Capítulo 38 - Outro caminho

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Rick Anniston

Meio ao sangue grudado ao chão, meu corpo inerte adormecia enquanto eu recuperava os meus sentidos.

Havia algo molhado em minha cabeça e em um movimento automático a toquei, sentindo uma forte dor.

Ainda meio grogue levantei um pouco meu corpo e olhei ao redor, além do sangue e dos corpos de alguns dos internos de Chernobyl Center perdidos na escuridão, Dylan e Rachel estavam na mesma situação que eu, mas ainda desacordado.

Apoiei minhas mãos no chão impulsionando meu corpo para cima,e com um pouco de dificuldade me coloquei de pé.

- Rachel,Dylan? - murmurei os empurrando levemente. - Caralho, vocês precisam acordar.

Me afastei um pouco de seus corpos desacordado e analisei atentamente cada canto daquele lugar.
Onde está a Sarah?

Ainda um pouco zonzo me abaixei e peguei o machado que estava no chão,  algum dos palhaços poderia estar por ali, era melhor eu ser cauteloso.

Ao lado de alguns cadáveres dilacerados havia uma serra elétrica, me lembrei de Sarah usando-a, de como ela enfrentou tantos palhaços sozinha e de como ela não demonstrou medo algum.

Eu precisava achá-la, precisava saber se ela estava bem.  Precisava lembrar o que aconteceu antes de ficarmos desacordados, estávamos indo bem na luta contra os internos.
O que houve para caírmos dessa forma?

Com o pé empurrei vagarosamente uma porta cinzenta no fundo da loja. Com os olhos atentos e as mãos trêmulas, eu ergui o machado caso houvesse alguma surpresa atrás dela,eu derrubaria rapidamente.

- Sarah? Você tá aí? - uma respiração ofegante tornou-se audível ali, e com certeza não era a Sarah.

Empurrei um pouco mais a porta e com uma pequena fresta de luz vinda da rua 
pude enxergar por completo o rosto da pessoa que estava ali, era um dos palhaços. Sua perna estava sangrando muito, marcas de corte por cima da calça eram visíveis. O tecido estava grudado em sua pele, assim como o sangue que devido ao tempo, secou e estava negro.

Como se tentasse lembrar de algo, o mesmo pairou o olhar sobre mim e um sorriso se esboçou em seus lábios cortados. Em seguida, uma gargalhada ecoou pelo local.

- Está procurando aquela vadia ainda? - ele parou para respirar um pouco. - Acho que já está um pouco tarde,amigo.

Senti meu sangue ferver ao ouví-lo falar da Sarah daquela maneira, o que ele queria dizer com " está um pouco tarde "?

A sua risada fazia o meu ódio crescer ainda mais, eu o olhei com os olhos cerrados e antes que ele pudesse falar algo, um grito desesperado ocupou o lugar de seus risos.

- Agora não é mais tão engraçado não é? - pisei em seu joelho para conseguir retirar o machado que cravei em sua coxa.

Me levantei e caminhei um pouco ao seu redor,determinado.

- Você tem duas opções cara, ou você fala por vontade própria qual foi a merda que vocês fizeram e onde a Sarah está, ou eu posso te forçar a fazer isso. - com a ponta do machado eu ergui seu queixo,forçando-o a olhar pra mim. -  A última opção parece bem divertida, não?

O interno mantinha uma expressão fria em seu rosto.

- Eu já estou fodido, acha mesmo que eu tenho algo a perder? Acha mesmo que consegue me intimidar com essa merda toda? - vi aquele sorriso brotar novamente e tomar conta de sua face. - Vá em frente.

- Tudo bem, nós vamos fazer do jeito difícil então. - soquei o seu rosto fazendo seu nariz sangrar, e o arrastei pelo chão da loja até deixá-lo próximo ao corpo dilacerado de um interno. - O seu fim vai ser esse, diga que não posso te intimidar, eu sinceramente não ligo pra isso.

Entre se quiser , saia se conseguirWhere stories live. Discover now