6.

1.3K 80 119
                                    

"Ouvi dizer
Que existe paraíso na Terra
E coisas que eu nunca entendi, coisas que eu nunca entendi
Só ouvi dizer
Que quando arrepia, já era
Coisas que eu só entendi quando eu te conheci"
(Ouvi Dizer - Melim)

27 de novembro de 2018

O retorno ao Bernabéu fora um sucesso.

Com a vitória do time por dois a zero, gols do brasileiro de apenas dezoito anos, Vinícius Jr. e uma penalidade máxima convertida com sucesso pelo capitão, e nossa torcida ao nosso lado, eu conseguia sentir as boas energias e a alegria de mais uma conquista em equipe.

Os jogos que se seguiram também foram um sucesso, com uma grande vitória contra a equipe tcheca do Viktoria Plzen pela Champions League na casa deles, outro bom resultado na partida do campeonato nacional com o Celta de Vigo. Mas uma derrota para o Eibar acabou com o bom ritmo que vínhamos sustentando.

Apesar de tudo, o time estava feliz. Eu estava feliz.

Além disso, eu tinha Laura.

Minha relação com a professora ia de boa a melhor, e estávamos constantemente juntos agora. Desde jantares no meio da semana, ou apenas caronas depois dos dias de trabalho dela, os pequenos gestos e detalhes nos tornavam mais próximos e mais íntimos. Com o tempo, eu passei a frequentar a casa dela e ela a minha, inclusive em finais de semana. Além disso, ela era plateia recorrente em dias de jogos no Bernabéu, e eu sabia que ela assistia aos jogos de casa quando eles eram fora. Ela podia não entender sobre futebol, mas eu sorria só em pensar que ela assistia ao jogos por mim.

Naquele dia, o jogo era fora de casa, e bem longe dela. Estávamos em Roma, no Stadio Olimpico, prontos para disputar a quinta rodada de seis na fase de grupos da Champions League.
Queríamos mais do que nunca aquela vitória, e precisávamos dela para nos consolidarmos como líderes do grupo. Além disso, a derrota para o Eibar ainda amargava a nossa garganta, e sentíamos mais do que nunca a vontade de vencer.

Era nosso momento.

LAURA:

Ambos os times estavam dispostos em campo, e eu mordia o lábio nervosa.
Há muito estava em casa, voltando de mais um gostoso dia de trabalho. Um dos meus alunos dera seus primeiros passinhos dentro de sala, ocasião que me levou às lágrimas, e também as trouxe aos olho da mãe do pequeno, que recebeu seu filho de volta admirando os primeiros passinhos independentes do mesmo.

Além disso, era dia de jogo do Madrid.

O time estava concentrado em Roma, pronto para mais um jogo. Eu tinha desejado boa sorte à Lucas mais cedo, no meu horário de almoço, mas reforcei com uma mensagem não visualizada pelo ponta esquerda do time espanhol.

Cheguei em casa com tempo de sobra para um banho, pedir uma pizza e me aninhar com ela em minha cama, vestindo meu pijama colorido e minhas meias igualmente coloridas e de bolinhas.

O apito inicial soou e a agonia de esperar por um gol durou todo o primeiro tempo, que não foi fraco em tentativas e defesas. Mas mal tinha se ouvido o apito do início do segundo tempo quando Bale aproveitou uma bola recebida por um jogador da equipe adversária e aliviou a aflição madridista quando mandou a bola para o fundo da rede sem dúvidas e com uma habilidade invejável, abrindo o placar de forma magnífica.

Os passes e jogadas se seguiram, até que não muito tempo depois, aos treze do segundo tempo, Bale passou a bola por cobertura para Benzema, que tocou de cabeça para a pessoa mais próxima ao gol.

O camisa 17 do Real Madrid, aquele que eu tinha sempre por perto e que de vez em sempre me fazia sorrir, com a lateral do pé, jogava a bola para a rede, e saia em direção às câmeras para comemorar o gol. Apontou para elas, fez sua comemoração tradicional, sorrindo, feliz pelo primeiro gol na temporada.

Turning PageWhere stories live. Discover now