso papai? — como dizer não a essa carinha?

— Pode! Mas antes tenho que deixar duas princesas na agência, depois ir para casa, a Duda precisa tomar banho, ela está fedendo a gambá!

— Não 'tô' não! Para papai. — ela diz com a voz chorosa.

— Eu estou brincando amor, você é muito cheirosa.

— Tudo bem! A busco daqui à uma hora. Beijos meninos, amo vocês!

— Também te amamos! — respondemos juntos.

— Vou deixar vocês em segurança na agência. — passo a mão no rosto do Enrico que a afasta com um safanão.

— Vai se ferrar Cachinhos dourados!

***

— Isso é para você aprender a me ouvir, eu falei que ela não prestava, mas só pensa com o pinto.

Pois é, estou levando uma comida de rabo da minha mãe, acabei de contar para a dona Laura Martinelli o que a Marisa estava fazendo com a Maria Eduarda. Levei um monte de tapas e digo que ela pode ser magra, mas pensa em uns tapas que dói, e também levei uma tamancada nas costas quando tentei correr.

— Como descobriu o que aquela potranca de saia estava fazendo isso? — Giulia pergunta.

— A professora percebeu que a Duda estava estranha e conversou com ela, depois me ligou. — me sentei ao lado da minha mãe no sofá. — A abusada da professora me ameaçou.

— Como assim te ameaçou? — minha mãe calça o tamanco barra tijolo.

— Ela disse que conhece muitos assistentes sociais e se caso eu fizer algo que prejudique a Duda, ela moveria céu e terra para protegê-la.

Duda entra na sala correndo usando um vestido azul bebê rodado, toda princesa. A minha filha se veste sozinha, pois ela diz que é uma mulher presidente, eu acho que ela quer dizer independente.

— Tô pronta, vovó! — ela pula no colo da vó.

— Está linda! Vamos! — dona Laura se levanta, me dá um beijo na bochecha. — Depois nos falamos. Mamãe ama você meu Tarzan!

— Mamãe ama você meu Tarzan! — Giulia imita a minha mãe. — Que broxante!

— Cala a boca sua nerd! Você ainda mora com os pais. — devolvo a ofensa.

— Vai escovar esse cabelo Rapunzel! — ela puxa meu cabelo. — Vamos Duda! Vou comprar um monte de roupas lindas.

— Lembra que a minha filha só tem quatro anos.

— E em menos de um mês ela fará cinco, não é meu amor? — minha mãe beija a neta.

— É sim vovó, e vou ser uma mocinha, o vovô que disse.

— É isso ai! Agora se despedi do seu pai. — Duda corre pra mim e a suspendo, ela beija o meu rosto e a coloco no chão.

— Tchau papai!

— Tchau meu amor! — as duas vão para fora de casa, Giulia para ao meu lado e fala no meu ouvido.

— Daqui a pouco ela estará com quinze anos, vai começar a namorar, depois vai querer sair de casa e você não vai poder fazer nada.

— Vai embora sua demônia loira! — a empurro para fora. — Cuida da minha filha!

— Com as nossas vidas! — minha mãe grita do carro.

Eu amo as mulheres da minha vida. 

DEGUSTAÇÃO - Marco - Irmãos Martinelli #2Where stories live. Discover now