Capítulo 19 - O início

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Phill

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Phill

- Senhora Grey, seu filho tem transtorno de conduta.

Quando tinha oito anos, minha mãe me levou ao psiquiatra.
Depois de inúmeras idas ao psicólogo, ela percebeu que as conversas com a psicóloga não "mudaram" a mim e nem ao meu comportamento.

Ela tinha medo das coisas que eu fazia, tinha medo do ódio que crescia em mim a cada dia. Tinha medo, que eu pudesse cometer alguma "atrocidade".
Mas apesar de todo o receio, ela me amava. Ao menos era isso que ela me dizia.
Mentirosa.

"Eu quero o melhor pra você Phill, eu sou sua mãe e não desistirei nunca de vê-lo bem.
Curado."

Não há cura para o que não é doença, eu respondia mentalmente apenas forçando uma merda de sorriso.
Suas palavras doces não me enganavam, ela me odiava.
Assim como eu odiava a todos naquele lugar.

Diferente das outras crianças eu não brincava com carrinhos de plástico, ou bonecos,ou andava de bicicleta.
Diversão para mim tinha outro sentido.

A noite eu pulava a janela do quarto e andava pelas ruas.
Eu me sentia bem na escuridão,me sentia bem estando sozinho sem ter ninguém para encher o saco.

Meus brinquedos eram vivos.
Eles se moviam,respiravam e tinha um coração pulsante.
Eu os procurava,montava armadilhas para pegá-los e livrá-los da impureza de seus corpos.

De início, eu apenas os matava.
Sem dor,sem muito sangue.
Apenas morte.

O pelo negro daqueles roedores me causavam repulsa,mas ao mesmo tempo eu me sentia como eles.

Jogados meio a podridão,temidos e odiados.
Tínhamos uma certa semelhança,uma certa familiaridade.
E eu odiava a idéia de ser parecido com alguém.

Minha primeira vítima corria pelo beco escuro com suas pequenas patas, ele era ágil.
Mas minhas mãos segurando o martelo eram ainda mais.

Com um golpe certeiro eu esmaguei sua cabeça.
Seus miolos espalhados pelo chão, uma pequena poça de sangue sobre seu corpo minúsculo.
Apenas uma vida insignificante entre tantas outras que eu ainda guardaria em minha caixa de sapatos.

Era isso que eu fazia com seus cadáveres, os guardava na caixa e colocava em baixo de minha cama para poder relembrar do líquido vermelho banhando seus corpos.
Eu nunca precisei de amigos ou família para me sentir bem.
Aquilo me satisfazia.

Dias se passaram.
Meses.
Anos.

Eu não era mais um garotinho com pequenas ambições e idéias de diversão. Eu havia crescido,assim como o meu interesse por garotas.

Georgia, Lexi e Rosie.

Elas foram as primeiras.
Melhores amigas, eram apenas garotas fúteis e idiotas,sem muita importância.
Mas eram bonitas.
Muito bonitas.

Minha mãe me mandou para uma escola distante com a desculpa de que era pra mim ter melhores condições de estudo.
E eu, todo fim de semana voltava a minha cidade com a desculpa de visitá-la.

Eu as segui durante alguns meses,descobri os lugares que as garotas frequentavam e estudei uma boa forma de abordá-las e me divertir com elas.

Uma de cada vez,sem levantar suspeitas,sem ser pego.
Era isso que eu iria fazer.

Georgia fazia caminhada pela manhã.
Lexi trabalhava em um bar a tarde.
E Rosie era uma desocupada.
Vivia pelas drogas e pela bebida,e as outras duas a seguiam em seu vício como cachorrinhos.

Rosie seria a primeira.

Seus pais trabalhavam em uma construtora,e só voltavam para a casa quando a garota já estava dormindo.
Eles mal se viam, mal se falavam.
Rosie ficava sozinha o dia todo, não estudava nem trabalhava.
Ela era o alvo mais fácil.

Esperei seus pais saírem,me certifiquei de não estar sendo observado por ninguém, coloquei meu capuz e caminhei até a porta.
Uma chave extra ficava em baixo do tapete, e eu usei a mesma para entrar na casa.

Caminhei com cuidado, sorrateiro e silenciosamente.
Não podia levantar suspeita alguma.
Dizem que os surdos possuem sentidos outros apurados, e Rosie era surda.
Um pequeno detalhe que poderia me ajudar ainda mais, sua fragilidade seria sua grande inimiga.

Subi lentamente as escadas que levavam até seu quarto, a porta estava aberta e sua cama estava visível.

Ela ainda dormia, seu corpo estava coberto apenas por uma camiseta vermelha e larga com a seguinte frase:
I do not fear death.

Sorri com a ironia e observei seu corpo curvilíneo, ela cheirava álcool.

O tapete manchado por molho de tomate, pratos com restos de comida debaixo da cama e garrafas de vodka do chão.
Esse era o quarto de Rosie.
A bela Rosie.

Retirei a faca que estava no bolso do meu casaco e apontei para seu rosto,fazendo-a acordar.

Vi o pânico em seus olhos, ela tentou se levantar mas eu a segurei. Ela se debateu, chorou, tentou implorar por sua vida, mas o único som emitido por sua boca era um grunhido seguido de palavras falhas e incompreensíveis.

Eu ri do medo estampado em seu rosto, ri de sua tentativa de sair dali.
Eu ri dela e de sua vida medíocre.
Ela era uma piada.
Uma piada que eu cansei de escutar.

Segurei mais forte seus braços e passei a navalha em seu pescoço.
Seus últimos movimentos foram suas mãos tentando estancar o sangue que jorrava do corte.
Sai de cima de seu corpo, retirei o galão de gasolina da mochila e cobri seu corpo com o líquido.
Assim como cobri o chão, e as escadas quais eu utilizei para chegar até Rosie.

Acendi um fósforo e o joguei sobre o corpo da garota.
As chamas tomaram conta de seu quarto,de suas roupas, de sua casa e dos rastros que eu havia deixado.

Regra número um:
Não deixe rastros.

Regra número um:Não deixe rastros

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Entre se quiser , saia se conseguirWhere stories live. Discover now