Long Live

5

(...)

Camila

Acordei cedo, antes mesmo de Marie avisar que o desjejum estava pronto. Desci e tomei café com a família real, juntamente com meus pais, claro. Tentei não reagir ao olhares de Peter durante o café da manhã.

Como não tenho um cronograma para o dia de hoje, fiquei passeando pelo castelo. Terminei de ler um livro na biblioteca e imediatamente comecei outro. Pensei em sair para cavalgar, mas acabei desistindo. Misteriosamente a neve e o tempo nublado sumiram.

Fiquei um tempo no salão principal com algumas senhoras, tomando chá. Conversamos sobre algumas províncias, nada interessante. Qual é, por que ninguém comenta sobre os ataques no interior do reino? Ou sobre os patrocínios reais, como por exemplo, "A casa das Irmãs North", que está abandonada pela realeza. Certeza que não recebem uma visita há séculos.

Fui explorar o jardim logo depois, segui uma trilha cheia de pedras, acabei achando um lago. Me sentei no banco que havia por ali e fechei os olhos, tentando relaxar, como de costume.. Falhou.

─ Tome cuidado para não dormir. ─ Jason brinca e se senta ao meu lado.

─ Pode deixar. ─ solto uma risada baixa.

─ Por que está sozinha? ─ ele pergunta e pega uma pedra, em seguida atira no lago.

─ Ah, eu sou um fantasma, só você consegue me enxergar. ─ digo irônica ─ O que você desejou?

Jason parece não entender a pergunta, então eu repito:

─ O que você desejou quando jogou a pedra no lago?

─ Hm, ─ Jason finge estar pensando ─ desejei que você deixasse de ser um fantasma, assim todos poderiam enxergar sua beleza. ─ ele se aproxima e põe uma mecha do meu cabelo para trás.

─ Jason, ─ me afasto ─ não vai rolar.

|♡|

Já era tarde quando eu escutei alguém bater em minha porta. Me retirei cedo do jantar, meus pais ficaram com a família real, bebendo vinho. Ainda estava com meu vestido azul claro de renda, sem os saltos.

Abri a porta e franzi o cenho ao ver Peter parado do lado de fora, me encarando.

─ Estou atrapalhando? ─ sussurrou me olhando com um pequeno sorriso.

─ Não...Entre. ─ me afastei indicando o quarto.

─ Obrigado. ─ agradeceu entrando.

─ Você quer algo? ─ questionei quando ele virou e me olhou novamente.

─ Te ver. ─ confessou.

Senti as batidas do meu coração ficarem mais forte, isso é saudável?

─ Você já me viu hoje. ─ dei uma risada fraca, Peter negou com a cabeça.

─ Não do jeito que eu queria. ─ Peter faz ideia de como meu coração está? Não se brinca assim.

─ Que jeito? ─ perguntei encarando seus olhos. Ele caminhou devagar até mim e parou a alguns centímetros de distância. Mordi meus lábios em sinal de nervosismo.

─ Não faça isso. ─ Peter tocou meus lábios e os libertou da tortura de meus dentes, massageando-os levemente.

─ É mania. ─ desdenhei fazendo ele sorrir e negar com a cabeça.

Peter abaixou sua mão e eu peguei novamente, segurando e entrelaçando seus dedos nos meus. Olhei para nossas mãos unidas e depois para ele, que me olhava sério.

─ Acho que fui meio grossa com você ontem. ─ confessei fazendo uma careta.

─ Shiu. ─ ia falar outra coisa mas perdi a minha linha de raciocínio quando Peter me puxou pela cintura e colou seus lábios nos meus.

─ É um bom jeito de calar uma pessoa. ─ comentei assim que consegui normalizar um pouco a respiração.