Capítulo 17 - Flecha e arco

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- Preparados? Quer que viremos assassinos também? É isso? - proferiu Elisa com tom irônico,colocando as mãos na cintura

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- Preparados? Quer que viremos assassinos também? É isso? - proferiu Elisa com tom irônico,colocando as mãos na cintura.

Mey revirou os olhos e abriu uma das caixas, nos mostrando o que havia por trás da grossa camada de madeira.

- Venha aqui querida. - a mulher retirou uma lança do caixote e puxou Elisa pelo braço até uma área iluminada da rua deserta.
Quer dizer,aparentemente deserta.

- Você é uma garotinha mimada, apenas isso.
Deixa eu adivinhar, seus pais sempre fizeram todas suas vontades e te livravam de qualquer perigo não é? - Mey como um caçador em busca de sua presa e olhou atentamente para um ponto fixo. - Você precisa fazer por si agora, precisa sair viva dessa. - a mulher observou a garota por alguns instantes de modo perplexo e frio, e como uma predadora experiente ergueu a lança na altura de seus ombros, e a arremessou a em uma direção aparentemente vazia. - Se for preciso matar, mate! - novamente Elisa foi conduzida a outro ponto da rua. O ponto em que minha tia havia arremessado com maestria sua arma - Lute e salve sua pele. - ao aproximar-se do local, a garota viu que a lança não estava livre. Estava presa a um corpo, um corpo fantasiado e repleto de sangue. O objeto perfurou a carne do palhaço, atravessou seu peito. - É a sua vida ou a deles. - sussurrou a mulher retirando a lança do corpo de um assassino em potencial.

- Bendito seja Phill Grey. - em um último múrmurio, o garoto esvaziou sua vida e suas palavras. Elas trasmitiam uma crença, doentia e incompreensível.

- Estamos cercados. - Mey sorriu e me enviou uma piscadela. - Sabem o que fazer.

- A caixa. - olhei de soslaio para o quadrado feito de madeira e consegui transmitir minha mensagem.

Em segundos o espaço antes lotado de armas,tornou-se vazia e vago. Agora estávamos "preparados", seria uma luta justa.
Ou nem tanto.

- Eu com medo cara. - exclamaram em coro Dylan e Josh, se olhando e sorrindo nervosos. Suas mãos trêmulas carregavam machados afiados de cor negra, suor escorria de suas testas pálidas e o cheiro da ansiedade e do medo inundou a rua.

- Apenas acertem com força esses desgraçados ok? Fiquem juntos, não podemos nos separar. - Rick confiante de um tampinha nos ombros dos companheiros e segurou com força a foice com suas mãos de tamanho exagerado.

- É hora do show. - levantei a sombrancelha e com animação coloquei o machado em cima de meu ombro coberto por uma jaqueta de couro. - Não corram, não se afastem. Juntos somos mais fortes.

Aos poucos o colorido de suas fantasias patéticas passaram a habitar a rua novamente. Não estavam em uma quantidade grande, estavam feridos e fracos. O caminhão os atrasou, mas ainda queriam mais sangue.

Formamos um círculo eu, Rick,Dylan e Josh.
Elisa permaneceu ao lado de Mey, que estava a alguns metros de distância de nós.
E Rachel? Permaneceu paralisada, ficou próxima ao caminhão olhando boquiaberta para os homens que se aproximavam.

- Rachel não fique afastada, você precisa estar conosco! - proferi preocupada com a distância que existia entre nós.

A jovem não moveu um músculo, seu corpo ainda estava trêmulo e estático.
Aquilo me causou receio.

Os assovios e risadas escandalosas dos palhaços cobertos pelo sangue de seus companheiros tornavam-se mais altos a cada instante.

- Eles estão em maior número, mas estão feridos. Usem o cérebro, as vezes pensar é mais eficaz que agir. Mas por via das dúvidas façam os dois! - Rick jogou sua jaqueta no chão para que seus movimentos fossem mais precisos e livres de qualquer incômodo.

Mey analisou rapidamente a situação e me encarou com precisão. Parecia ter algo em mente, e acreditei estar pensando o mesmo que ela.

A mulher pairou os olhos nas pernas de um dos garotos, e então eu entendi sua idéia.

Sem pernas eles não podem correr,muito menos matar algum de nós.
Era algo simples,sua idéia era sensata.
Acerte as pernas deles, decepem suas cabeças ou perfurem seu coração.
Apenas acerte-os, fatalmente.

- Eles vão esperar nosso ataque, vamos surpreendê-los. - sussurrei ao meu pequeno grupo, e sinalizei disfarçadamente para minha tia.

Ao entenderem minhas palavras eles me seguiram, estavámos próximos ao fim da rua. Uma grossa grade prateada impedia a entrada ou saída de qualquer um.

- Desviem de seus golpes e os deixem encurralados. Eles não podem escapar por essas grades, mas nós também não podemos. Lembrem-se disso. - Mey era corajosa e destemida, confiava nela e com a nossa idéia a chance de falha era miníma.
Mas ainda existia.

Me surpreendi ao ver um arco e uma flecha pendurados sobre seu ombro.

- Quando pegou isso?

- Deixe de lado as perguntas querida, apenas mate esses desgraçados. - sua face agora foi tomada por uma expressão séria,amedrontadora.
Até eles implorariam por sua misericórdia.

- Onde está seu irmão docinho? - reconheci a voz de Phill, mas ainda não o via meio a multidão. - Quando arrancamos seus olhos ele gritou por ajuda, ele esperou por você. - com a continuação de suas palavras,a aproximação de seus amigos era cada vez mais constante. - "Sarah, me tire daqui. Me ajude por favor. " - gritou ele imitando a voz de Charlie, fazendo os malditos palhaços a sua volta gargalharem.

- É uma provocação sobrinha, não vá até ele. - proclamou minha tia em tia em tom de súplica.

- Você não estava lá para salvá-lo docinho. Assim como você... - uma flecha atingiu sua barriga. Não foi Mey que o acertara, o disparo veio lá do alto,acima de nós.

Fitamos o prédio ao nosso lado e enxergamos Rachel no topo dele,com um arco nas mãos e algumas flechas em um bolsa em suas costas.

Sorri com satisfação, enquanto o sangue de Phill escorria. Alguns de seus amigos correram para ajudá-lo e o restante veio em nossa direção.

O maldito ainda não estava morto. Talvez isso estivesse destinado a mim.
Eu o mataria.

- Sua amiga é incrível pequena Sarah. - murmurou Mey, erguendo a lança e a direcionando aos caras que vinham até nós.

- Que Ele nos ajude irmãos. - gritou um dos garotos enquanto corria desenfreadamente junto ao seu bando.

- Acho que não parceiro. - Rick caminhou em sua direção, o garoto tentou o golpear mas o moreno foi mais ágil, mais esperto e antes que o palhaço pudesse pensar, teve sua cabeça arrancada. A foice que Rick tinha em mãos o acertou, e arrancou de si sua miserável vida medíocre.

O moreno abaixou sobre o corpo sem vida do garoto, passou os dedos sobre seu sangue e o esfregou em rosto, jogando a cabeça pra trás e rindo de forma maquiavélica.

- Essa é pra você pequena Sarah!

- Essa é pra você pequena Sarah!

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