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Marco Martinelli

Meus irmãos sempre foram os pegadores, eu por outro lado sou mais na minha, quando estou com alguém, só fico com essa pessoa. Hoje está fazendo duas semanas que estou com a Marisa, mas ainda não a pedir em namoro e nem estou pensando em fazer isso, sinto que ela não é a mulher destinada para mim, meu pai há conheceu uns dias atrás, ele foi simpático, diferente da minha mãe, não tem santo que faça aquela mulher disfarçar quando não gosta de alguém, ela esfrega na cara da pessoa, mas enfim, meu pai a tratou bem, porém também não gostou dela.

— Filho, você é tão especial, e merece a melhor mulher do mundo, e eu acho que não seja a Marisa. Eu me envolvi com muitas mulheres antes de conhecer a sua mãe, e posso te dizer que nenhuma delas podem ser comparadas a ela, pois quando sua mãe chegou na minha vida eu percebi que ela era a mulher destinada a mim, e eu quero isso para vocês, para todos os seus irmãos, o Enrico já a encontrou, essas coisas são palpáveis, você irá perceber quando ela aparecer.

Não vou mentir e dizer que não tenho medo que estar perdendo a oportunidade de encontrar essa mulher por estar com a Marisa.

— Papai, a gente vai para casa do vovô? — Maria Eduarda me tira dos meus pensamentos.

— Filha, a gente vai sair com a Marisa, ela quer tanto te vê! — ela faz um biquinho.

— Mas eu estou com tanta saudade do vovô e da vovó!

Eu percebi que a Duda está diferente depois que conheceu a Marisa, mas ela me disse que gostou dela, não consigo entender, talvez esteja com ciúmes e prefira ficar longe quando Marisa está comigo.

— Tudo bem amor. — a coloco no me colo e beijo sua cabeça.

— Vocês vão ter um monte de bebês, não é? Ai você vai me esquecer!

Olho para o seu rostinho triste.

— Claro que não meu amor, eu nunca me esquecerei de você, quem te disse isso?

— Ninguém! A mamãe da Laura teve um bebê, ela nunca mais levou a Laura para escola, é sempre a babá. Isso quer dizer que ela não gosta mais dela, só do bebê.

— Eu nunca, nunquinha vou deixar de amar você, sabe por quê? — ela nega. — Você sempre vai ser o meu bebê!

A campainha toca e vou atender a porta.

— Marisa, o que faz aqui? — ela me beija e entra.

— Fiquei com saudade de você, então decidir não esperar você ir me buscar. Oi Dudinha! — ela aperta as bochechas e logo uma carranca aparece no rostinho da Duda.

— Vou me trocar! Pode ficar a vontade. — subo para o meu quarto.

Não sei a quem estou tentando enganar, essa história com a Marisa não vai dar certo. Dizer que não sinto atração por ela seria mentira, pois é impossível, Marisa é uma mulher linda, qualquer homem ficaria louco por ela, mas só isso para mim não basta, falta alguma coisa, falta o sentimento que os meus pais tanto falam.

Por mim terminaria com ela ainda hoje, entretanto não posso, Marisa me pediu para acompanha-la em um evento na semana que vem, ficaria chato sairmos juntos depois do termino, mas depois desse evento terminarei tudo.

Tesão, atração, ereção, isso sinto por qualquer mulher, pois nós homens somos assim, qualquer coisa e temos uma ereção. Todos sabem que o primeiro "sentimento" que sentimos por alguém assim que conhecemos é a atração, e isso eu já sinto pela Marisa, mas paixão e amor não sinto.

— Vamos papai? — Duda adentra meu quarto, estou terminando de vestir a minha camisa.

— Espera um pouquinho amor, só vou calçar o sapato. — minha princesa se joga na cama, ela está usando uma camiseta da mulher maravilha e uma calça jeans toda rasgada, um dos muitos presentes da tia Giulia, minha irmã está querendo transformar a minha Duda em uma mocinha, e eu não estou gostando nada disso, fico imaginando ela com seus quinze anos, não quero nem pensar nisso, acho que estou tendo um infarto.

— Amor? — ela me olha. — Você promete para o papai que nunca vai esconder nada de mim? Principalmente quando estiver pensando em namorar algum garoto? — ela continua a me olhar com aqueles olhos curiosos, abre um sorriso sapeca.

— Mas papai, eu já tenho um namolado.

— Eu já te falei que você não tem idade para namorar, Maria Eduarda!

— Mas namorados se beijam e o Breno já me beijou! — agora tenho certeza que estou tendo um infarto.

— Te beijou? — pergunto me sentando na cama. — Onde?

— Na boca, papai! — a filha da mãe ainda tem coragem de rir. Eu acho que vou morrer, mas antes vou cortar o mini pau desse moleque.

— Depois a gente conversa sobre isso, agora vamos!

A pego no colo e desço para encontrar a Marisa, ela está sentada no sofá mexendo no celular.

— Vamos Marisa?

— Vamos! — coloco a Duda no chão que já vai correndo para o carro, e Marisa agarra a minha mão.

— Mas antes tenho que deixar a Maria Eduarda na casa da minha mãe. — ela me olha confusa.

— Eu pensei que ela ia com a gente para o shopping.

— Eu já tinha combinado com a minha mãe que a levaria hoje.

— Tudo bem, fica para próxima!

Sinto muito, mas não haverá uma próxima. 

DEGUSTAÇÃO - Marco - Irmãos Martinelli #2Where stories live. Discover now