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- Você vai ensiná-la a caçar seus próprios familiares? Seus amigos? - Questionou Jason enquanto seguia Lauren até o escritório.

- Ela já está fazendo isso. - Lauren contornou sua mesa. - E vai continuar com ou sem a nossa ajuda. Só estou dando a ela uma chance de sobreviver. - Jason deixou escapar um assobio.

- Apesar de tudo, você continua sendo um anjo.

- E por que não seria?

- Não sei. Mas segundo alguns, a presença da filha de Syre torna você mais... humana. - Não a pessoa de Karla, mas seu amor por ela. O amor dos mortais não tinha sido feito para os anjos, cuja objetividade devia ser absoluta.

- Os que têm dúvidas a esse respeito deveriam levá-las ao conhecimento do Criador. Preciso poder confiar em todos que fazem parte de nossa unidade. Se eu perder o comando sobre vocês, perco também minha utilidade.

- Você é uma comandante muito querida, capitã. Não sei de nenhum Sentinela que não consideraria uma honra morrer por você. - Lauren sentou-se em sua cadeira.

- E eu considero uma honra comandar vocês. É uma responsabilidade que levo muito a sério.

- Mas a inquietação é algo inevitável. - Jason passou uma das mãos pelos cabelos loiros. - Nossa tarefa é ficar pajeando os Caídos por toda a eternidade. 'Eles jamais encontrarão a paz ou a remissão dos pecados. Hão de implorar para sempre, mas jamais obterão misericórdia.' Às vezes parece que estamos cumprindo essa pena junto com eles.

- Que seja. Temos ordens a cumprir.

- E é só isso que importa para você.

- E para você também deveria ser assim. Afinal, não somos Sentinelas? - Jason hesitou por um momento, depois abriu um sorriso amarelo. - Muito bem. - Lauren fez com que a conversa retomasse o rumo desejado. - Quero que Camila comece a ser treinada o quanto antes.

- Como? Ela é frágil como uma casca de ovo. Ela pode dar conta dos outros mortais... talvez até de um vampiro ou licano se o fator surpresa estiver a seu lado... mas um combate corpo a corpo com um Sentinela? Pouquíssimas criaturas são capazes de sobreviver a isso.

- Nós já sabemos a força que temos. Vai ser bom para todos nós tomar um pouco mais de cuidado na hora de usá-la.

- E qual o benefício disso?

- Ela vai ser uma arma importante. - Lauren girou a cadeira distraidamente e notou que o céu estava clareando, uma indicação de que a alvorada estava próxima. - Ninguém presta atenção nela. Essa capacidade de passar despercebida pode ser útil de muitas formas.

- Ela vai ser usada como isca?

- Como uma distração.

- Isso ela definitivamente sabe ser. - Lauren notou o tom ligeiramente sarcástico de seu tenente.

- Você tem alguma objeção quanto às ordens? - O sorriso desapareceu do rosto de Jason.

- Não, capitã.

- Nas últimas quarenta e oito horas, os dois quadros mais altos dos Sentinelas foram atacados. Você viu aquela lacaia no helicóptero... estava enlouquecida... e Shawn mencionou uma possível doença no caso do ataque a Nathaniel. Pedi relatórios atualizados dos Sentinelas em campanha. Quero que você os estude quando chegarem e veja se encontra relatos similares.

- O que você acha?

- Um ou mais dos Caídos pode estar dando seu sangue para que esses lacaios venham atrás de nós em plena luz do dia. Syre me ligou para falar sobre a pilota, o que quer dizer que sabia onde ela estava, mas pareceu surpreso diante da minha afirmação de que fui atacado sem aviso e sem motivo. Ele insinuou que um ato como esse era estranho à natureza dela.

A Touch of CrimsonWhere stories live. Discover now