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Marco Martinelli

— Ela não está sozinha, mas prefiro que você vá pra lá, eu te pago o dobro.

— Não precisa pagar o dobro Marco, adoro aquela menina, agora vai para o seu compromisso que eu já estou saindo de casa.

— Obrigado!

Eu não deixo a minha filha com quem eu não tenho confiança, e eu não confio na Marisa, por isso liguei para a Dulce, ela é a babá da Maria Eduarda há muito tempo, uma senhora de quase cinquenta anos, pedi que ela fosse para a minha casa.

Chego na Delegacia.

—Boa noite, sou Marco Martinelli, estou aqui para falar com o delegado.

— Só um momento!

Essa roupa me sufoca. Terno e gravata me deixa parecendo um pinguim marombado.

Espero o atendente terminar de falar ao telefone.

— Me acompanhe. — o sigo. — Você é o cara que treina aqueles lutadores, não é? — o policial pergunta.

— Mais ou menos, eles têm seus próprios treinadores, eu sou mais um tipo de conselheiro e também empresário deles.

— Legal, já vi algumas lutas, eles são bons!

— É eles são.

— Chegamos! — ele bate na porta e o delegado nos manda entrar.

— Obrigado Walter! — o policial sai. — Quando ele me disse que Marco Martinelli estava aqui, eu não acreditei.

— Quanto tempo Rafael — nós nos abraçamos.

— Eu sou um delegado e você fica mais rico com dezenas de academias e é advogado nas horas vagas?

— Pois é, preciso salvar meus irmãos.

— Foi uma bela confusão. Coisas quebradas e tiros.

— Tiros? Alguém saiu ferido? — que meus irmãos estejam bem.

— Não, o outro cara que estava armado era um homofônico de merda, não gostou de ver os amigos dos seus irmãos juntos e então começou a briga.

— Então meus amigos e meus amigos estão livres?

— Sim, nem precisariam de um advogado.

— Foi a minha irmã que me ligou, achei melhor vir.

— Entendo, pode ficar tranquilo, eles nem foram fichados.

— Posso vê-los?

— Claro, vou pedir para os liberarem.

Ele telefona e pedi para soltarem eles.

— Você não tinha esse cabelo na faculdade. — ele comenta apontando para o meu cabelo.

— E você não tinha barba na faculdade.

Nós rimos.

— E a sua filha como está?

— Esperta, crescendo mais rápido do que eu queria.

— Filhos sempre deixam os pais com cabelos brancos.

— E você? Tem filhos?

— Ainda não, primeiro preciso de uma esposa, depois eu providencio os filhos.

Uma batida na porta nos tira da nossa conversa.

— Não acredito que estou vendo o Marco de terno, acho que bateram com muita força na minha cabeça. — Lorenzo sempre fazendo piadas.

— Pois é. Eu não precisaria usar essa merda de roupa se eu não tivesse que tirar vocês de confusões.

— Pô cara, foi mal, mas não tivemos culpa. — Enrico coloca a mão no meu ombro.

— Vocês me devem cinquenta mil.

— Porra! — Lorenzo passa a mão pelo cabelo.

— Como assim cinquenta mil? — Enrico está muito furioso. —— O delegado não queria liberar vocês, digamos que eu tive que pagar uma fiança.

— Eu não sou advogado, essa parada é coisa da minha irmã, mas eu acho que isso não está certo. — Tiago se pronuncia.

— Também acho! — Miguel concorda.

Olho para o Rafael e caímos na risada.

— Ele não precisou pagar nada, nem fichei vocês, Marco está brincando com vocês.

— Vocês se conhecem? — Enrico pergunta.

— Estudamos juntos, faz um tempo que não nos falávamos, foi uma surpresa nos encontrar aqui.

— Então estamos livres? — Lorenzo pergunta.

— Sim, já podem ir.

— Ótimo, vamos logo, eu quero voltar para a minha filha.

***

— Por favor, não se metam mais em problemas. — paro o carro em frente à casa do Enrico, ele, Lorenzo, Tiago e Miguel descem. — Vocês não querem que eu os deixe em casa? — pergunto para o casal.

— Não precisa, nós vamos dormir na casa do Enrico. — Tiago responde.

— Vão? — Enrico pergunta.

— É claro, e eu também! — Lorenzo comenta.

— Fazer o que! — Enrico bufa.

— Tudo bem, agora vou para casa, tenho uma princesinha que com certeza ainda está acordada.

— Dá um beijo na minha princesa. — Enrico pede.

— Dois beijos! — Lorenzo manda um beijo no ar para mim.

— Quatro beijos! — Tiago fala.

— Já entendi, todos estão mandando beijos para a minha Duda, agora eu estou indo, tchau!

— Nossa Duda! — ouço Lorenzo gritar. Coloco a minha mão para fora do carro e lhe mostro o dedo do meio.

Odeio sair e deixar a minha filha sozinha, mas agora já estou indo pra casa encontrar a minha princesa. 

DEGUSTAÇÃO - Marco - Irmãos Martinelli #2Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt