5.

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It starts in my toes, and I crinkle my nose
Where ever it goes I always know
That you make me smile, please, stay for a while now
(Bubbly – Colbie Caillat)

- Bem vinda a minha casa. – Lucas disse abrindo a porta da frente e fazendo um gesto para que eu entrasse.

A sala ampla e em tons de marrom e bege era um misto de moderno e clássico. Tapetes fofinhos, sofá cheio de almofadas e pufes gigantes tomavam conta do ambiente, tornando o cômodo aberto mais aconchegante. À minha frente, próxima à escada, uma longa mesa de jantar tinha os dois lugares da ponta preparados com pratos, talheres e taças para receber duas pessoas. Além disso, dois pequenos candelabros davam suporte para duas velas, que provavelmente seriam acesas para o jantar.

Sorri ao perceber toda a preparação dele.

- Esse lugar é incrível. Você tem muito bom gosto.

- Agradeço, mas contei com uma equipe gigantesca pra montar esse espaço. – ele disse de onde imaginei ser a cozinha, para onde me dirigi, explorando a casa.

O cômodo onde as refeições eram preparadas contava com eletrodomésticos de ponta, balcões em mármore escuro e revestimentos de piso e parede em branco. Lucas buscava a garrafa de vinho em uma pequena adega ao lado da geladeira. Duas taças com pés detalhados em dourado estavam sobre a ilha, onde um cooktop estava instalado. Ao lado, alguns bowls com diversos ingredientes já preparados e cobertos um a um com plástico PVC. Mais uma vez, o cuidado de Lucas me surpreendeu.

- Vejo tomates, cebolas, alho... qual o cardápio de hoje, chef Lucas? – eu brinquei com o jogador, fazendo referência ao plano B dele, como ele mesmo tinha se referido.

- Você disse que culinária italiana era a sua preferida. Mas o que acha de experimentar a espanhola hoje? Vou adicionar algumas coisas, mas vai dar certo, eu juro.

- Tenho certeza que vou adorar. - O espanhol serviu as taças de vinho e me estendeu uma, logo propondo um brinde. Ele passou a descobrir os potinhos com os ingredientes. – Você precisa de ajuda?

- Está tudo bem. Vou apenas descascar as batatas. Como foi o seu dia hoje? – ele perguntou, tirando de uma das gavetas uma faca, e passando a descascar as batatas. Contornei a ilha e pedi autorização a ele antes de me sentar sobre a bancada, enquanto observava o jogador preparar o ingrediente.

- Tudo bem. O fim do ano vai se aproximando e com ele, as festas. Preparação de atividades, Papai Noel, coisas do tipo. Já sabe o que vai fazer no Natal?

- Minha família deve vir a Madrid, ou eu devo ir a Curtis. Teremos um intervalo. Vamos à Abu Dhabi para a semifinal do Mundial de Clubes, mas devo estar de volta no dia 20. E então estamos liberados até o início de janeiro.

- Que ótimo. É um bom intervalo. – eu bebi mais um pouco do vinho. – Ainda estou esperando um certo convite para assistir a um jogo.

- O convite está feito. Nosso último jogo em casa antes de um mês longe será no dia 3. O que acha?

- Estarei lá. Você vai jogar?

- Não tenho certeza, mas espero que sim.

- E eu espero te ver jogar.

- Sempre existem oportunidades. – ele sorriu, deixando as batatas em um escorredor, já cortadas em tiras. – De que tipo de música você gosta? Pode escolher uma pra gente? Gosto de fazer tudo ouvindo música.

- Meu gosto musical é um tanto duvidoso.

- Não pode ser tão ruim quanto o meu. – ele disse piscando para mim e eu revirei os olhos, puxando o celular do bolso, e conectando a caixinha de som dele. Rolei por todas as minhas playlists do Spotify, até pousar os olhos sobre uma, definida por um emoji de coração vermelho, o meu preferido. As minhas músicas preferidas estavam ali. Apertei o aleatório sem pensar muito.

Turning PageOnde as histórias ganham vida. Descobre agora