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Após beijar o rosto de Antonella com carinho, Brigitte caminhou decidida até o estábulo e fez tudo conforme Fabrizio havia lhe ensinado, para por a sela de forma segura no animal.

O cavalo que escolheu era, segundo ele, o mais dócil da fazenda, por isso ele sempre o reservava para ela, e ela até já começava a criar um apego emocional com ele, que também já obedecia facilmente aos seus comandos e relaxava quando ela acariciava o seu pelo

Ela cavalgou lentamente até o lugar aconchegante, que aprendeu a compartilhar com Fabrizio, em sua casa da árvore. Durante o caminho os seus pensamentos voavam pra longe e ela tentava buscar respostas na sua mente para as lembranças que tentavam devora-la de qualquer maneira.

Ela já havia refletido bastante e o exercício já fazia com que se sentisse um pouco melhor quando chegou ao local. Poderia estar desabando com tudo o que descobrira naquele dia, mas, talvez pelo tratamento que estava cumprindo rigidamente e as sessões de terapia que estava fazendo, estava abalada, é verdade, porém, dessa vez  ela sentia que realmente iria superar, ainda assim, ela ansiava por algumas respostas.

Descendo do cavalo, Brie o acariciou novamente, esteve um pouco ansiosa por estar saindo sozinha com ele pela primeira vez, mas, agora estava satisfeita por ter dado tudo certo. Logo, ela Amarrou alteza, como ele era chamado devida a sua delicadeza real, próximo ao lugar onde ficaria e subiu até a casa da árvore.

Desde o primeiro dia em que esteve naquele lugar com Fabrizio, os dois já haviam retornado lá algumas vezes, mas, essa não era apenas a primeira vez que ela andava a cavalo sozinha, também era a primeira vez que ela estava ali sem ele, e por alguns momentos sentiu que não era tão bom como quando estavam juntos.

Faltava a sua voz rouca falando qualquer coisa com ela, e a sua risada macia, faltava a sua oração, que sempre a elevava há um plano espiritual, como se lavasse a sua alma. Também faltava o seu toque gentil e os seus beijos arrebatadores, que lhe tomavam o fôlego, como se até isso pertencesse a ele.

Talvez o terapeuta tivesse razão, afinal de contas.
Precisava aprender a viver independente de Fabrizio, precisava parar de condicionar sua felicidade a ele. Precisava olhar pra toda aquela paisagem ao seu redor, sozinha, sem necessitar que ele lhe apontasse o que já estava diante dos seus olhos.

Seu terapeuta já havia orientado a ela sobre essa dependência emocional que estava criando. Claro que os laços afetivos eram bons para sua recuperação, mas, não poderia depender emocionalmente de alguém para se sentir feliz. É claro que ela não tinha dito nada disso a Fabrizio, pois ainda não estava preparada para ser feliz sem ele. Tinha medo que ele se afastasse dela se soubesse, e isso seria trágico demais no momento.

Deitada no chão da casa da árvore, Brie fechou os olhos e tentou orar, como Fabrizio sempre fazia. Claro que sua oração não foi tão bonita, mas, enquanto ela falava e o vento batia suavemente no seu rosto, ela também conseguiu sentir que era mais íntima de Deus. Não lembrava a última vez que tinha falado com ele, ou tentado ouvir a sua voz através dos muitos sons da natureza que ele criou.

Ao pensar nisso, involuntariamente seus pensamentos foram levados para um de seus irmãos. Harrison sempre a julgou como fútil e vazia, ele frisou tanto isso em sua mente, que ela até chegou a acreditar que era realmente assim e algum tempo depois ela se tornou exatamente isso.

Um único dia na antiga suíte em que estava hospedada, custava mais do que tudo o que gastou durante todos os dias em que estava hospedada no chalé dos santori. A princípio os pais de Fabrizio não queriam aceitar nada pela estadia, mas, quando ameaçou ir para um hotel eles receberam a ajuda que ofereceu em forma de doação a pequena instituição onde prestavam serviços voluntários as crianças órfãs.

Salva Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora