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Camila sacudiu a cabeça de maneira enfática.

- Não. - Lauren a segurou pelos ombros quando ela ameaçou recuar. Ao tocá-la, voltou a pensar na fragilidade de seu corpo mortal. E em pensar que ela arriscou a vida. Lauren a desejava com tanta intensidade que até doía. O fato de Camila se preocupar com sua vulnerabilidade a enfurecia, mas ao mesmo tempo a lembrava de sua condição.

- Eu preciso de você, Camila. - disse baixinho.

- Não, o que você precisa é que eu seja forte e tenha bom senso. - Ela olhou por cima do ombro de Lauren. Livrando-se de seu toque, ela contornou seu corpo. - Eu deveria ter percebido antes... Você está atravessando um momento difícil. Passou por muita coisa em muito pouco tempo e não está mais pensando direito. Está sendo descuidada. Porra, você invadiu aquele ninho de peito aberto, como um suicida. - Ela era linda. Seus cabelos ainda estavam molhados, dando ao seu cabelo um efeito ondulado. Quando foi até ela apanhar o iPad, Lauren ficou hipnotizada por seus movimentos sedutores, o balanço sensual dos quadris, o farfalhar da seda enquanto se aproximava. Uma leoa em plena caça. Um par perfeito para ela. E mais do que disposta a tê-la para si... pelo menos até descobrir o risco que isso representava para Lauren. Camila Cabello estava se refreando para o bem de Lauren, porque estava preocupada com ela. A serafim sentiu suas costas se contraírem de expectativa por um toque que ela não sabia se viria, mas desejava da mesma maneira. Quando os dedos dela roçaram sem muita convicção as penas de sua asa superior direita, ela fechou os olhos e sentiu aquela leve carícia reverberar dentro de si. - Que coisa mais linda - ela murmurou com um tom de deslumbramento. - Oh! Pensei que fosse só um par. Mas são... três? Minha nossa. Você tem seis asas. - Lauren respondeu com um aceno. Estava tensa demais para falar. O toque dela foi ficando mais ousado. Ela acariciou a curvatura da asa, que se estendeu sob sua mão. Camila prendeu a respiração e deu um passo atrás. - Desculpe.

- Não pare.

Camila ficou paralisada.

- Elas têm sensibilidade? Mas você bloqueou balas de escopeta com elas!

- Nenhum invento do homem é capaz de macular as asas de um serafim. - Ela deu outro passo à frente, abrindo a mão e percorrendo as penas com os dedos, bem de leve.

- Ver você em ação foi uma coisa impressionante. - Lauren percebeu pelo tom de voz usado que aquela lembrança a havia deixado excitada, uma reminiscência, talvez, de sua existência como Karla. Ou talvez aquela fosse ela mesma falando. Camila era uma guerreira de coração. Ansiosa para continuar se sentindo o centro de sua atenção e admiração, ela abriu as asas bem devagar, um pedido silencioso para que Camila continuasse a tocá-la. - Cada anjo que eu vejo tem asas diferentes. - murmurou, torturando-a com sua carícia suave. - As de Jason são escuras. As de Shawn, cinzentas. Existem algumas semelhanças entre os outros, mas ninguém tem asas como as suas. Esse toque de vermelho nas pontas... Que maravilha. Isso significa alguma coisa? Ou as asas têm padrões individuais aleatórios, como impressões digitais?

- As manchas apareceram quando decepei as asas de Syre. Eu fui a primeira a derramar o sangue de um anjo.

- A primeira da história?

- Sim. - Camila tocou a nuca de Lauren, depois passou os dedos entre suas asas, percorrendo sua coluna. Ela arqueou as costas e soltou um gemido áspero, se estremecendo.

- Isso é...? - Ela limpou a garganta. - Isso é um estímulo erótico para você? - A sentinela estendeu o braço para trás e pegou a mão dela puxando-a para a parte da frente de seu corpo. Camila foi obrigada a dar um passo à frente, respirando bem perto da pele da maior, Lauren fez com que os dedos dela envolvessem sua ereção. Camila soltou um gemido baixinho, que Lauren interpretou como um sinal de vulnerabilidade. Impiedosa, a sentinela se aproveitou de sua posição de vantagem, tirando as calças sem nenhum movimento do corpo ou das mãos e fazendo com que a mão de Camila tocasse sua pele nua. Houve um momento de imobilidade e suspense. Lauren esperou que ela saísse de perto ou então se rendesse de vez. Quando Camila enfim falou, seu tom de voz parecia tranquilo. - Foi você que fez aquilo com a escopeta, não foi? Tirou da vampira e mandou para mim. Que nem o canudo lá no aeroporto. Você consegue mover os objetos só com o pensamento.

A Touch of CrimsonKde žijí příběhy. Začni objevovat