Long Live

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Camila

"Nós arriscamos

Deus sabe que tentamos

E durante todo esse tempo, eu sabia que ficaríamos bem

Nós podemos viver nesse amor em câmera lenta." ── One Direction, 18.

Crescer sempre será um pensamento apavorante e, durante a minha vida inteira, fui preparada para o futuro, algo tão incerto, mas que já haviam decidido para mim há muito tempo. Modestamente, não irei negar que tive sorte com o destino. Existe tanto amor depositado em minha existência e o mínimo que posso fazer é atender todas as expectativas do povo. Mas, como organizar minhas prioridades com um bebê a caminho? 

Minha barriga está quase que imperceptível, mesmo faltando algumas semanas para completar 9 meses de gestação. Cólicas, dores nas costas e náuseas me atormentam com frequência desde o inicio. 

— Oi, — sorrio ao escutar a voz de Peter ecoando pelo quarto — você está se sentindo bem?

— Creio que sim, tirando o fato de estar carregando uma vida em meu ventre — brinco e ouço Peter rindo. 

— Desculpe a demora, Sr. Darcy está com sérios problemas em sua província e precisava de renda para reorganizar tudo. — Peter se explica enquanto retira suas botas. 

— Sinto muito por não comparecer às reuniões reais, gostaria de participar mas, certamente,  seria desagradável para o conselho me assistir vomitando a janta inteira. 

— Você é a rainha, você que manda. — Peter se diverte e eu dou risada. 

Após finalizar a escovação de meus cabelos e me preparar para adormecer, sinto um líquido escorrer por minhas pernas logo que fico em pé, segurei nos braços da cadeira para ter apoio e respirei fundo. 

— Você fez xixi na roupa, Mila? Não acha que está muito grande para usar fralda? — Peter faz graça porém, fica sério assim que observa o chão. 

— A bolsa estourou — avisei. 

— Meu Deus! — exclamou correndo para me abraçar — O que eu preciso fazer? 

— Chame minha mãe e Karen — pedi e antes mesmo de sair do quarto, Peter volta. 

— Um médico, não? — ele pergunta ofegante. 

— Sua mãe saberá o que fazer — falei. — Não esqueça de Marie também!

Alguns minutos depois, Karen e minha mãe chegaram. As cólicas se tornaram intensas e dolorosas. Segurei forte a mão de Marie, que estava sentada ao meu lado. Os homens juntamente com metade do castelo aguardavam fora do quarto. Peter insistiu em procurar algum médico, no entanto, já era tarde de noite e não recebíamos respostas. 

— Faremos isso sozinhas — Karen avisou. 

— O que? — minha mãe questiona enquanto afaga carinhosamente meus pés. 

— O parto, ninguém chegará tão cedo aqui. Marie, por gentileza coloque a banheira para encher.  

Nenhum parto consegue ser pacífico, e o meu não chegou nem perto. Mas no final das contas, parece que toda dor se torna ínfima, que nem um átomo. Sofrimento nenhum poderia se comparar ao ver o meu reflexo e o de Peter em nosso bebê. Seu choro ecoou por todo o quarto e encheu nossos corações de uma alegria indescritível. 

Realmente, crescer é apavorante. Porém, aprender com as experiências do nosso amadurecimento é reconfortante, e compreender que, conforme evoluirmos obtemos a possibilidade de mudar o mundo, ou uma pequena parte dele, mesmo com nossa pequena influência. Acredite, cada esforço vale.