História antiga - Raul de Leoni

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No meu grande otimismo de inocente,
Eu nunca soube por que foi... um dia,
Ela me olhou indiferentemente,
Perguntei-lhe por que era... Não sabia...

Desde então, transformou-se derepente
A nossa intimidade correntia
Em saudações de simples cortesia
E a vida foi andando para a frente...

Nunca mais nos falamos... vai distante...
Mas, quando a vejo, ha sempre um vago instante,
Em que seu mudo olhar no meu repousa,

E eu sinto, sem no entanto compreendê-la
Que ela tenta dizer-me qualquer coisa,
Mas que é tarde demais para dizê-la...

Raul de Leoni (1895-1926)

Belos Poemas.  Coletânea Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα